Capítulo IV

205 37 157
                                    

Já haviam se passado alguns dias desde a minha ida e de Peter a cafeteria.

Até onde eu sabia, mamãe não tinha tido muito progresso com a investigação do caso. Peter e eu, deixamos isto um pouco de lado. Precisávamos focar em outras coisas, e não poderíamos ficar presos apenas em uma delas, apesar de estarmos bem interessados em relação a toda essa história, a realidade era outra.

Estou com o dia livre e aproveitei para começar a trabalhar em uma nova matéria para o jornal da escola. Esta é sobre um projeto que nosso professor propôs para reorganizarmos a biblioteca. O sr. Cowell é nosso professor de história, e amante de coisas antigas que Peter insiste em dizer que são lixos chiques do professor esquisito. Sobre a última parte eu tenho que concordar. Digamos que nosso professor é um homem peculiar. Existe um ar de mistério nele, o que em resumo, poderia muito bem ser chamado de esquisitice. Mas ele é um ótimo professor. É compreensivo, até divertido as vezes, e suas aulas são altamente explicativas.

Resolvo deixar a matéria para depois quando sinto um pouco de sede e resolvo descer até a cozinha para beber um copo d'água. Quando chego até meu destino, vejo minha mãe pegando uma maçã. Após dar uma mordida enquanto eu pegava um copo, ela resolveu quebrar o silêncio dizendo:

— Você lembra do que combinamos para hoje?

— Nós combinamos algo? Eu não lembro. Desculpe mamãe, tenho andado um pouco
sobrecarregada com os assuntos da escola. — a respondi com um sorriso de lado.

— Os dias têm sido difíceis querida. As pessoas ainda estão um pouco abaladas pela morte da menina Jhonson. E a investigação também está complicada, o que me deixa com os nervos à flor da pele. Se não começarmos a ter progresso, o caso pode muito bem chegar nas mãos do FBI. — ela me disse cabisbaixa.

Greta Morgan é extremamente dedicada ao seu trabalho. As pessoas que ainda insistem em fazer roubos ou outras coisas erradas, nunca escapam dos olhos de águia que mamãe tem sempre que algo de errado acontece. Muitas vezes ela já havia sido chamada para ajudar em casos que ocorriam em cidades maiores, e seu esforço era sempre notável e muito elogiado.

A observei jogando o que sobrou da maçã no lixo, enquanto eu terminava de tomar minha água.

— Esteja pronta em trinta minutos. Nós vamos sair. — ela disse saindo da cozinha.

— Eu estarei! — elevei um pouco mais meu tom de voz para que ela me escutasse, já que começava a subir os degraus da escada.

Pouco depois que mamãe saiu, subi até meu quarto para me aprontar. Digamos que não
sou uma pessoa rápida quando se trata de me arrumar para sair. E isso só fica mais claro quando ouço uma batida na porta de meu quarto.

— Úrsula, está arrumada?

— Sim, já estou indo. Só mais um instante! — a respondo enquanto penteava meu cabelo.

Tentei ser o mais rápida possível, mamãe odiava atrasos. Abri a porta de meu quarto enquanto a vi esperando com uma cara impaciente.

Quando desci do carro, vi pessoas atirando em alvos que estavam colocados um pouco
distantes delas. O barulho era um pouco alto e me trouxe certo incômodo.

— O que estamos fazendo aqui? — perguntei para minha mãe com uma expressão confusa no rosto.

— Não seja tola, não vê que esse é um lugar para aprender a atirar? — ela respondeu me puxando para mais perto das pessoas.

Quatro pessoas estavam atirando contra os alvos, que eram idênticos aqueles que são
utilizados para treinamento de arco e flecha. Decidimos, ou melhor, minha mãe decidiu que deveríamos ficar um pouco mais afastadas e eu observava tudo com curiosidade. Porquê eu precisaria aprender a atirar? Ela sequer comentava de algo do tipo comigo.

Mistério em Forest VillageOnde histórias criam vida. Descubra agora