Capítulo VI

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Hoje é o dia em que eu e Peter vamos conversar com April Clark. Pode-se dizer que ela é nossa primeira suspeita. 

Ainda duvido que a moça possa ser quem procuramos, mas uma coisa que eu aprendi vendo séries foi não subestimar qualquer pessoa. Quando achamos que conhecemos alguém, vem algo que nos mostra que estamos errados. Não que isto seja uma regra, afinal também existem exceções. 

O que combinamos foi de ir jantar no restaurante italiano em que April trabalha. Até onde sabemos ela é garçonete, o que digamos que facilita um pouco na hora de fazermos a tão esperada pergunta. Pergunta essa que não saia de minha cabeça. 

Onde April Clark estava quando Susan desapareceu? 

Ouço um carro chegando em minha casa, e quando olho pela janela vejo que é Peter. Hoje vamos juntos para a escola, já que mamãe disse que não poderia me levar. Pego minha mochila em cima da cama e desço as escadas. Quando abro a porta de casa, vejo Peter em pé, apoiado em seu carro me olhando com uma cara impaciente. 

— Finalmente não é? — ele diz entrando no carro. Dou a volta abrindo a porta e me sentando no banco ao lado do meu melhor amigo enquanto ele dava partida.

— Ansioso para ir no restaurante à noite? 

— Um pouco, mas não muito. Se for ela, daremos um jeito de entregá-la para a polícia. E logo depois disso, faremos uma matéria incrível que vai ficar famosa por todo o país. — ele disse sorrindo. Segurou minha mão e deu uma olhada rápida para mim antes de continuar. — Nós merecemos reconhecimento Úrsula, você sabe disso. Trabalhamos duro com aquele jornal e só falamos sobre a droga das ficantes do Brad. Eu estou cheio disso. É a profissão que nós queremos seguir, não é? Para isso precisamos de um pontapé inicial. Com o que escrevermos sobre o caso, e em primeira mão, vamos ter muitas chances de ficar cada vez mais perto de nosso sonho de ser jornalistas renomados e respeitados. 

— Eu sei Peter. É importante para nós dois. Mas não esqueça do nosso combinado, quando aparecer algum sinal de perigo, nós saímos dessa história toda. 

— Tudo bem, ursinha. 

— Ursinha? De onde você tirou isso? — falei rindo e soltando nossas mãos que nem notei que ainda estavam juntas. 

— Sei lá, é fofo. Eu sou um melhor amigo sensível, sabia? 

— Claro! — falei revirando os olhos e vendo que havíamos chegado no nosso destino. 

Saímos do carro e lembrei que tínhamos a primeira aula juntos. E quando percebi isso, lembrei que nosso professor é o sr. Cowell, que odeia atrasos.  

— Droga, se apressa Úrsula! A aula é do professor esquisito e já estamos atrasados cinco minutos. — Peter diz como se lesse meus pensamentos e começa a me puxar até nossa sala. 

Corremos pelos corredores da escola até chegar em nossa sala. Peter bateu na porta e logo nosso professor de história a abre nos olhando com uma expressão irritada estampa no seu rosto. 

— Senhor James, senhorita Morgan. — ele nos cumprimenta com um aceno de cabeça ainda na frente da porta nos impedindo de passar. — Não sabem que não gosto de atrasos? 

— Professor Cowell, desculpe-nos pelo atraso. Ainda podemos assistir a aula? — perguntei gentilmente e rezando para que ele permitisse. 

Ele olhou de mim para Peter algumas vezes e bufou antes de responder: 

— Não se atrasem mais. Sentem nos lugares de vocês e não quero ouvir um murmurinho. 

Nós afirmamos com a cabeça adentrando a sala de aula o mais rápido possível. Sentei em minha cadeira e comecei a me atentar a aula. História é uma de minhas matérias favoritas. 

Mistério em Forest VillageOnde histórias criam vida. Descubra agora