— Sim, ele mesmo. — Peter me respondeu.
Eu não acredito. Estou em choque, e muito surpresa.
— O Cristopher! Meu Deus, que loucura. Eu não consigo acreditar nisso. Ele parecia tão triste na cafeteria, tão abalado. — falo olhando para meu amigo com uma expressão confusa.
— Sim! Eu também pensei nisso no momento em que soube. Ele estava até se sentindo culpado, ele mesmo disse.
Concordei com um aceno de cabeça. Ainda me recordo da sua tristeza que era quase palpável. Era visto com facilidade a dor em seu rosto, Susan parecia ser essencial em sua vida, assim como o Peter é na minha.
Ele falava dela com pesar, com saudade, e com amor. É difícil pensar que tudo não se passou de uma mentira, de uma forma que ele achou para se esconder enquanto assassinava uma mulher indefesa, e de uma forma tão brutal. Eu não posso acreditar nisso. Eu senti tanta pena dele, eu quase pude sentir a dor em seus olhos, e em seu coração. E tudo era uma farsa!
— Assassino. Ele é um assassino, Peter! Ele vai pagar por toda essa maldade. — me levanto rápido, antes de continuar. — Eu sinto nojo daquele garoto, um assassino e um mentiroso. Que ódio!
— Ei, calma. — ele vem até mim, e me abraça depositando um beijo singelo no topo de minha cabeça. — Não é assim que as coisas acontecem, Úrsula. Nem sabemos se ele é realmente o culpado, assim como as autoridades avaliarão isso, nós também vamos. Venha, sente-se aqui.
Retornamos para o lugar em que estávamos sentados, e eu respiro fundo enquanto passo a mão entre meus cabelos. Eu sei que ele tem razão. Mas, se ele é um suspeito, um motivo plausível existe para isso. Eu só quero justiça por Susan, e quero Crystal viva.
Se eu pudesse eu teria salvado a primeira garota da morte, teria salvado a segunda de um desaparecimento, e teria impedido tudo isso. Mas não pude, e apesar de entender que não havia como, me sinto tão inútil que chega a doer. Mas não serei mais.
Eu já pensei em desistir, já achei que eu e meu melhor amigo não conseguiríamos fazer nada demais para mudar isso, mas o meu pensamento está mudando.
A polícia da cidade ainda está procurando Crystal, as buscas continuam e sei que mamãe não irá desistir até que uma das opções aconteça. A primeira opção, é encontrarem o corpo da mulher, não desejo isso, mas infelizmente a possibilidade ainda existe. A segunda, é a encontrarem com vida, e eu torço para que isso aconteça. Torço para que Crystal realize seus sonhos, e que tenha uma vida longa e feliz, a vida que Susan merecia ter.
E irei ajudar para que isso aconteça, eu vou auxiliar nas buscas. Escondida, é claro, minha mãe nunca deixaria que eu participasse de algo assim. Mas é exatamente o que eu farei. Uma mulher precisa da minha ajuda, e ela terá.
— Vamos, me fale sobre Cristopher ou Crystal, nós não temos muito tempo. — apresso o meu melhor amigo.
— Claro que temos, temos a noite inteira para isso. — ele me diz, confuso.
— Não, Peter James, nós não temos! — falo alterando um pouco minha voz. — Nós podemos fazer mais do que ficarmos com a bunda colada em uma cadeira esperando o corpo de Crystal aparecer na floresta. Nós podemos ir procurá-la, podemos falar com Cristopher! Eu cansei de ficar de braços cruzados esperando mais uma mulher morrer. Esperando mais um futuro ser tomado das mãos de alguém. Chega, Peter! Chega!
Ele me olha sem reação nenhuma. Seus olhos estão piscando mais do que o necessário e ele está de boca aberta, literalmente. Recupero meu fôlego, já que falei tão rapidamente. Mas não me precipitei, disso eu sei. Eu deveria ter feito isso muito antes.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Mistério em Forest Village
Mystery / ThrillerÚrsula e Peter trabalham no jornal da escola e já estão cansados de escrever matérias sobre fofocas e sobre a líder de torcida. Quando um assassinato brutal ocorre na cidade pacata de Forest Village, Peter vê a chance de ganhar reconhecimento e suce...