[19] stalker.

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Sina.

Liguei para o Bailey e por sorte ele me atendeu. Antes que eu pudesse falar alguma coisa, sua voz invadiu meu ouvido.

— Eu realmente não posso falar agora, Sina. — Ouvi sua voz estremecer e senti uma pontada de medo nela.

— Eu só quero saber onde você está.

— Isso e mil outras coisas, não é? — Agora sua voz continha amargura.

— Me desculpe por me preocupar com o meu namorado. — A raiva borbulhou em meu corpo, mas a contive.

— Está mais para um interrogatório.

— Te pouparia tempo se você simplesmente respondesse as minhas perguntas. — Ouvi ele bufar do outro lado.

— Estou na XIX High School. — Meu corpo inteiro ficou tenso quando ouvi isso.

— O que você está fazendo aí? — Minha voz saiu mais rude do que eu gostaria.

— Resolvendo umas coisas. Nós vamos jogar aqui em algumas semanas e eu precisava encerrar algumas pendências.

— Bailey... — Minha voz não passava de um sussurro.

— Eu não fiz nada, juro. — Ele disse desesperado e eu respirei fundo.

— Tudo bem, eu confio em você. Nós já passamos dessa fase, não é?

— Sim, amor. Essa fase já passou. — Me senti aliviada depois disso.

— Vamos poder nos ver hoje à noite? — Consegui sentir o sorriso em sua voz quando ele me respondeu.

— Claro, posso te pegar às 18h. Eu te amo, Sina. — Sorri.

— Eu também te amo, Bai. — Ele encerrou a ligação e eu saí da despensa, dando de cara no peito duro de alguém. Olhei para cima prestes a me desculpar quando vi quem era.

— Estou começando a achar que você é um stalker, Urrea. — Cruzei os braços e fiz a cara mais séria que consegui.

— É... eu... hum... — Ele gaguejou e quando passou as mãos no cabelo, com uma expressão desesperada, eu não contive a risada.

— O gato comeu a sua língua? — Num piscar de olhos seu desespero deu lugar a um sorriso sacana.

— Só se o gato for você. — Fiz uma careta de nojo.

— Credo, nunca. — Estava prestes a sair quando ele me parou perguntando algo que eu não estava esperando.

— Qual fase já passou? — Meu corpo voltou a ficar tensionado.

— Isso é conversa só para quando ficarmos amigos. — Ele sorriu novamente.

— Quer dizer que nós vamos ficar amigos?

— Não. E por isso que nunca vai acontecer. — Sorri e me virei, saindo dali e deixando-o sozinho.

PERFECTLY WRONG ↯ noartOnde histórias criam vida. Descubra agora