[12] carona.

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Sina.

Reprimi um suspiro quando vi que a última mensagem que tinha mandado para Bailey não havia chegado, assim como as outras milhares que eu mandei. Respirei fundo tentando manter a calma e pensando no que fazer, mas assim que comecei a discar o número de um táxi a bateria do meu celular acabou.

Merda. Merda. Merda.

Aparentemente o mundo não estava conspirando ao meu favor. Senti a certeza disso quando levei um susto com a voz rouca de um garoto atrás de mim.

— Precisa de ajuda? — Me virei lentamente, tentando acalmar as batidas do meu coração.

Ao me virar completamente, a primeira coisa em que reparei foi nos seus olhos verdes, o mesmo que havia passado tanta intensidade hoje mais cedo. Minha voz foi firme quando respondi.

— Não.

— Tem certeza? — Percebi que estava se segurando para não sorrir.

— Absoluta. — Forcei um sorriso e me virei para a frente, esperando que ele simplesmente fosse embora.

— Posso te dar carona? — Ele ofereceu gentilmente.

— Eu tenho namorado, sabia? — As palavras praticamente cuspiram da minha boca, ao mesmo tempo em que me virei como um furacão para ele.

— Eu não perguntei. Perguntei se podia te dar carona. — Apesar de sua frase ser grosseira, o tom não era, apenas parecia indiferente.

— Não preciso de carona. Vou chamar um táxi. — Balancei o celular em minhas mãos.

— Como vai fazer isso com o seu celular sem bateria?

— Você por acaso estava me espionando? — Perguntei com uma sobrancelha arqueada.

— Não. Só estava esperando um bom momento para oferecer minha ajuda. — Ele sorriu e meu coração errou duas batidas.

— Não preciso da sua ajuda. — Antes que ele pudesse conseguir formular uma resposta, me virei para a direção oposta da dele e comecei uma caminhada.

Não fazia ideia de para onde eu estava indo, já que eu apenas segui uma direção qualquer, somente para me afastar do garoto.

Eu já havia andado alguns metros quando o vi ao meu lado, montado em sua moto, que andava a uma velocidade extremamente lenta.

— Você anda rápido, sabia? — Apenas o ignorei e ele bufou irritado. — Quer fazer o favor de subir nessa moto?

— Não preciso da sua ajuda. — Repeti, aumentando o ritmo dos meus passos.

— Quer fazer o favor de subir na moto? Não estou pedindo para dormir com você, docinho. Só estou tentando ser gentil.

— Por quê? Você nem me conhece. — Rebati.

— E esse é o objetivo. Te conhecer.

— Eu tenho namorado. — Enfatizei a frase novamente.

— Já disse que não ligo. — Parei repentinamente, me virando para a rua ao mesmo tempo em que vi um sorriso convencido se abrir em seu rosto.

— Se você tentar fazer alguma coisa comigo, eu juro que arranco as suas mãos.

— Como vai fazer isso se você provavelmente vai estar morta? — Ele zombou da minha cara e eu revirei os olhos.

Subi na garupa de sua moto e agarrei sua cintura, sussurrando em seu ouvido o meu endereço. O ouvi rir e murmurar algo incompreensível, mas acreditei que fosse ele me perguntando como eu pretendia chegar na minha casa andando.

PERFECTLY WRONG ↯ noartOnde histórias criam vida. Descubra agora