[39] escapar de mim.

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Noah.
Terça-feira, aula de Química.

A aula de Química estava prestes a começar. Os alunos entravam na sala e tomavam seus respectivos lugares. Eu estava particularmente ansioso para essa aula, ou melhor, esperançoso para falar com alguém.

No momento em que pensei nela, a vi entrando na sala com o namorado. O olhar raivoso dele chegou até mim e quando se aproximou da bancada com Sina, sua voz transmitiu mais fúria do que seu olhar.

— Sai do meu lugar. — Seu tom era autoritário e eu odiava isso, por isso simplesmente respondi dando de ombros.

— Não.

Como se fosse possível, ele ficou ainda mais bravo e reparei no olhar surpreso ao mesmo tempo admirado de Sina.

— O que você quer dizer com "não"?

— Tenho certeza de que você sabe o significado de "não", Bailey. Eu não preciso te dar uma aula de gramática. — Agora a garota ao seu lado tentava segurar a risada.

— Para alguém que acabou de chegar, você se acha confiante demais. — Ele disse com uma careta.

— E você acha que tem uma autoridade que não pertence a você. — Levantei a sobrancelha em sinal claro de desafio.

Segurei a risada quando vi o seu rosto assumir um tom avermelhado. A professora chegou no instante em que Bailey abriu a boca para responder, mandando-o sentar em outro lugar.

Sina sentou-se no seu lugar, antes lançando um olhar para Bailey, o que me fez revirar os olhos. Não entendia como ela poderia estar com um babaca que nem ele. Quando abri a boca para dizer exatamente isso à ela, sua voz suave me interrompeu.

— Poupe-me dos seus comentários sobre o meu namorado, Urrea. — Sorri por ela já me conhecer bem o suficiente para saber o que eu ia dizer.

— Eu não ia falar absolutamente nada. Só ia dizer o quão estonteante você está nessa bela manhã de terça-feira. — Vi um vislumbre de sorriso em seu rosto, mas ela logo ficou séria e voltou sua atenção para a aula.

Tentei prestar atenção nas coisas que a professora estava ensinando, mas eu realmente odiava Química. Quase no final da aula, algo que a professora estava passando chamou a minha atenção. Ela estava nos mostrando como deveria ser feito o primeiro trabalho do ano. Suspirei frustrado, já sabia que ia ferrar para fazê-lo, mas, para a minha sorte, a professora disse que os trabalhos deveriam ser feitos em dupla. Um sorriso largo tomou conta do meu rosto e eu me inclinei na direção do ouvido de Sina, sussurrando:

— Parece que você não vai escapar de mim tão cedo. — Era a vez de Sina suspirar.

PERFECTLY WRONG ↯ noartOnde histórias criam vida. Descubra agora