Capítulo 18

60 4 1
                                    


B: O que está dizendo.

Dan: Vamos, meu amor! – puxando-a –

As palavras giravam em sua cabeça.

A sua frente mal sabia explicar como chegara a tal lugar, mas chegou, a cabeça com certeza ficou lá atrás, onde Dan falou tal absurdo.

A plantação acabara e agora estavam um uma trilha... Ou melhor, trilho.

Dan: Não solte a minha mão.

B: Precisamos sair daqui, ele não deve estar muito longe.

Dan: Nós vamos sair, só precisamos de mais alguns minutos.

B: O dia amanhecera, ela conseguirá sair dali com mais facilidade.

Dan: Quando isso acontecer... Estaremos... a caminho de casa.

Ele estava ofegante.

Logo a fumacinha que Beatriz olhava de sua janela, aproximava-se, acompanhada de um barulho ensurdecedor.

Dan segurou forte em suas mãos e pediu que ela pulasse junto com ele.

Correram... O mais rápido que podiam imaginar, Beatriz colocou na energia de suas pernas, toda a vontade de ser livre.

Estavam dentro de um dos vagões.

Não era um trem de viagem, e sim um trem de cargas, transportava verduras e rações.

Deixaram que seus corpos descansassem sobre as sacas de rações que ali estavam.

A respiração de ambos estava ofegante demais.

Mas Beatriz percebeu que Dan estava diferente, agora tossia.

Somente quando o sol lhes dera bom dia, Beatriz pode perceber que Dan estava sangrando.

B: Dan... Meu amor... Por favor, não faça isso comigo.

As mãos estavam tremulas, as lagrimas tomavam conta do seu rosto, mesmo pálido, Dan apenas sorria pra ela.

B: Porque está tão calmo assim?

Dan: Me chamou de meu amor... Posso morrer feliz.

B: Mordomo bobo... Como pode dizer isso?

Dan: Fique tranquila... foi só de raspão no braço.

Ela o olhou de perto, podia agora enxergar com clareza o ferimento.

B: Dan, não tem nada de raspão aqui, está perdendo muito sangue.

Dan: Estou com sede.

B: É claro que está. Onde vou encontrar... – foi interrompida –

Dan: Em minha mochila, tem um pouco...

Beatriz foi até a mochila, e encontrou a agua. Deu a agua para ele e continuou o olhando pensativa.

Chegou perto dele e pegou um pedaço de retalho caído no lugar.

B: Vai doer um pouquinho.

Dan: Ok...

Ela amarrou o braço dele onde havia a ferida para que não sangrasse mais.

B: Dan, falta muito para chegarmos?

Dan: Ainda temos uma longa viagem.

Ela aninhou-se ao lado dele e ali ficou... Protegida de tudo e de todos.

Dan: Beatriz...

B: Hum?

Dan: Porque mesmo depois de tudo o que o Senhor Bento disse sobre mim, ainda veio comigo?

Doce Poesia [Concluída]Onde histórias criam vida. Descubra agora