Capítulo 10

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Pensou que morreria, o frio invadiu todo o seu corpo, como se estivesse afundando em um mar coberto de gelo, o arrepio era indescritível.

Era Bento!

B:Não, por favor eu... – virando-se –

Em sua cabeça viraria e correria o mais rápido que pudesse para dentro de seu quarto e só depois pensaria em algo.

Não queria sofrer, não mais aquela noite.

Ao virar-se os braços ficaram parados sobre seu peito.

D: Shiii... – docemente –

Ele sorriu docemente e completou:

D: Não quer que te ouçam, não é?

Beatriz não saberia dizer quando foi que o mordomo colocou as mãos sobre a sua, as segurava como se estivesse protegendo-as.

B: Eu preciso voltar para o meu quarto.

D: Precisa sim... – ainda sorrindo –

O mordomo estava "desmontado", vestia uma calça confortável de algodão e uma camiseta branca de malha.

Estava confortavelmente a vontade.

O cabelo desgrenhado e um caderno nas mãos.

Era como se fosse hipnotizada.

Chacoalhou a cabeça e soltando-se das mãos protetoras dele, ela seguiu apressadamente até seu quarto.

Ao entrar nele, ela fechou a porta cuidadosamente e encostou-se nela, deixando sair por entre os lábios o mais profundo dos suspiros.

Dan aproximou-se da tal porta que tanto Beatriz tem curiosidade em abrir, respirou fundo e ao colocar uma das mãos no bolso da calça, retirou a chave, colocou na fechadura e girou abrindo o cômodo.

Fechou a porta e encostou-se na mesma, ficando de frente para o que mais amava.

-

A noite não melhorou em nada para Beatriz, passou grande parte da madrugada contemplando a escuridão do quarto e nada do sono chegar.

Naquela manhã, os olhos de Beatriz amanheceram inchados, não dormira a noite e inteira e tal coisa logo foi percebida por Bento.

Na enorme mesa posta para o café da manhã, Beatriz e Ana aguardavam Bento para prosseguirem com o café.

Assim que ele chegou e sentou-se na mesa, lá estava, Dan... Posto ao lado de Bento como um guarda olhando firmemente o trabalho das empregadas.

Beatriz pode perceber que somente com o olhar e um discreto gesto com a mão direita, ele chamou a atenção de uma mocinha que iria servi-la do lado errado.

Ela não conseguia parar de olhá-lo, ele era misterioso, e isso aguçava em Beatriz uma curiosidade perigosa.

Tinha certeza que ele tinha muitas respostas para ela sobre aquela casa, sobre Bento ou até mesmo o que ele andava planejando. Mas será que o tal Mordomo contaria a ela? Mal se conhecem...

Tais pensamentos iam longe, e as tantas probabilidades iam e vinham na cabeça dela com a facilidade de um balanço de parque.

Todos aqueles pensamentos intrigantes foram dispersos ao ouvir Bento chamando-a. Foi como se estivesse acordado naquela hora.

Olhou para a filha, a mesma já comia as panquecas que a senhora cozinheira preparou com frutas frescas logo pela manhã e logo lançou seu olhar para a direção de Bento, tanto ele quanto o tal Mordomo Dann a encarava.

Doce Poesia [Concluída]Onde histórias criam vida. Descubra agora