Capítulo 8

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Vestia uma calça discreta e uma camisa azul marinho, um tanto social. Em um lado de suas mãos, carregava duas malas, uma delas notava-se de longe que pertencia a pequena Ana Beatriz.

A: Onde está indo, mãe?

A garota aproximou-se da escada, mas não ousou aproximar e ajudar Beatriz com as malas.

Beatriz estava no alto da escada, pensava consigo de que chegara a hora. Bento não estava em casa, e essa era a sua chance.

B: Onde "nós" estamos indo, filha. Vamos nos mudar, sumir desse lugar. Vamos, me ajude com as malas.

A: Eu não vou a lugar nenhum sem o meu pai.

B: Você não se manda, Bia. Pegue logo sua mala e vamos sair daqui.

A mulher que um dia adorou poesias, não esperava o que estava por vir, e foi pega de surpresa, assim como o próprio Bento.

Ana Beatriz encheu os pulmões e gritou um sonoro:

A: Socorro, Pai!!! (gritando)

B: Filha, o que está fazendo? Para de gritar!

A: Pai, pai!!!! Aaaaaaah!

B: Porque está fazendo isso, Bia?

Ela o sentiu, aproximar-se.

Be: Porque "você" está fazendo isso, Beatriz?

Não poderia imaginar que o marido estaria em casa, aquilo fora uma armadilha? Ele sabia todo o tempo que ela tentaria fugir? A própria filha ajudando aquele monstro?

As vezes Beatriz não conseguia acreditar que aquela menininha fosse sua filha. Como poderia estar do lado do pai depois de tudo o que acontece naquela casa?

Será que não via o inchado contemplando um de seus olhos?

Ela sentiu a mão do marido a puxando pelo cabelo.

Be: Será que não poderei mais sair de casa?

B: Me solta, Bento. Está me machucando.

Ele puxava um pouco mais forte, e a arqueava para trás.

Be: Bia, vá para o seu quarto e só saia de lá quando eu mandar.

Obedientemente ela deixou o local, sem esboçar qualquer reação diante da cena que via.

Beatriz virou-se de frente para ele.

B:Maldito! Eu desejo que você morra!

As lagrimas já acompanhavam a frase, o inferno estava longe de acabar.

Bento abriu a mão e deu um forte tapa no rosto dela, que com o impulso de tamanha força, esquivou para trás e sem ter tempo de segurar em nada, caiu pela escada abaixo.

O barulho chamou atenção de todos os empregados que fingiam não ouvir as constantes brigas que aconteciam naquela casa.

Mas agora o barulho fora mais forte e ignorá-lo era impossível.

Ao menos quatro dos empregados compareceram em frente a escada.

B: O que estão olhando? Andem logo e me ajudem a leva-la até o meu quarto.

Uma empregada atreveu-se a questioná-lo.

_ Mas Senhor, ela está desacordada, e a cabeça está sangrando!

B:Eu perguntei a sua opinião? Perguntei?

A empregada gaguejou um pouco, mas antes que pudesse formular outra pergunta, ele completou;

Doce Poesia [Concluída]Onde histórias criam vida. Descubra agora