❝ chapter fifty. ❞

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Havia passado alguns dias desde o acontecido entre Lindsay e Jack no meu apartamento

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Havia passado alguns dias desde o acontecido entre Lindsay e Jack no meu apartamento. Ele só me mandava mensagem pra perguntar se eu precisava de algo e se eu estava bem, pois depois do esculacho que Lindsay deu nele, ele provavelmente havia sentido o peso de suas palavras.

Eu também já havia contado à Jack que estou grávida. Sim, contei. Eu jurava de pé junto que não queria que ele soubesse, mas depois do acontecido no dia da festa, eu realmente vi em seus olhos algo bom. Uma coisa positiva que me transmitia verdade. E, querendo ou não, é um direito dele saber. Não queria levar tudo isso sozinha pois é um peso exagerado de grande.

Foi uma cena até engraçada. Ele chorou e me abraçou fortemente. Disse algumas coisas bonitas que eu fiz questão de deixar entrar por um ouvido e sair pelo outro. Quando eu disse que agora seguiríamos como amigos, eu não estava brincando e estou disposta à levar isso até o fim.

Nesse momento, eu estou no mercado junto de Lindsay. Minha cabeça dói toda vez que vejo ela pondo a mão em algum saco de doces e salgadinhos repletos de gordura. Ela, literalmente, não está me ajudando.

Observo enquanto a mesma coloca algumas garrafinhas de refrigerantes no carrinho e anda pelo corredor. Ao ver minha melhor amiga de costas, lembro do seu ocorrido com Jack e suspiro.

— Você devia se desculpar com Jack. — Minha fala faz a mesma parar de andar.

Lindsay se vira pra mim com sua sobrancelha levantada e repousa uma mão na cintura, me encarando com uma expressão incrédula. Eu cruzo os braços na altura do peito e ergo a cabeça, a encarando de volta com firmeza.

— Tá brincando?

— Eu pareço? — Ela ri sem humor.

— Não vou pedir desculpas à ninguém. Não fiz nada de errado.

— Você se desculpou comigo que não fez nada e não quer pedir perdão pra alguém que você xingou até o último fio de cabelo? — Eu questiono.

— Não pode estar falando sério — Ela se vira enquanto coloca uma caixa de cereais dentro do carrinho. — Achei que tinha esquecido dessa história.

— Lindsay — Eu fecho meus olhos e digo seu nome de forma impaciente. Ela respira fundo e se vira. — Quando formos embora, você vai se desculpar com ele.

— Eu não devo nada pro Gilinsky, Aileen. — Ela teima.

— Eu não quero começar uma gravidez com desavenças entre pessoas importantes na minha vida. Principalmente entre a minha melhor amiga e o pai do meu bebê. — Ela fica em silêncio enquanto me escuta. — Se não quer fazer isso por mim, faça pelo meu filho.

Ela morde o interior da sua bochecha e apenas concorda, ainda em silêncio. Murmuro um "obrigada" e continuo no rumo de fazer as compras. Assim que passamos tudo pelo caixa, carregamos as sacolas até dentro do carro de Lindsay e voltamos pro meu apartamento, ao som de Rihanna que escutávamos da rádio. Trocamos poucas palavras após nosso pequeno diálogo. Uma das coisas que me incomodava em Lindsay era o fato de ela sempre achar que estava certa. Era muito raro ela reconhecer quando está no erro e querer se redimir.

Chegamos no prédio e o porteiro nos ajudou à levar as compras até o apartamento. O agradeço assim que adentramos o mesmo e fecho a porta assim que ele sai. Eu respiro fundo e balanço meus ombros, sentindo os mesmos doerem. Eu estou sentindo muito cansaço com coisas simples e não gosto nada disso, pois sou uma pessoa totalmente agitada.

— Vai descansar. — Lindsay diz assim que nota o meu estado. — Eu arrumo tudo aqui.

— Não, Lind. Não precisa. — Eu digo e ela sorri de lado.

— Você tá grávida, garota. Não pode ficar fazendo esforço. De qualquer jeito, não aguentaria carregar esses sacos de arroz.

Eu rio baixo e apenas concordo com a cabeça.

— Obrigada. — Digo à ela que apenas assente com um sorriso e sai da minha vista.

Eu balanço meus braços e me direciono até o banheiro, retirando minhas roupas e deixando com que a água quente do chuveiro molhasse todo meu corpo. Eu encosto minhas costas nos azulejos da parede e abaixo a cabeça, deixando com que meus olhos caíssem até a minha barriga. Eu sorrio. Sorrio como uma criança que acaba de receber o primeiro brinquedo. Deslizo minha mão sobre o meu umbigo e, quase de imediato, milhares de coisas vêm em minha mente.

Eu sei que teria que enfrentar diversas coisas por causa do meu filho, mas por incrível que pareça, eu não estava com medo de nenhuma delas. Estava mais do que disposta à passar pelo inferno, para poder chegar no céu e finalmente ficar em paz com o meu bebê.

Eu não sei se minha relação com Jack pode melhorar ou piorar, mas prefiro pensar nas coisas positivas. Talvez seja apenas uma fase ruim e eu sei que passarei por ela de cabeça erguida. Nada é por acaso.

Eu tomo o meu banho tranquilamente. Lavo meus cabelos e ensaboo todo o meu corpo. Desligo o chuveiro e tiro o excesso de água dos meus fios, enrolando os mesmos numa toalha antes de envolver meu corpo em outra. Paro em frente ao espelho e encaro o meu reflexo.

Eu estou orgulhosa de mim. Eu sou uma mulher extremamente forte e que está totalmente preparada para o que, agora, está por vir.

Eu e o meu bebê contra o mundo.

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𝐒𝐄𝐗 𝐆𝐀𝐌𝐄, 𝗴𝗶𝗹𝗶𝗻𝘀𝗸𝘆.  ✓Onde histórias criam vida. Descubra agora