Parei com a minha moto em frente a porta de Aileen. Mandei uma mensagem dizendo que eu havia chegado e ela apenas visualizou. Merda. Que merda eu havia feito e por que eu não conseguia acreditar em quase nada que essa garota fala?
Percebi que já não estava mais sozinho quando vi Aileen encostada na porta aberta. Ela usava um pijama azul e uma calça de moletom que ficava larga nela. Seus cabelos estavam amarrados em um coque meio bagunçado e era nítida a sua cara de sono. Devia estar cochilando enquanto me esperava.
É irritante o quanto essa garota fica gostosa até desse jeito.
— Posso entrar? — Perguntei e ela me olhou com cara de tédio.
Aileen não me respondeu, apenas chegou um pouco pro lado e deu espaço para eu passar. Entrei em sua casa e me dirigi até a sala, onde eu me encostei na parede enquanto Aileen se sentava no sofá.
— Já pode começar a falar o que eu fiz. — A encarei enquanto ela olhava pro nada.
— Você é tão sonso que me dá nojo. — Ela disse sem me olhar.
Contei até três para não mandar ela ir se foder.
— Por favor, tem como você me contar o que aconteceu? Porque senão eu faço uma pipoca, sento do seu lado e a gente assiste uma novela mexicana qualquer. — Cruzei meus braços e vi Aileen virando seu rosto para me encarar. Sua expressão era séria.
— Já comentei que você me chamou de vadia amostrada. — Ela desviou o olhar. — Te tirei daquela porra daquela festa que você tava sentado no chão quase tendo uma overdose e te levei pra um hotel confortável. Deixei você tomar banho e esperei você sair do banheiro pra eu poder ir embora sabendo que você estava pelo menos seguro, mas você insistiu em deixar o seu instinto masculino atacar e tentou me agarrar. Quando eu neguei, você me xingou e eu dei um tapa na sua cara. — Ela levantou do sofá e me olhou. Seus olhos estavam marejados. — Era isso que queria saber? Se for, pode ir embora.
Um silêncio se instalou naquela maldita sala. Meu relógio de pulso apitou, avisando que havia acabado de dar duas da manhã e eu suspirei.
— Eu não queria fazer isso. — Falei baixo. — Eu tava drogado.
— Que se foda, Jack — Ela deu as costas. — Só vai embora.
— Não posso ir embora sabendo que deixei você assim. — Aileen parou no meio da sala e se virou. Suas lágrimas rolavam pelas bochechas.
— Desde quando você se importa? — Ela falou rude. — Homens não se importam com porra nenhuma. Tudo que vocês querem é achar uma buceta pra enfiar a piroca e satisfazer a merda desses desejos podres. Só se importam com você mesmo, eu já estou acostumada. Agora, vai embora. — Ela saiu andando.
Apertei as minhas mãos em um punho numa forma nervosa e andei atrás dela.
— Por que você é assim? — Ela parou, ainda de costas. — Você não deixa nenhum homem se aproximar muito, mas a primeira oportunidade que tem de beijar um, não perde.
— Você não sabe de nada, Gilinsky. — Ela colocou a mão na maçaneta da porta. — Sai.
Eu cruzei os braços e parei.
— Daqui eu não saio.
— Você vai sair sim.
Ela andou até mim e, pra minha surpresa, começou a socar o meu peito com força incessantemente. Era muito perceptível a raiva que Aileen desferia os golpes contra mim. Eu não senti nada, apenas um aperto estranho no peito quando vi as lágrimas escorrerem pelo rosto dela. No mesmo ritmo que me batia, deixava escapar soluços pela sua garganta. Que merda era aquela?
— Aileen — Eu a chamei mas ela ignorou, continuando a bater no meu peito enquanto chorava. — Aileen!
Eu segurei os seus pulsos e ela começou a se debater.
— Eu odeio você! Eu odeio toda essa raça de merda que são vocês.
Enquanto Aileen se debatia, não achei outra opção a não ser a puxar pra mim para envolve-la num abraço. Ela continuou se debatendo até me surpreender abaixando a sua guarda. Ela chorava e soluçava no meu peito de forma intensa. A apertei contra os meus braços enquanto a deixava se aliviar ali, colocando todo o seu choro pra fora. Nesse exato momento, eu havia esquecido daquela maldita aposta e do quanto eu achava Aileen a porra de uma garota mimada e insuportável, apenas pensei no que passava por aquela cabecinha dela. O que será que tinha acontecido que desencadeou à ela todo esse ódio por homens?
— Aileen — Eu a chamei, sem obter resposta. — O que aconteceu?
— Eu não confio em você. — Ela se afastou de mim enquanto enxugava as suas lágrimas. — Eu não vou abrir a minha vida pra você. Nem sequer te conheço direito.
— Porra, abaixa a guarda. — Grunhi. — Eu quero te ajudar.
Aileen ficou em silêncio. Pareceu pensar.
— Só... Vai embora, tudo bem? — Ela falou, indo em direção à porta principal e a abrindo.
Suspirei de forma derrotada e andei até o lado de fora, parando em frente à Aileen.
— Me desculpa pela minha ingratidão. — Eu falei enquanto encarava o seu rosto vermelho.
Ela não respondeu nada e nem sequer me olhou. Parecia distraída, olhando para o chão enquanto deixava mais lágrimas caírem.
Subi na minha moto e dei uma última olhada pra garota parada na porta, que apenas trocou um último olhar comigo e entrou, fechando a porta atrás dela. Suspirei antes de sair com aquela moto pelas ruas pouco movimentadas.
Eu preciso descobrir o que essa garota esconde e eu vou.
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𝐒𝐄𝐗 𝐆𝐀𝐌𝐄, 𝗴𝗶𝗹𝗶𝗻𝘀𝗸𝘆. ✓
Hayran Kurgu❝ Você dá pro gasto, Aileen. - Ele disse colocando sua calça - Pena que não vale porra nenhuma. ❞ na qual jack faz uma aposta com os amigos de quem conseguiria transar com aileen primeiro. ⚠️: NÃO aceito adaptações.