— Respira, Aileen. Fica calma e faz força! — A voz da doutora Pérola tentava me tirar do pânico extremo que eu estava sentindo. Eu nunca havia sentido uma dor tão forte na vida.
Com o corpo pingando suor e sentindo a dor de todos os meus ossos se contorcendo, eu agarro o pano fino da maca e reunindo a mínima coragem e força que eu tinha, começo o trabalho de empurrar minha filha pra fora. Minha garganta arde pelo grito de dor que solto. É, literalmente, todo o terror que as pessoas sempre me contaram sobre o parto normal.
— Isso, Aileen! Continua! — A doutora me incentiva e eu continuo me esforçando para empurrar aquele bebê pra fora de mim.
Eu curvo minhas costas, fazendo o máximo de força possível enquanto grito de dor.
— Já tô vendo a cabeça! Só mais um pouco, Aileen! tá acabando! — Pérola me dá um último aviso e eu respiro fundo.
Com os olhos fechados, eu lembro de todo o meu caminho até aqui. Todas as decepções, todos os perrengues que passei por estar grávida, todos os meus momentos de amor com meu brotinho dentro da barriga e toda a descoberta de admiração por mim mesma por estar sabendo ser uma boa mãe. Nunca na vida que eu imaginaria ser mãe tão cedo, ainda mais com as atuais circunstâncias da minha vida. Não tenho uma relação próxima com o pai da minha filha e apenas podendo contar com uma pessoa. Se me dissessem como minha vida estaria no momento que eu tivesse deitada na maca parindo uma criança, eu provavelmente acharia uma loucura.
Mas é isso que a vida é. Uma completa loucura.
Em meio à aqueles pensamentos, eu me toco da minha realidade. Eu estava colocando minha filha no mundo e não podia me distrair. A partir de hoje, não é apenas eu e sim nós. Eu e a minha menina.
Eu finco o dente nos lábios, reunindo todas as minhas últimas forças para parir aquela criança e em meio à isso, podia jurar que minhas cordas vocais tremeram por conta do berro alto que dei. Porém, assim que liberei toda a minha dor naquele grito, meu corpo se relaxou por completo e minha paz foi selada por um choro que invade o quarto e meus ouvidos.
Ela está aqui. Minha filha chegou ao mundo.
Permito que minhas pálpebras caiam e tapem meus olhos, deixando com que eu respire fundo depois do intenso momento que eu tinha acabado de viver. É uma mistura de intensas sensações. Nervosismo, tensão e muito, muito desespero. Mas, é como se eu tivesse saído do inferno direto pro céu.
Com aquele choro limpando absolutamente todo o meu nervosismo e tensão que se alastrou pelo quarto, eu abro meus olhos assim que sinto doutora Pérola chegar perto de mim. Ela tem um sorriso no rosto e a minha filha nos braços.
Em seu colo, eu consegui ver tudo. Amor, carinho, uma mistura de saudade e emoção. É o meu bebê. Minha filha, meu amor para o resto da vida. Acho que nesse exato momento, eu estava vivendo no automático, pois só me permitia estar petrificada enquanto via o meu pedacinho de sonho chegando perto de mim.
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𝐒𝐄𝐗 𝐆𝐀𝐌𝐄, 𝗴𝗶𝗹𝗶𝗻𝘀𝗸𝘆. ✓
Fanfic❝ Você dá pro gasto, Aileen. - Ele disse colocando sua calça - Pena que não vale porra nenhuma. ❞ na qual jack faz uma aposta com os amigos de quem conseguiria transar com aileen primeiro. ⚠️: NÃO aceito adaptações.