❝ chapter twenty-nine. ❞

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— Te matei, seu otário

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— Te matei, seu otário. — Cameron grita e levanta seus braços pra cima com o controle do videogame na mão. Johnson estava com o rosto vermelho de raiva.

— Seu filho da puta, você tá roubando. — Ele levanta do sofá para andar em círculos pela sala. Provavelmente tentando, numa tentativa falha, aliviar o estresse de ter perdido no jogo. Cameron gargalhou.

— Aceita que você é um puta perdedor de merda. — Cameron disse antes de fazer uma careta e dar um tapa no próprio peito. — Eu quero minha grana, vou gastar comendo todas aquelas putas do Sapphire.

500 dólares apostados num jogo. Não consigo distinguir o quanto Johnson é burro por fazer algo do tipo.

Enquanto Cameron espera com um sorriso vitorioso Johnson tirar o dinheiro de sua carteira, eu estou sentado na varanda da casa de Shawn. A fumaça de Karelia sai dos meus lábios e se dissipa naquela noite fria e pouco barulhenta. Shawn havia ido comprar comida pra nós no restaurante mais próximo, provavelmente um drive-thru qualquer.

Minha atenção foi focada no visor do celular quando a tela acendeu com a chegada de uma nova mensagem. Um sorriso de canto nasceu em meus lábios ao ver quem era a autora do SMS.

Aileen tinha mandado uma foto comendo um chips qualquer de batata. O canto de sua boca estava um pouco sujo de molho e seu cabelo estava preso em um coque alto, apenas com duas mechas caindo em seu rosto. A desgraçada é linda até tentando ser feia.

Depois de responder a sua foto, as lembranças de alguns dias atrás atingiram minha cabeça em cheio. Aileen, que nunca tinha me dado abertura pra nem sequer dar um abraço nela, havia deixado nosso desejo falar mais alto. Eu não conseguia entender a cabeça daquela garota. Uma hora ela podia jurar que se eu me aproximasse dela, era capaz de arrancar meus olhos com as mãos e na outra estava deixando eu a beijar com a mesma sentada na porra do meu colo. É confuso pra caralho, mas isso me deixa muito excitado. Seu mistério infinito e intenso me faz querer cada dia conhecer o que mais se passa na cabeça dela.

Me faz esquecer um pouco de que tudo isso é a porra de um jogo e uma mentira.

Encosto a cabeça na parede e olho pro teto enquanto dou mais um trago. Eu não me orgulhava dessa merda. Preferia esquecer que o início disso tudo foi uma aposta envolvendo a virgindade de uma garota e dinheiro sujo.

— Tá surdo, filho da puta? — O grito de Cameron me fez despertar dos devaneios. Não havia percebido que Shawn tinha chegado com as comidas. — Eu tô te chamando há uns dez minutos.

Apago meu cigarro no chão e me levanto do chão, me direcionando até a sala. Na mesa, sacos e mais sacos do KFC. Havia hambúrgueres, baldes de frango, batatas, molhos e refrigerantes. Eu não fazia ideia de como esses caras comem tanto, mas não reclamei, porque eu também como.

— Acho que vou me encontrar com a Aileen Harris.

A fala de Shawn fez todos da mesa engasgar, inclusive eu.

— Mentira. — Cameron falou. Um sorriso vitorioso nasceu no rosto de Shawn. — Caralho, como conseguiu?

— Nós estamos conversando já tem umas semanas, mas nunca deu em nada. Tomei atitude e a chamei pra sair. — Shawn falou antes de dar uma mordida em seu hambúrguer.

Johnson e Cameron deram gritinhos e fizeram um toque de mão com o Shawn. Essa porra era patética.

— Por que está comemorando tanto? Foi o primeiro a enfiar a língua na boca dela. — Shawn falou pra Cameron que deu uma risada irônica.

— Mas eu peguei ela numa festa qualquer. Você vai comer aquela buceta deliciosa. — Cameron jogou o cabelo pra trás enquanto Shawn ria.

Aquela conversa estava me deixando com vontade de vomitar na cara de cada um.

— Por que está tão quieto, Gilinsky? — Cameron cruzou seus braços. — Porque ela agora é sua amiguinha? — Ele riu. Senti meu sangue ferver. — Lembre-se que no final do dia você vai sempre saber que só se aproximou dela pra comê-la e pegar essa merda de dinheiro. Para de se fazer de vítima que todo mundo aqui está no mesmo barco.

Todos os meus neurônios gritavam pra eu bater na cara de Cameron até ele desmaiar. Meu semblante também revelava isso. Respirei fundo e fechei os olhos, comendo rapidamente o resto do frango que havia dentro do balde e me levantando, me direcionando até fora da sala.

Aquela porra de conversa tinha me deixado estressado. Eu sabia que estava fazendo merda, não precisava de mais ninguém enchendo a porra da minha cabeça com isso. Caralho, não era como se eu tivesse virando amigo dessa garota, eu apenas conversava com ela e não passaria disso. Eu e ela sabíamos disso.

Já do lado de fora da casa, me sentei na calçada e acendi mais um cigarro. Eu olhava pro céu nublado e o vento frio arrepiava os meus braços. Mesmo com a jaqueta preta, pude sentir meus pelos se arrepiarem e já sabia que uma chuva vinha por aí.

Senti meu celular vibrar com a chegada de uma mensagem nova e eu já sabia de quem era. De imediato, abri a conversa.

aileen: onde vc tá?

gilinsky: na casa do shawn
gilinsky: mas já estou indo embora
gilinsky: já tá com saudade?

aileen: não, imbecil
aileen: estava perguntando por curiosidade :)

gilinsky: que jeito estranho que você usa pra falar que tá com saudade

aileen: você já foi pra puta que pariu hoje?

gilinsky: tá nervosa caralho? já tomou seu rivotril?

aileen: vai pra casa logo, vai chover

gilinsky: e se eu não quiser?

aileen: então fica na rua vira-lata

gilinsky: tô indo aí

aileen: mas eu nem te convidei

gilinsky: você sempre abre a porta pra mim

aileen: se prepare pra dormir na calçada e na chuva ;)

gilinsky: veremos
✔️ visualizado.

𝐒𝐄𝐗 𝐆𝐀𝐌𝐄, 𝗴𝗶𝗹𝗶𝗻𝘀𝗸𝘆.  ✓Onde histórias criam vida. Descubra agora