1-Maria Luíza Barros

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Um mês depois da morte da minha mãe

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Um mês depois da morte da minha mãe.

Decepção, ódio , raiva, dor e medo!

Um misto de sentimentos que estou sentido agora, e todos eles estão sendo causados pelo meu pai.

A minha querida mãezinha, sempre deu me bons ensinamentos e um deles foi, não deixar que o nosso coração tenha espaço para sentimentos ruins.
E bom. Eu não estou colocando em prática os seus ensinamentos, e estou me sentindo muito péssima por isso, mas isso, è mais forte que eu.

O ódio que estou sentido pelo meu pai, ninguém irá conseguir tirar esse sentimento do meu coração, pois eu sei disso, só o tempo conseguirá.

Ele abandonou a gente, no momento em que mais precisávamos dele ao nosso lado, quando a doença da minha querida mamã estava mais avançada, eu tive que fazer bicos para poder ajudar a pagar os seus medicamentos e por isso eu tive que largar a escola.

Enquanto ele estava sempre nas farras, curtindo com várias mulheres , fazendo questão que nós, as duas, soubéssemos das suas putarias. Resultado disso foi que, minha mãe entrou em depressão piorando, ainda mais.

E para completar, ele não compareceu ao velório da mulher que ele sempre, jurou amar, cuidar e proteger.
E não para por aí não, em menos de dois dias ele coloca uma mulher em casa, se è que posso chamar aquele projeto de piranha, de mulher, ela e as suas filhas fazem da minha vida um inferno.

Elas tratam me como se eu fosse a empregada dessa casa, e o meu pai não faz absolutamente nada, aliás ele esta junto delas o que aumenta ainda mais a minha raiva, decepção e ódio por ele.

E quando eu me recuso em atender as ordens das suas queridas, eu levo uma boa surra.

Esfrego o chão da sala com raiva, do meu pai de mim e de tudo.

__ Garota.- escuto a minha madrasta chamando por mim, decido ignorar e continuar fazendo a minha limpeza.- Hey, eu tou falando com você, sua estúpida.- fecho os olhos com força antes de me virar para ela.

__ Largue isso, e vai já para o mercado.- assinto me levantando do chão e limpando as mãos com o avental velho que estou usando.

__ E volte rápido para poder preparar o pequeno almoço, para mim e as minhas filhas, agora suma da minha frente.- assinto de cabeça baixa, saindo da sala o mais rápido possível, pego o dinheiro na mesa da cozinha e com a mini lista de compras e saio de casa, rumo ao mercadinho da Vó Rosa.

Caminho apressada pelas ruelas do meu bairro, até que me esbarro com o Yuran, o meu adorado crush, pena que ele não tem conhecimento de tal informação.

__ Opa chocolate, cuidado ai.-fala segurando em minha cintura. Dou um sorriso sem graça antes de me soltar dos seus braços.

__ Obrigada.- digo, depois de me recuperar do meu momento da vergonha, passo as mãos no meu velho avental, vejo o seu olhar descer pelo meu corpo, e logo em seguida fazer uma careta quando nota o avental que estou usando.

__ Quê nada, chocolate.- fala coçando a nuca.

__ Bom, eu já vou indo nessa, nos falamos outro dia e muito obrigada mais uma vez por ter me livrado de um tombo.- digo ainda morrendo de vergonha.

__ Já falei, não foi nada.- fala ele passando as mãos pela nuca.- Será que você podia me passar seu número de telefone?
Solto um suspiro frustrado antes de responder.

__ Eu não tenho telefone.-falo brincando com a bainha do meu avental, fugindo do seu olhar acusatório.

__ Oxi Veio, em que século tu vive chocolatinho?

__ Uai,no mesmo que o seu.

__ Tu deve tá mentido para mim, tu tinha um celular.

__ Sim eu tinha, mas a minha madrasta quebrou o único que tinha.- vejo o seu rosto claro ganhar um tom avermelhado.

__ Que mulher doida, vou indo nessa chocolatinho preciso ajudar a minha mãe no posto de gasolina.- assinto e logo em seguida o vejo sumir do meu campo de visão.

Sigo para a lojinha da Vó Rosa na velocidade da luz. Entro no estabelecimento ofegante.

__ Quê isso menina, tá fugindo de quem?- solto uma risada e caminho até ela lhe dando um beijo na testa.

__ Não tou fugindo de ninguém, apenas estou super atrasada para fazer o pequeno almoço, e olha que ainda tenho vários trabalhos acumulados.- digo, e vejo a Vó Rosa largar a livro que tava lendo na bancada e pegando o papel da listinha da minha mão.

__ Agora você fica aí sentadinha quietinha, que eu vou a procura dos seus produtos, porque eu bem sei que aquela mulher lá, não te dá descanso.- assinto indo me sentar no banquinho que há ao lado do balcão.

Minutos depois, vejo a Vó Rosa me entregar um prato cheio de goluseimas e um copo de suco, minha boca instataniamente começa a salivar.

Ela estende para mim o prato e o copo cheio de suco.

Seguro firme e agradeço antes de atacar as goluseimas em seguida.

__ Coma devagar menina, assim tu vai acabar engasgando.- assinto e tomo o meu suco.

__ É que eu tou com muita pressa, e eu devo chegar cedo em casa se não è senhora ja viu né?- ela faz uma careta assentindo.

__ Por que tu não vem morar aqui comigo?- nego, ainda atacando a minha comida.

__ Eu não posso vir morar com senhora, em primeiro lugar o meu pai não iria aceitar isso, porque quem seria a escrava deles, e segundo quando estou lá eu sinto me próxima da mamãe.

__ Eu entendo querida, mas saiba que as portas da minha casa sempre estarão abertas para você.- assinto e me jogo nos seus braços.

__ Vó, como sempre os seus bolos são magníficos, mas eu devo ir antes que a bruxa venha até aqui me buscar.- ela assente, me entrega a minha sacola de produtos faço o pagamento e vou embora na mesma velocidade da luz, porquê eu mesma sei que levei muito tempo aqui.

Avisto a minha casa ao longe, ando o mais rápido que consigo e abro o portão afobada.

Entro na casa e vejo que tudo está do mesmo jeitinho que deixe, seria burrice da minha parte achando que a bruxa e as suas cobrinhas iriam fazer algo ,suspiro indo preparar o pequeno almoço antes que a mandame venha tirar satisfação da minha demora.

Depois de vários minutos término de colocar a mesa, caminho até ao quarto da minha querida madrasta e a chamo, ela avisa que devo esperar ela e as suas filhas na cozinha e assim o faço.

Sento me e fico esperando elas, e não demora muito e as vejo adentrar no cômodo todas emperequetadas.

__ Por conta da sua idiotice, agora você não tem direito ao pequeno almoço. Agora vai lavar a roupa, vai.- ela faz um movimento com a mão me expulsando da cozinha, me levanto da mesa e saio da cozinha , ouvindo as suas filhas zombando da minha cara e soltando risadinhas.

Agradeço a Deus por ter colocado a Vó Rosa na minha vida, caso não eu estaria perdida.

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@Suzetesuzy

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