Maria Luíza depois da morte da pessoa que ela mais amou no mundo, a sua vida vira uma tremenda bagunça.
Seu pai arruma uma mulher que esta mais para uma bruxa e as suas duas filhas que sempre fizeram de tudo para infernizar a sua vida.
Mas tudo pior...
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Eu sempre tive certeza, que um dia iria me esbarrar com a Bella ragazza de cor de chocolate, mas nunca pensei que seriam nessas condições.
Quando a vi deitada no banco do ponto de ônibus, já sem forças, meu sangue borbulhou de ódio, quis matar o merda do seu marido, por ele ter coragem de deixá-la sozinha naquela tempestade num banco frio, e o pior grávida.
GRÁVIDA!
E o meu ódio só aumentava mais, quando ela gritava de dor.
Eu tive que me controlar ao máximo, para não a carregar para o meu colo, e tentar acalmar a dor que ela sentia.
MAS QUE MERDA!
Quando eu a vi se contorcendo no banco, mesmo em meio a grande tempestade, eu a reconheci, pois o seu rosto estava gravando na minha mente, não pensei duas vezes em abandonar o carro, junto com a Nonna, para ajudá-la. Eu fiquei maravilhado, por ela ser uma mulher forte, corajosa e determinada. Ela foi muito valente, em iniciar o seu trabalho de parto, sozinha. E quando a ambulância chegou, eu pude respirar de alívio, pois sabia que ela já estava segura.
Eu fiquei a noite toda vigiando, com medo que ela sumisse.
E hoje, pela manhã, estava escutando a conversa dela com a minha Nonna, por de trás da porta, e quase fui pego no flagra pela enfermeira.
Quando escutei ela falando que não tinha marido e muito menos sequer um namorado, por um minuto eu fiquei feliz, mas cheio de raiva. Por mim como também por ela. Por ela, pois o cara que a deixou grávida, a humilhou e negou a criança. E fiquei com mais raiva ainda por ela estar se culpando, mesmo não tendo culpa de nada, aproveitaram do seu momento de carência e falta de atenção, e ele chegou prometendo isso a ela, para logo em seguida a fazer sofrer.
Por mim, porque eu sou um covarde, me deixo ser dominado por uma mulher que não amo, e ela muito menos, mas não consigo pegar a merda do papel do divórcio e assinar.
Eu realmente sou um grande covarde...
Entro no meu quarto me arrastando até ao banheiro exausto. A noite foi bastante cansativa, eu preciso de um banho, descansar e logo em seguida procurar o Aldalberto, para ter mais informações da Maria Luíza Barros.
__ Ah, só agora lembrou que tem uma esposa Guto.- Aurora entra no quarto feito um furacão.
__ Pare de drama! - falo com a voz suave.
__ Drama? Você me deixou dormindo sozinha para cuidar de uma desconhecida! Você tem noção do quão grave é isso?.- Encaro o seu rosto com tédio.
__ Você quer falar sobre deixar o outro dormindo sozinho?- pergunto com os olhos semicerrados. - NÃO me faça rir, quantas vezes você me deixou sozinho no apartamento, só para ir transar com o idiota do meu primo, hum quantas? - ela engole em seco desviando o seu olhar do meu.
__ Fale baixo seu imbecil! - ela me repreende indo se deitar na cama. Reviro os meus olhos, calçando os meus chinelos. - O que foi? Você sempre se mostrou indiferente quanto a isso, sempre foi frio como se não ligasse para essa merda, o que deu em você agora? Se eu transei com o seu primo foi porque você não me dava atenção, então eu tive que procurar atenção fora de casa. - trinco o maxilar me controlando ao máximo para que eu não a esmague.
__ Eu falo na altura que quiser, está com vergonha que todos saibam das suas escapadas? E eu ficaria incomodado se eu realmente amasse você ou se tivesse nutrido algum sentimento depois do nosso casamento, mas eu realmente devo agradecer a ele por isso, pois eu tinha ótimas noites de sono, ao contrário de agora que preciso aturar você. – jogo toda a verdade na sua cara para ver se ela se toca e pede o divórcio. – Aurora, vamos terminar essa merda, antes que possamos sair mais machucados do que já estamos. Você não percebe que esse casamento acabou faz tempo!
Falo já cansado de toda essa palhaçada.!
__ Foi só você dormir fora de casa um só dia que voltou louco. - ela diz apontando o seu dedo indicador na minha direção. Nego passando as mãos no meu rosto.
__ Ah não eu estou muito são, você que é louca, se acha que vou ficar te aturando até o fim da vida! Quer saber? Faz o que quiser, mas eu já avisei que não aguento mais esse casamento de aparências.- rebato fechando a porta do banheiro as minhas costas.
****
Abro os meus olhos, quando sinto mãos em cima do meu ombro os sacudindo de leve.
__ Por que não está dormindo no seu quarto Guto?- pergunta a minha Nonna, com a sua voz sempre suave.
__ Eu tive uma leve briga com a Aurora então eu vim para o escritório para tirar um cochilo. - respondo sentando no sofá, batendo o lugar vazio para a minha Nonna que logo se junta a mim.
__ Mas tem o quarto de hóspedes meu amor, por que não foi para lá?- dou de ombros puxando a minha Nonna para um abraço. Ele me abraça e me olha seriamente- Guto esse seu casamento é muito estranho, estou tentando não me meter, mas vejo que você não está feliz meu bem. – Desvio meu olhar do dela, e pigarreio mudando de assunto.
__ A Senhora viu a Maria Luíza?- pergunto como quem não quer nada. Ela assente sorrindo, consegui me livrar do assunto casamento, por enquanto.
__ Ela está radiante com a chegada do seu filho, e já esta disposta para iniciar o trabalho, graças a Deus que tudo correu bem. - assinto.
__ Eu decidi ir jantar na casa do Aldalberto hoje, para saber como a Maria Luíza está. - falo quebrando o silêncio que havia se instalado no escritório.
__ Guto essa sua preocupação toda por essa menina, está me deixando desconfiada. - ela fala com os olhos semicerrados na minha direção. – E não pense que não percebi você mudando de assunto, sua velha sabe das coisas, você não me engana! – Fala cruzando os braços.
__ Não é nada disso que a senhora esta pensando Vó! - Minto mais para mim do que para ela.
__ Vó? Desde quando isso?- pergunta indignada com a voz cheia de humor.
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