35- Maria Luíza Barros

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A palestra terminou, enquanto eu só sabia olhar para o chão.

Eu fugi do seu olhar o tempo todo, sempre que eu levantava os olhos lá estava ele olhando fixamente para mim, aquilo me deixava sem jeito e eu estava a todo o momento me remexendo na cadeira, sempre chamando a atenção do Bruno que me olhava com o cenho franzido.

__ Maria Luíza vamos? - pergunta o Bruno segurando a minha bolsa. Assinto mordendo os lábios ainda pensativa e apreensiva.

Será que ele virá falar comigo?

__ De repente você ficou estranha. - o Bruno fala me fazendo morder os lábios com mais força ainda, não que seja por mal mas com essa carga de novidades que tive agora a sua presença está me irritando.

__ Foi apenas impressão sua. - digo com a voz baixa.- Merda! - praguejo baixo quando vejo que o Augusto caminha em nossa direção, lindo e majestoso, as meninas da faculdade estão acenando para ele e soltando risinhos.

Oh, elas não sabem que ele é o pai do meu filho, sinto o meu coração aquecer e uma enorme vontade de chutar o traseiro de cada uma me consome.

__ Uhmm tá. - murmura o Bruno puxando a minha mão e entrelaçando na sua, fecho os olhos buscando paciência para não ser rude com ele. - Olha só o moço da palestra está vindo para cá.- assinto fazendo pouco caso.

Mas o meu coração está a mil por hora, e estou bastante irritada pois, tive uma repentina mudança de humor.

__ Quanto tempo Maria Luíza! - fala o Augusto, soltando uma risadinha debochada. Aquilo faz o meu estômago embrulhar, será que ele se tornou alguém esnobe, mas a culpada por isso fui eu, a minha consciência pesa por saber que grande culpa é minha.

Bruno aperta ainda mais a minha mão, me fazendo piscar freneticamente, estou usando todo meu auto controle para não puxar a minha mão da dele e não parecer rude.

O olhar de Augusto cai nas nossas mãos entrelaçadas e olha para elas com desdém.

Oh sim! Ele mudou.

__ Você conhece ele Maria? - assinto mordendo os lábios, nervosa.

__ Sim ela me conhece, wow e como! - ele fala com o seu sotaque que me deixa de pernas bambas. E de um jeito bastante arrogante. Deixando-me mais irritada, se é que isso é possível.

__ Uhum bom, Senhor nos der licença nós ja vamos para casa. - fala o Bruno  me deixando com raiva. Desde quando ele se mete nos meus assuntos.

__ Você pode ir garoto, o meu assunto mesmo é com a mãe dos meus filhos.- Augusto rebate de um modo grosseiro e bastente arrogante apontando para mim com o queixo . Bruno aperta de leve a minha mão, pois ele está desconfortável com esse ambiente, eu também estou.

Quando foi que ele se tornou assim?

__ Então nos vemos amanhã Maria. - Assinto, ele me da um beijo na bochecha e se vai, sendo monitorado pelo Augusto, que tem um olhar bastante intimidador. Encolho os meus ombros me sentindo sozinha.

Quando o Bruno estava aqui, mesmo irritada com a sua presença, eu não estava me sentindo sozinha, mas agora me sinto e o pior é o olhar do Augusto para cima de mim.

__ O que lhe trás aqui? - pergunto num fio de voz, e até eu mesma me surpreendo com a minha coragem. Ele aponta para a minha barriga, ja crescidinha que está escondida por cima do macacão.

__ É óbvio. - responde fazendo pouco caso.

__ Uhmm.- apenas digo isso e olho ao redor fugindo do seu olhar.

__ Então vamos almoçar. - ele fala já caminhando rumo a saida do campus universitário.

__ Você deveria perguntar primeiro se eu quero comer! - falo já me cansando de ser tratata feito uma idiota.

__ Pelo que eu saiba você só comeu quando saiu de casa, mas tudo bem. - ele suspira relaxando os ombros.- Você quer almoçar comigo?

Assinto o seguindo.

****

__ Então você tá de caso com aquele garoto lá? - pergunta tomando um gole do seu suco.

__ Você anda me seguindo?- o respondo com outra pergunta. Ele sorri mas logo fecha a cara.

__ Você não respondeu a minha pergunta.- fala com a voz baixa e sedutora, me remexo na cadeira.

__ E você muito menos a minha. - falo vendo ele sorrir de lado.

__ Você anda muito bocuda. - fala voltando a sua atenção ao seu prato. Surpreendida com a sua resposta. Abro a boca e fecho diversas vezes mas nada sai. Eu pensei que ele sentiria ciúmes, que iria insistir em saber sobre o Bruno, mas realmente ele parece não se importar.

Depois de longos minutos num silêncio irritante, ele decide quebrar soltando uma bomba.

__ Na próxima semana, estaremos de volta ao Brasil. - engasgo com a minha própria saliva, vejo ele se levantando vindo até mim. Levanto a minha mão o impedindo.

Ela volta se sentar bufando.

__ Eu não vou.- falo num fio de voz, depois de ter dado um gole na água.

__ Eu não perguntei, estou falando que na próxima semana nós vamos voltar para o Brasil, esse tempo que ficaremos aqui será para você se despedir de todos, principalmente do seu amiguinho.- disse me olhando fixamente me fazendo suspirar.

__ Eu não posso voltar agora sabe, a minha vida esta aqui Augusto você deve entender.

__ Não eu não vou, eu quero acompanhar a gravidez do meu filho de perto. - ele enfatiza o filho me fazendo sentir mal.- E não será você nem ninguém que irá me impedir, nem que eu tenha que te colocar dentro do avião a força eu farei, então voltaremos para o Brasil semana que vem, agora vamos dar um passeio, enquanto não dá a hora de ir buscar o meu filho.

__ Você tá insuportável Augusto!

__ Não me diga? Por que será mesmo hein? Você sumiu do Brasil sem ao menos me dar uma explicação, eu tive que saber pelos outros que você teve uma conversa com a Aurora e que isso a fez ir embora, CAZZO!  Você tem ideia que nem me dizer que estava grávida você disse? Eu fiquei decepcionado, pois achei que você confiasse em mim, assim como eu confiava em você.

Confiava, essa palavra está martelando na minha mente, agora ele já não confia mais.  Ele se levanta e me avisa que vai ao banheiro.

Limpo a lágrima solitária que cai do meu olho.

Tentei me manter forte perante a indiferença dele, mas sabia que não iria aguentar por muito tempo.

De uma coisa eu tenho certeza, nós precisamos conversar.







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Beijão até a próxima



Aos Meus Pés (Completo)Onde histórias criam vida. Descubra agora