38- Augusto Perroni

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Me levanto cedo sem ânimo nenhum, fico por alguns minutos trabalhando, decido sair da cama e me lavar

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Me levanto cedo sem ânimo nenhum, fico por alguns minutos trabalhando, decido sair da cama e me lavar. Recebi o e-mail do diretor da faculdade da Malu tem poucos minutos, avisando que ela já foi lá para acertar tudo sobre a sua transferência.

Sorri internamente.

Vou ao banheiro e faço as minhas higienes, seco o meu corpo com a toalha e pego outra enrolando em volta da minha cintura, escuto batidas na porta, estranho isso, deve ser alguém do hotel e saio do banheiro indo abrir.

Talvez seja a camareira.

Abro a porta me surpreendendo ao encontrar a Malu, parada e com a cabeça baixa. Ele me encara e sem que eu espere avança, colocando os seus lábios que eu tanto senti saudades nos meus.

Suspirei, correspondendo o beijo na mesma hora, puxo o seu corpo de encontro ao meu e sinto cada célula ganhar mais vida e aquecer. Ofego sentindo a onda da sua barriga, ali aonde está o nosso filho.

Nos separamos do beijo ainda tontos. Os seus lábios estão entreabertos. E mais cheios, planto um selinho, a puxo entrando no quarto e fechando a porta.

A abraço por trás, mas ela logo a sinto arquear as suas costas, quando nota o volume na minha toalha. Dou um sorriso de lado, levo minha mão até a sua barriga, sentindo ela estremecer nos meus braços.

__ Augusto me perdoa por tudo, me perdoa por ter duvidado de bocê, pois eu deveria esperar por você para uma explicação, mas eu fui uma covarde e fugi - fala ainda de costas para mim, a viro pronto para encerrar esse assunto, mas ela nega segurando o meus rosto com as suas delicadas mãos.- Eu preciso falar, deixe-me falar tirar tudo o que está aqui.- disse apontando para o seu peito.

__ Eu não sei por onde começar é tanta coisa. - fala passando as mãos no seu vestido que por sinal é curto, estreito os meus olhos para o vestido, vendo que vários homens olharam para as belas pernas da minha mulher. Mas suspiro de alívio, quando vejo a onda da sua barriga marcando o vestido... Se bem que tem caras que olham mesmo assim eu, por exemplo, reparei nela mesmo grávida e me encantei.

__ Comece por onde você acha que deve começar, só não me esconde nada, por favor. - peço olhando no fundo dos seus olhos ela assente tímida.

__ Eu tinha uma vida perfeita, uma família que era unida e nos amávamos muito, bom era isso que eu julgava.- Ela ri amargamente antes de continuar.- Sabe, nós não precisávamos de muito para sermos felizes, mas tudo isso acabou num passe de mágica, quando descobrimos que a minha mãe tava com câncer e ele estava bastante avançado, não tinha como ela sobreviver, eu tranquei a escola para poder fazer alguns bicos para pagar o hospital e as despesas.- suspira segurando as lágrimas ao máximo.- Ela foi forte até o seu último suspiro, lutando pela sua saúde, e pela nossa família que estava destruída. O que me deixa mais triste é saber que o meu pai, fazia juras de amor, mas no momento que soube que a sua amada esposa estava com câncer, a única coisa que fez foi fugir, ele ficava dias fora de casa voltava bêbado e cheirando a perfume de mulher, e aquilo a deixava triste, sabe não só a ela, mas a mim também.

As lágrimas rolam pelo seu rosto livremente vejo o seu olhar perdido, a conduzo até a cama e ela faz tudo isso no automático.

__ Daí que ela morreu, e não completou uma semana, o meu pai já tinha enfiado outra mulher em casa, eu vivi um inferno, ficava dias sem comer só por não conseguir fazer algo que a minha madrasta queria, mas graças a Vó Rosa que nem sempre eu dormia sem jantar, sempre que ia a sua lojinha ela me obrigava a comer algo, ela era boa, eu tenho a certeza que ela está em um bom lugar.- fala fechando os olhos e chorando copiosamente. Tento a impedir de continuar a falar mas ela nega.

__ Eu preciso tirar o que tá aqui.- volta a falar, mas isso me deixa mal, pois eu estou sentindo a sua dor. - Daí conheci o Yuran enganou-me, tirou a minha virgindade e negou a gravidez do Lourecinho, mesmo ele sabendo que foi o único homem com quem eu dormi.- Trinco o meu maxilar só de escutar isso.- fui morar numa pousada e fui expulsa de lá por não ter como pagar.

__ Mas você não trabalhava na lojinha.- ela assente sorrindo fraco.

__ Sim, no dia que era para pegar o meu salário, eu soube que a Vó Rosa havia perdido a vida. E depois disso o nosso encontro quando estava dando a luz ao meu pequeno.- fala sorrindo abertamente e passando as suas delicadas mãos no meu rosto.

__ Mas eu não conheci você ali no banco dando a luz.- ela me encara com o cenho franzido.- Eu conheci você quando cheguei ao Brasil e ia a Fazenda dos meus avós eu procurei tanto por ti amor, que quando a vi ali, eu soube que jamais iria te deixar ir embora, por isso que quando soube que havia fugido de mim eu fiquei louco, Cazzo como fiquei.

__ Eu já devia imaginar, mas me perdoe por isso, sabe se hoje eu sou insegura é por ter medo de me envolver com alguém que me faça o mesmo que fizeram com a minha mãe, Augusto eu soube que ela morreu infeliz, triste, e eu sou insegura pois o primero homem que me deitei me tratou feito um lixo, eu não me orgulho por ser imatura, mas fugir se tornou como um método de defesa para mim, e eu fugi apenas para proteger os nossos filhos, Augusto aquela mulher é louca, eu temia mais por eles, caso não fizesse o que ela queria, ia acabar ferindo o Lourencinho, eu sei disso.- ela fala trêmula, não tem como não odiar a Aurora.

__ Tu sabe que eu jamais faria isso que eles fizeram.- digo me referindo ao seu pai e ao Yuran, que por sinal, já não temos negócios.- Eu quando falei que te amo não foi da boca para fora, eu realmente te amo, e amo os nossos filhos, eu faria tudo para vê-los felizes e protegê-los, você deveria ter confiado mais em mim.- digo e a vejo assentir emocionada, voltando a se desmanchar em lágrimas.

__ Eu sei e me perdoe meu amor, me perdoe por isso, Augusto vamos recomeçar, sem medo da minha parte, sem mentiras, sem inseguranças e sem esconder nada um do outro, vamos começar do zero.- assinto a puxando para o meu colo.

__ É o que eu mais quero, vamos recomeçar meu amor, agora sem medo.- digo e logo em seguida colo os meus lábios nos seus.








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