Epílogo

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Alguns anos depois

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Alguns anos depois


Termino a minha chamada com a Dona Cristina, ja sentindo saudades de escutar a sua voz, não faz nem um mês que estávamos no Brasil e eu já estou com saudades. A verdade é que, por mais que fique apenas uma semana fora do Brasil, parece que um pedacinho de mim fica lá. Sempre é assim, por isso que, quando as crianças tem férias eu arrasto todo mundo comigo.

Sou casada com um italiano e as empresas estão aqui, na Itália, por isso tivemos que nos mudar para cá a contra gosto. Não que eu ache um péssimo lugar para ficar, mas meu Brasil é o meu Brasil.

Dou uma mordida nos bombons Perroni, surpreendendo-me por serem tão gostosos.

Gemo de satisfação quando sinto derreterem na minha boca.

Se meus filhos e o meu querido esposo me verem nessa situação, provavelmente a minha cabeça estará na mira deles. Nós fizemos um acordo de só comer bombons nos finais de semana, mas não resisti, sempre chego cedo do serviço, só para comer metade da caixinha.

Mas o que eu posso fazer, não consigo resistir a eles, sempre que abro a geladeira, lá estão me chamando para que eu possa degustar. O culpado é o Augusto que traz para casa, eu não tenho culpa, não sou de ferro.

Enfio outro na boca e dou uma leve dancinha, ainda que sentada.
Continuo estudando os processos, quando fazia o curso de direito, eu achava que seria tudo fácil, mas vi que paguei a língua, dei duro na faculdade e ainda devo dar duro para poder ganhar sempre vários julgamentos. Se hoje o meu nome é conhecido aqui na praça, eu falo com o maior orgulho que foi por mérito meu mesmo.

O Augusto até tentou, mas eu ficava arretada e já dava um chega para lá. Pode parecer orgulho da minha parte, mas eu queria conseguir isso sozinha sabe. Sou grata a ele por ter aberto o escritório de advocacia para mim. Isso nem tive como negar, ele me perturbou tanto que acabei cedendo.

Meus olhos param na estante repleta de retratos da nossa família, especificamente na foto do dia do nosso casamento em que estou com o Lourenço, ainda bebê, no meu colo e Augusto segurando a minha cintura.

Aquele dis foi épico, o dia mais feliz da minha vida.

Se passaram tantos anos e quando fecho os olhos, me lembro como se fosse ontem.

Tanto anos se passaram e eu ainda amo o meu marido loucamente, e amo muito a minha família.

Como o tempo passa rápido todo mundo tomou um rumo na vida, a minha prima casou-se e tem três filhos, a Jady e o Felipe idem mas eles tiveram um casal. E sem contar com os outros primos do Augusto.

A família Perroni só está crescendo a cada dia.

Escuto um baque na porta e me engasgo com a minha própria saliva, junto com o bombom, mas mesmo assim, tendo crise de tosse, me preocupo em terminar a missão de esconder os bombons o mais rápido possível.

Eu estou ferrada como não escutei o som do motor do carro?

__ Mamãe, o Lourenço quer me bater.- escuto a voz da Ana Alice e os seus passos apressados engulo o bombom com muito custo e bebo água tentando apagar  os vestígios do meu crime.

Limpo a garganta antes de falar.

__ Lourenço eu já falei, pare de ameaçar a sua irmã.- digo me virando sabendo que estão a minha trás.

__ Foi ela quem começou mãe.- fala o Lourenço se justificando. O meu bebê está tão crescido. Ele me encara desconfiado, olha para o meu colo com os olhos semicerrados.

Engulo em seco, e dou o meu melhor sorriso.

__ Eu? Uhm sei.- fala a minha filha lançando um olhar cheio de deboche para o irmão, que a encara cheia de raiva e os punhos cerrados.

Alguma coisa a minha filha sabe ou aprontou!

__ Essa garota é chata mãe.- fala o Lourenço subindo para o seu quarto pisando duro. O acompanho com os olhos o vendo sumir escada acima.

Encaro a minha filha que tem um sorriso cínico no rosto.

__ Oque você fez ao seu irmão?- ela dá de ombros e me dá um beijo no rosto.

__ Eu?- tem um grande tom de cinismo na sua voz.- Nada mamãe, ele que é chato.

Diz pegando a sua mochila e subindo para o seu quarto, mas eu aposto que ela vai primeiro irritar o seu irmão mais ainda.

__ Já aviso Ana, se o seu irmão bater em você não venha me encher o saco não, porque foi você quem provocou.- digo vendo ela caminhar nas pontas dos pés, indo provocar o seu irmão.

Ela bufa e vai para o seu quarto.

Balanço a minha cabeça, o meu momento de paz acabou faz tempo.

Termino os meus bombons e vou deixar a caixa o mais longe possível da vista dos meus filhos e marido.

Faço o meu banho e visto algo leve,vou ajudar a Martina no jantar, eu amo fazer isso!

Sinto braços fortes rodeando a minha cintura e um beijo no pescoço deixando-me arrepiada remexo-me manhosa nos seus braços.

__ Você chegou cedo- falo vendo as horas no relógio de parede.

__ Sim, para poder ser seu Amor.- fala me virando e atacando os meus lábios, arfo durante o beijo quando o sinto roçar o seu membro já duro contra a minha barriga, e logo em seguida aperta a minha cintura.

__ Vamos subir?- fala com a voz mais rouca que o habitual, assinto, desligando o fogão, sabendo que a Martina irá dar continuidade dali em diante.


****

Encaro todos na mesa e ainda percebo um clima entre os meus filhos e isso já começa a me irritar.

__ Parem com isso!- digo e vejo todos de olhos em mim volto a falar para assim justificar para o meu marido, que não tem nada haver com ele.- Vocês dois, eu odeio ver meus filhos amados brigados, eu odeio isso, e seja lá qual for o vosso problema, eu não quero saber, eu quero que vocês a partir desse momento façam as pazes.

Digo vendo os dois trocarem os olhares.

__ Mas mãe, eu não fiz nada.- Ana Alice justifica-se com a voz manhosa.

__ Claro que não fez. - fala o Lourenço revirando os olhos.

__ Eu não tenho culpa se você está apaixonado pela Ângela Wonder, e ela agora não quer olhar para a sua cara, só porque descobriu que o homem que colocou a sua mãe na cadeia foi o papai.- arregalo os olhos quando escuto toda a informação.

__ Chega Ana Alice, se não fosse por causa da sua amiguinha jamais saberíamos disso, aliás eu nem sabia disso! Agora ela nem para a escola quer ir mais.- fala o Lourenço levantando-se da cadeira e subindo para o seu quarto furioso.

Encaro o Augusto, que pede licença e sobe para o quarto do Lourenço.

__ Filha você deve desculpas ao seu irmão, isso que vocês fizeram foi feio, não só a ele, mas como a Ângela também.- falo com a voz dura e ela assente cabisbaixa.

__ Eu vou, eu não quero ficar em pé de guerra com o  meu irmão mais velho, eu o amo demais, e não se preocupe irei pedir a Ângela também.- sorrio vendo que realmente ela se arrependeu do seu ato.

__ Então amanhã depois da escola vamos para a casa dela.- ela assente ficando com as bochechas coradas, ela está com vergonha.

Essa família ainda vai me deixar com os cabelos brancos antes do tempo.

Aos Meus Pés (Completo)Onde histórias criam vida. Descubra agora