14.

4.5K 439 677
                                    

Noah:

Minha cabeça estava bem cheia, tenho que ir numa missão com os meninos no fim se semana. Eu sempre fico agitado quando temos esse tipo de trabalho, pois nunca sabemos se vamos voltar vivos.

Temos que receber um carregamento na fronteira, e na maioria das vezes algum grupo rival tenta interceptar as cargas.

Dirigia em silêncio até minha casa. Any estava ao meu lado.

Queria desestressar um pouco, tentar relaxar antes de ter que aguentar toda a loucura que vai ser pra receber as cargas.

Eu não vou mentir e dizer que não sei o porquê quero a Any. Não sou nenhum pouco dissimulado, sempre vou falar a verdade.

Ela é viciante. Essa é a verdade.

Depois do que pareceu longos minutos, estava estacionando o carro no jardim.

Descemos do carro indo pra casa. Any abraçava o próprio corpo, parecia está com frio.

Eu conseguia ver algumas marcas em seu ombro, aquilo havia me deixado puto.

Não é ciúmes dos outros caras, é raiva por eles não saberem ser mais cuidadosos.

A gente só deixa marcas quando ambos sentem prazer.

Quando vai além do que se entende. Quando as marcas te fazem recordar algo que te fez gemer, enlouquecer, sentir prazer...

Estavamos subindo a escada para ir pro quarto.

-será que eu posso ver o Andrey?- Any pergunta.

-são três da manhã, ele está dormindo- falo.

-eu juro que é rápido, só quero ver como ficou a testa dele.

Ela sorri meio sem graça.

-tudo bem.

A levo até o quarto dele. A luz do abajur giratório fazia com que o desenho dos planetas refletisse por todo o quarto.

Andrey dormia calmamente em sua cama. Observo Any ir até ele, ela senta com cuidado na cama o olhando.

-ele é tão lindo- ela fala baixinho- se parece muito com você.

-comigo?- pergunto.

-Sim...

Me aproximo mais dá cama. Observo bem o rostinho dele. Um sorriso brinca em meus lábios.

Ele é igualzinho a mim quando era criança. Mas por que vejo a Clara nele?

Deve ser porquê a amei muito.

-vem, vamos deixá-lo dormir.

Any levanta pra sair, porém faço uma coisa que não é muito comum pra mim.

Vou até Andrey e beijo a testa dele.

-papai te ama- sussurro.

...

Beijava Any com tanto desejo. Suas mãos acariciava meu cabelo.

Ela estava sentada em meu colo, de frente pra mim.

Ela tinha tirado minha camisa. Sentia meu corpo quente, e esquentava mais a cada toque dela.

Seguro seu cabelo firme entre minha mão livre. Mordo seu queixo, desço meus lábios por seu pescoço.

Solto seu cabelo. Desço minhas mãos até a barra de seu vestido e o tiro.

Any me deixa confuso quando sai apressada de cima de mim. Ela tentava cobrir o próprio corpo, mas eu já tinha visto tudo. Sua pele estava marcada com dedos, marcas roxas.

-Noah, eu não quero transar com você- Any fala me olhando- eu não consigo, meu corpo está todo feio- choraminga.

Ela passa os braços na frente dos seios.

Tentava ao máximo se tapar.

Não estou com raiva, a entendo perfeitamente.

-tudo bem Any, não precisa fazer nada- falo a olhando nos olhos- pode pegar uma camisa minha e vestir.

-mesmo?

-mesmo!

A observo enquanto ela veste a camisa que eu estava a um tempo atrás. Ela parecia mais aliviada.

Minha consciência estava pesada. E nem venham falar que eu tenho coração e blá blá blá...

Todo mundo tem um coração, é um órgão muito importante pra gente poder viver.

-quer comer algo?- pergunto ficando de pé.

-está mesmo me tratando bem?- pergunta confusa.

-aproveita, é por tempo limitado!

...

Any estava sentada ao meu lado. Estávamos comendo sanduíche e tomando suco.

O silêncio que pairava entre nós dois era muito chato.

Eu estava surpreso comigo mesmo. Estou sendo legal demais, pareço um otário.

Deixei que ela visse Andrey.

Não transamos.

Dei uma camisa a ela.

A chamei pra comer.

Que porra é essa?

-você deve está aprontando algo- Any fala quebrado o silêncio.

- por que?

-está sendo legal demais comigo.

Acabo esboçando um sorriso pra ela. Eu realmente estou sendo uma pessoa totalmente oposta.

Mas não pensem que estou mudando, até porquê, as pessoas não mudam, elas melhoram, porém esse também não é o meu caso. Só não quero ser um filha da puta o tempo todo.

-juro que não estou aprontando- falo.

-Mas eu não acredito em você- fala descontraída.

-E você tem motivos pra isso! Mas acredite, não estou aprontando nada pra você, só sou eu sendo um bom samaritano- gracejo arrancando uma risada dela.

-você é tudo Noah, menos um bom samaritano.

-eu sou legal- falo rindo- só sou ruim quando brincam comigo, quando me fazem de otário... bom, não preciso listar.

-eu não fiz nada com você e você foi e ainda é terrível comigo- Any fala me olhando intensamente.

Eu não sabia o que dizer. A verdade é que ela conseguiu me deixar sem palavras. O que ela tinha dito é verdade.

Any não me fez nada, ela apenas me viu no assalto, mas aquilo não queria dizer que ela falaria algo.

Josh tem razão, ela não merece passar por nada disso.

-desculpa- falo me surpreendendo- você não merecia passar por nada do que eu te fiz passar.

-meio tarde para se arrepender Noah.

-eu sei, mas estou me desculpando, sei que o que fiz foi terrível, que nunca poderei reparar, mas estou sendo sincero com você.

Os olhos dela estavam cheios de lágrimas.

-me tira da boate, faço o que você quiser, mas por favor, não me obriga a ficar naquele lugar, não quero mais me prostituir, isso me machuca- ela fala em meio às lágrimas- me tira de lá Noah.

Any pega minha mão levando até o coração dela.

-eu prometo que não falo nada pra ninguém- ela fala ainda me encarando- eu fico com você, te ajudo no que você precisar, cuido do Andrey, dos meninos quando estiverem machucados, mas por favor, não me leva pra boate.

Meu coração batia forte demais, fazia tempo que eu não me sentia tão nervoso.

-Noah, diz alguma coisa...

...

tráfico Onde histórias criam vida. Descubra agora