tráfico

6.

Noah:

Onde eu estava com a cabeça em aceitar o que Any tinha pedido?

Era só apertar o gatilho e estava tudo resolvido. Porém eu tinha que admitir que vai ser ótimo tê-la na boate. Não da pra negar que ela é bonita, tem o perfil que muitos caras gostam.

-então você deixou a garota viver- Josh fala entrando na minha sala.

Lamar e Krys também estavam com ele.

-ela vai trabalhar na boate.

-você não tem medo dela falar algo?- Lamar pergunta.

-não, ela sabe que se falar algo, eu acabo com a raça da tia dela e que ela morre junto.

-você já sabe em que setor ela vai ficar?- Krys pergunta.

Faço que sim.

-no que mais dá dinheiro- falo de forma óbvia.

-não sei não cara, ela vai te dar muito problema- Josh observa- ela até deve ser virgem.

-Isso não é um problema- falo.

-você é nojento- Josh comenta- ela não merece passar por isso, dá uma boa quantia em dinheiro pra ela e manda sumir.

-você é tão ingênuo Josh, nem parece que é assassino, traficante... acho que eu não preciso dizer o resto. Essa garota vai fuder com a nossa vida se não ficar por perto.

-você devia tê-la matado- Lamar fala chateado.

-agora não, tenho certeza que terei outras oportunidades.

...

Any:

Noah cumpriu com a palavra dele. Consegui me despedi da minha tia. Tive que mentir pra ela. Falei que ia embora, dividir apartamento com uma amiga. Conseguir devolver o dinheiro dela que ainda estava na minha bolsa.

Ela me chamou de ingrata e muitas outras coisas. Pelo menos me ajudou a colocar minhas roupas numa mala.

Eu queria chorar o tempo todo, contar o que estava acontecendo, mas os homens do Noah estavam em um carro do outro lado da rua me vigiando.

Agora estou indo pra tal boate. O medo corria por minhas veias.

Noah tinha até me deixado tomar um banho, ele conseguiu uma roupa pra mim com a namorada do Josh.

Não sei como eles podem fazer parte de tanta sujeira. Mas o que mais me surpreende, é Noah, o cara tem um filho - que é muito adorável - como que ele pode ser tão ruim?

Bailey dirigia o carro prestando muita atenção. As vezes ele me olhava pelo o espelho do carro.

Acho que ele não esperava que eu realmente fosse ficar viva.

-Bailey- o chamo.

-sim?

-A boate é muito ruim?

-Acabou de abrir, não sei te informar.

-Acho que fiz errado em ter negociado com ele, não quero me prostituir- minha voz sai chorosa- isso é horrível, vender meu corpo pra dar dinheiro a ele.

-é a única coisa que pode salvar você e sua tia.

Depois de um tempo, Bailey estava estacionando de frente a um estabelecimento muito bonito.

Noah tem bom gosto.

A fachada era toda preta, o letreiro era dourado e tinha um desenho de uma boca atrás em neon.

Lux

Aquilo ali seria ótimo, se não fosse uma boate de prostituição.
Descemos do carro, porém travo sentindo nervosismo.

-Any, vou te dá um conselho- Bailey fala ficando frente pra mim- o Noah é um cara sem compaixão, não ache que só porque ele te deixou viver, que você não corre risco, é só você sair da linha e desobedecer uma ordem, que ele vai revidar, e você não vai aguentar.

-por que está sendo legal comigo?

-acredite, eu não sou assim, consigo ser tão mau quando Noah, mas não acho que você o entregaria pra polícia, você é inteligente.

E sou mesmo, eu não o entregaria.

-e mais uma coisa, essas garotas que estão aí dentro, todas são invejosas, até as que estão aqui sem vontade, não as subestime e evite ao máximo arrumar confusão.

-tudo bem, não vou fazer nada.

-assim eu espero.

...

Bailey estava coberto de razão, aquelas meninas são podres. Eu sabia que muitas mulheres se prostituiam porquê queriam, mas não imaginei que elas pudessem ser tão cruéis.

Ao contrário delas, eu não tinha um super corpo. Nem chamo muita atenção, mas como uma delas disse - nada que uma boa maquiagem não resolva. - Minha vida acabou, eu cavei minha própria cova.

Respiro fundo pela milésima vez. Me olho no grande espelho que tem no quarto.

Somos onze, cada uma tem sua cama, menos eu. Isso mesmo, não tenho onde dormir. Era pra ser dez garotas, mas aí eu fiz negócio com o capeta e vim parar aqui.

-Toma, passa esse batom- uma garota me da um batom vermelho.

-eu não...

-olha, sei que você não queria está aqui, mas também sei que você não quer arrumar encrenca com o chefe, então deixa eu te maquiar, pelo menos vai disfarçar sua cara de medo.

-tudo bem.

-A propósito, me chamo Joalin, e você é?

-Any Gabrielly, mas pode me chamar só de Any não gosto muito do Gabrielly.

Joalin era legal, ficamos conversando enquanto ela me maquiava. Ela também não queria está aqui, mas agora aquela era sua vida, não tinha muito o que fazer.

Um tempinho depois, eu já estava pronta. A maquiagem tinha ficado ótima.

-eu adorei, pena que a ocasião não me agrada.

-é só não pensar demais, pensa que você está numa festa com suas amigas e que você está se divertindo muito, o primeiro cara que chegar em você vai ficar louco.

Minhas amigas.. Será que elas estão se perguntando o que aconteceu? Será que me procuraram?

-desmancha essa cara, Any- Joalin pede- faz um esforcinho.

-tudo bem.

Pego um vestidinho preto da arara de roupas. Ele é todo de paetê, com alcinhas finas e vai até um pouco abaixo da minha bunda. Destacou na minha pele morena.

Ponho um salto nude e volto a me encarar no espelho. Até que não está vulgar, me sinto mais confortável.

-Any, uma pergunta, você já transou?...

...