27.

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Noah:

Eu me sentia um bosta.

Não conseguir reverter a situação e agora todos somos reféns. Pelo menos meu filho está a salvo.

Observava Any de onde eu estava. Ela estava no topo da escada, Simon estava falando como eu era burro...

Sou mesmo!

Como não previ que esse atentando ia acontecer?

Meu maior medo agora era de que Simon fizesse algo com Any. Ela não estava bem, o que aconteceu mais cedo a deixou perturbada.

Não tenho forças pra tentar resistir.

Estou todo machucado. Simon desceu o cacete em mim, é muito fácil deixar a outra pessoa fodida quando se está em vantagem.

Esse filho da puta me amarrou.

-Então Noah, eu acabei pondo as mãos na Any, você não pôde evitar- Simon fala do topo da escada- meu pai ficaria feliz de ver que estou terminado o que ele começou.

- isso é entre nós dois- falo com dificuldade- deixa a Any ir.

-você acha que sou otário como você?- ele pergunta- ela não vai a lugar nenhum.

Simon pega Any pelos braços. Ela me olhava e eu conseguia enxergar o medo em seus olhos.

-ela é muito linda, inteligente... bom, nem tanto, ela se envolveu com você, mesmo depois de tudo o que você fez- ele fala a encarando- doce Soares, é uma pena que eu tenha que acabar com a sua vida.

Ela faz que não com a cabeça. O queixo tremia e os lábios formavam um bico.

-por favor, não faz isso- ela implora- eu não quero morrer.

-ninguém quer!

Ele olha pra mim com um sorriso diabólico.

-NÃO.

Sabe quando você tá vendo um filme, e no momento da tragédia, tudo fica em câmera lenta? Você não consegue ouvir nada, mas sabe que é doloroso e angustiante. Parece que você está vivendo aquele momento na vida real.

Era assim que eu me sentia agora. Simon tinha acabado de soltar Any, ele a empurrou e seu corpo rolava escada abaixo.

Solto um grito muito alto, mas por que eu não conseguia ouvir?

Seu corpo rolava pelos os degraus. Tento levantar, mas recebo um chute caindo.

Any bate a cabeça no chão e seu corpo cai encolhido de frente pra mim.

-não sussurro sentindo meu peito doer- por favor...

Me arrasto até ela.

-Any- a chamo- por favor, olha pra mim- peço.

Ela continuava encolhida, sem se mexer, como se estivesse...

-NÃO, VOCÊ NÃO PODE MORRER.

Sinto as lágrimas preencher meus olhos- Any- gemo entre soluços.
-NÃO, POR FAVOR, POR FAVOR, ABRE OS OLHO.

Sinto quando Lakota, o traídor me solta. Eu podia revidar, podia tentar atacar, mas em vez disso, vou até Any.

A puxo pros meus braços. Ela estava mole, um corte na testa e eu não conseguia sentir a respiração dela.

-me perdoa- peço encostando minha testa na dela- me perdoa... você não pode me deixar, não vai...- minhas lágrimas molhavam seu rosto- por favor, não morre.

A abraço, mesmo que ela não vá corresponder.

-Meu amor, me perdoa, me perdoa.

Abro os olhos a olhando. Seguro seu rosto entre minhas mãos. Ela estava pálida.

O sangue começa a escorrer de seu nariz, deixando um rastro por sua bochecha.

-NÃO.... AAAAAAH... ANY.

A risada do Simon ecoa pela a sala. Sentia meu sangue correr por minhas veias. Meu corpo estava quente, parecia  que eu ia explodir.

- eu te amo- sussurro a olhando- te amo mais do que já amei alguém antes, me perdoa.

Uno nossos lábios num selinho.

Deito o corpo dela no chão. Fico de pé me sentindo sem forças.

Simon me olhava como se fosse vitorioso.

-EU VOU TE MATAR- grito correndo até ele.

Ele ergue o braço apontando uma arma pra mim.

3 tiros e logo sinto uma ardência

Caio no chão com o impacto das balas.
As pessoas costumam dizer que quando você está morrendo, toda a sua vida passa de frente aos seus olhos, mas por que eu só conseguia ver a Any?

Por que ela ocupava meus últimos pensamentos?

Porque a amo!

...

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