3.

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Ele faz um sinal com a mão e oiha pra alguém. No momento seguinte, sinto duas mãos fortes me agarrando.

-não, me solta, eu juro que não falo, eu juro...

-caladinha- o brutamontes fala- colabora comigo mocinha.

-eu prometo que não falo.

Eu estava nervosa.

Não acredito que vão me levar com eles.

-Eu sinto muito -o cara fala.

Não entendo o que ele quis dizer, mas passo a entender quando ele põe um pano no meu nariz.

Começo a me debater, tentando lutar, mas o cheiro forte no tecido me faz ficar mole.

...

Eu sentia tudo girar, uma forte tontura.

Meus pulsos doíam muito, como se estivessem sido apertados.

Abro os olhos com um pouco dificuldade, quase não conseguia enxergar tentando me acostumar com a luz.

Estou amarrada numa cadeira.

Me surpreendo quando vejo o assaltante do banco, sentado na minha frente.

Sabe quando uma pessoa sorrir pra você, porém esse sorriso é totalmente psicopata? É assim que ele está sorrindo pra mim.

Ele segurava uma faca.

Seus olhos são tão frios e sem vida.

A luz amarelada do lugar que estávamos, só o deixava ainda mais assustador.

-onde estou?- pergunto com medo.

-em um lugar onde ninguém vai te encontrar, Any-a voz dele é firme, porém um pouco rouca.

Como ele sabe meu nome?

-como você sabe meu nome -pergunto com a voz trêmula.

-Any Gabrielly Soares, brasileira, 20 anos, estudante de enfermagem, sem pais...criada pela tia- cada informação minha é dita com muita frieza- Sabe, você só tem um único problema pelo o que estou vendo...

-e qual seria?

-você viu demais e ouviu demais...

Ele levanta da cadeira.

Alto, meio moreno, olhos cor de esmeralda, barba feita, lábios bem desenhados, cabelo castanho um pouco encaracolado, corpo em forma.

Ele seria bonito, se não fosse tão calculista, frio e um bandido.

Ele vai me matar!

-por favor, não faz isso comigo, eu juro que fico calada, eu não vi nada- imploro deixando as lágrimas saírem.

-e o que te faz achar que vou acreditar?

Ele passa a faca no meu rosto, mas com leveza, só pra me assustar.

-eu não vou falar nada, por favor... Me deixa ir...

Olho nos olhos dele, tentando enxergar um pingo de compaixão, mas não havia nada, ele não demonstrava emoção alguma.

Ele desce a faca até minha barriga, olha nos meus olhos com bastante intensidade. Sua pupila dilata deixando seus olhos negros.

Ele sente prazer em matar, claro que não vai ter compaixão.

-por favor.. Eu imploro- murmuro já me preparando- eu imploro...

-não sou Deus pra ter compaixão.

Ele ia me esfaquear, mas uma voz o faz parar. Suspiro de alívio, mesmo sabendo que logo estarei morta.

-Noah.

Ele sai de perto de mim, indo até uma um cara bem alto e forte. Ele deve ter uns dois metros.

Então o nome dele é Noah mesmo...

Tento ouvir o que eles falavam, mas não conseguia, eles falavam baixo demais.

Noah vira me olhando e depois faz que não freneticamente com a cabeça.

-é o único jeito- o cara fala.

-merda Bailey- Noah murmura. Noah sai de perto do tal Bailey, ele vem em passos largos até mim.

-você vai me ajudar numa coisa- ele diz ao parar na minha frente- agora presta atenção.

Faço que sim.

-você vai tirar uma bala do braço de um cara que trabalha na minha equipe, e depois vai fazer um curativo, e eu também quero que você olhe uma coisa pra mim, aí depois eu posso até ser mais legal com você.

Ele não vai ser legal, mas eu prefiro colaborar.

-ah, e sem gracinhas, se não sua tia leva um tiro no meio da testa.

E eu sei que ele não está de brincadeira. -tudo bem- murmuro- eu faço.

Isso só vai adiar a minha morte por um tempo, pelo menos eu me preparo pra morrer.

Que merda estou falando? Quem se prepara pra morrer?

Deus, se você existe mesmo, esse é o momento de salvar sua filha...

...

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