9.

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Noah:

Estava no galpão com os meninos. Lamar estava repassando o plano e todos prestavam atenção.

-são duas saídas de emergência, só que essas saídas seram monitoradas hoje.

-e como vamos sair com os quadros?- Josh pergunta.

-não vamos sair com os quadros, pois os quadros que vão ser expostos são falsos, só depois que é dado um lance, que eles te dão a obra original. Precisamos encontrar no andar de cima, o escritório que está guardado todas as cápsulas com as obras de artes e os certificados- Lamar fala apontando pra quantidade de salas que havia na parte de cima.

Estávamos com a planta da galeria.

-tem câmeras no andar de cima, estarei monitorando todas, consegui hackear o sistema, então vocês não seram pegos, ah não ser que façam merda.

-Lamar, quanto tempo teremos pra fazer tudo?

-uma hora, o roubo tem que acontecer durante o leilão.

-temos que dar um lance- falo usando a inteligência- pra não parecemos suspeitos.

Todos concordam.

-agora vamos repassar o esquema de fuga. Todos os carros já estão equipados caso a polícia fique na nossa cola. Dois homens em cada carro, todos são pretos, a ideia é deixar os policiais confusos, cada um de nós vai em um carro, não podemos chegar juntos.

-Mas você ainda não falou como vamos sair com as obras- Josh fala confuso.

-presta atenção anta- falo impaciente- não é óbvio que vamos sair na troca de guardas? Um dardo tranquilizante pra cada um, tudo resolvido.

-exatamente- Lamar confirma- mais uma coisa, não esqueçam das luvas, não podemos deixar rastros de digitais.

-A gente não é burro- falo- então vejo vocês a noite.

...

Entro em casa decidido a terminar de organizar umas planilhas da empresa, mas o som vindo da sala de TV me atrai.

Abro a porta um pouco vendo Andrey, ele estava jogando vídeo game.

Entro na sala observando os brinquedos dele espalhados pelo o chão.

Ele passava horas aqui dentro. No horário da tarde ele tem aulas com professores particular. Não confio em deixá-lo sair, tenho medo que algo aconteça a ele.

Sento numa cadeira que tinha ali, fico em silêncio o observando.

Tenho que me esforçar pra ser o pai que ele precisa, o pai que ele merece.

Como posso rejeitar meu filho, se ele é a única coisa boa que eu já fiz.

Ele olha pra trás me vendo. Andrey esboça um sorriso tímido.

-você quer jogar papai?

Ele nunca me chamava de papai, era sempre pai ou até mesmo Noah.

-o que você está jogando?- pergunto curioso.

-super Mario, posso colocar pra dois e a gente ver quem ganha as missões primeiro.

-eu sou ótimo com jogos- falo- você vai perder.

Ele começa a rir como se eu já tivesse perdido.

Sento ao lado dele no sofá. Andrey me entrega um controle e muda as configurações do jogo.

Não sei quanto tempo ficamos ali, só sei que jogamos vários jogos. Que brincamos de carrinho e até montamos um quebra cabeça.

Eu nunca tinha aproveitado um dia todo com ele. Sempre tinha algo pra fazer, ou eu mesmo me recusava a ficar no mesmo ambiente que ele, só pelo fato dele me lembrar muito a Clara.

-papai, podemos fazer isso de novo outro dia?- ele pergunta.

-podemos.

Me surpreendo quando Andrey se joga em meus braços. Ele aperta os bracinhos curtos ao meu redor e me abraça com força.

-eu te amo papai, obrigado por ter brincado comigo.

Eu não sabia como reagir com atos de carinho, era um pouco estranho pra mim, meu cérebro demora um pouco a processar como devo agir.

Respiro fundo e retribuo o abraço dele.

-Eu também te amo Andrey.

...

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