Assim que chegaram a sala Davi, Henrique e Carlos estavam sentados conversando, mas pararam no instante que viram os quatro chegando e se sentando ao lado deles. Sabiam que o assunto era importante — O que houve? — Perguntou Carlos olhando Robin. — O tio do Luiz quer levar ele embora — Cruzou os braços irritado.
— Filho, eu fiz um acordo com o Benjamin. — Que acordo? — Perguntou interrompendo o pai. — É sobre isso que eu gostaria de falar, agora fica quieto e me escuta. A duas semanas atrás eu mandei uma carta para o Benji falando sobre como o sobrinho dele estava e ontem finalmente recebi uma resposta. Benjamin veio hoje pela manhã para conversarmos... O acordo que fizemos foi que pelo menos duas vezes na semana eles virão para o jantar.
— Que tipo de acordo é esse, pai? —Conta a outra parte para ele Noir... — Disse Benjamin passando a mão nas costas de Coeur como forma de incentivo.
— Bem... Eu pedi para que o Benji me desse outra chance de reconquista-lo. — O rei disse segurando a mão de benji assim deixando todos na sala surpresos e em silêncio.
— Vocês gostavam de brincar de guerra de espadas né? — Henrique disse caindo na gargalhada enquanto Carlos tentava segurar a boca do mesmo e o olhava de canto de olho com aquele típico olhar de mãe quando o filho faz besteira. — Como é? — Coeur e Benjamin encararam o garoto.
— Nada, ele tá só brincando, não é Henrique!? Vamos dar uma volta, vem. — Carlos pegou Henri e o puxou até seu quarto enquanto Henrique ainda estava gargalhando.
Assim que os dois chegaram no quarto Carlos trancou a porta. — Para de rir. Você tá doido? Se você ficar fazendo essas palhaçadas a gente vai acabar sendo expulso do castelo e eu gosto de ter um lar para morar!
— Perdão, mas eu precisava falar.
— Você é maluco! Vou te punir haha.
— Sério? Como pretende fazer isso? — Disse com um sorriso malicioso em seus lábios. — Lembre-se que você provocou... — Beijou Henrique intensamente.
———
Na sala.— Você quer contar ou eu conto? — Perguntou Benjamin. — Deixa que eu conto... — Disse o rei começando a contar sobre todo o passado, assim deixando Luiz surpreso e Robin bravo Enquanto Davi estava saindo de fininho para não ver o Robin surtar.
— Então você não amava a minha mãe!?
— Com o tempo eu aprendi a gostar da sua mãe e a respeitava, inclusive fiquei muito feliz quando soube que teria um filho, mas quem eu amava de verdade era o Benji...
Luiz percebeu uma lágrima descendo pelo rosto de Robin e que ele estava apertando forte seus braços. Pensou em tirar ele de lá para respirar um pouco. — Vem Robin, vamos nos acalmar — Luiz se levantou e puxou Robin até a biblioteca.
Assim que os dois chegaram na biblioteca Luiz já abraçou Robin forte antes que ele batesse em alguma coisa. Luiz sentiu algumas lágrimas em seu ombro e começou a fazer carinho nos cabelos de Robin — Me desculpa, eu molhei sua camisa.
— Tá tudo bem, pode chorar o quanto quiser, é bom botar tudo para fora. Você vai se sentir melhor...
— Ele disse que não amava a minha mãe, você escutou também, não escutou? — Robin olhava para Luiz com o rosto inchado e cheio de lágrimas. — Eu ouvi, mas ele foi forçado a se casar Robin... Você tem que entender o lado dele e ele era muito jovem também, não foi justo o que o pai dele fez com ele só para assumir um trono que ele nem queria. Se seu pai te obrigasse a casar com uma garota você a amaria?
— Óbvio que não, eu continuaria amando você! Eu nunca amaria outra pessoa...
— Então, é a mesma coisa com o seu pai e eu sei que você era apegado a sua mãe e está muito triste em saber que seu pai não a amava, mas pensa pelo lado bom, eles estão tendo uma nova chance para finalmente serem felizes, tenta entender seu pai... — Limpou algumas lágrimas de Robin o abraçando.
Os dois ficaram abraçados por mais um tempo e logo depois Robin acompanhou Luiz até a sala onde Benjamin estava esperando para levá-lo para casa.
— Vamos? — Benjamin foi até a porta. — Me dá um minuto. — Vou esperar lá fora. — Disse Benjamin revirando os olhos.
— Nos veremos na quarta, né? Não vá morrer de saudades em! — Brincou Robin encostando na porta. — Sim. Até parece idiota, mas confesso que vou sentir falta de dormir no castelo. — Luiz soltou uma risadinha para provocar.
— Agora vou ter que me acostumar a ir na biblioteca e não te encontrar lendo um romance, quem eu vou perturbar durante o dia? E mais importante, com quem eu vou me divertir a noite?
— Ela é realmente maravilhosa, fora você me enchendo o saco enquanto eu leio é muito bom. Ei, eu não morri não, a gente vai se ver quarta!
— Tá insinuando que nós vamos transar na quarta? Olha que eu vou te cobrar em — Disse com um sorriso malicioso — Cala boca, Robin! Haha.
Benjamin entrou novamente e chamou Luiz. — Vamos, já está ficando tarde. Que tanto assunto vocês dois ainda tem!?
— Desculpe, eu já estou indo, me dê mais um minuto... — Só mais um, em! Eu vou cronometrar no relógio. — Benjamin saiu novamente.
— Eu tenho que ir, lembre se do que eu te disse na biblioteca, ok? Tenta conversar com seu pai. — Luiz se virou indo em direção a porta, mas antes de chegar foi puxado para trás.
— Esqueceu do beijo de despedida —Robin colocou as duas mãos no rosto de Luiz e o beijou por um longo tempo, logo depois parou o beijo e se despediram com sorrisos.
Enquanto Luiz ia embora com Benjamin, no castelo Robin ia em direção ao escritório de seu pai para conversar. Chegando lá bateu na porta e ficou esperando até Coeur o mandar entrar.
Robin entrou e se sentou na cadeira em frente ao seu pai. — Precisamos conversar...
Os dois tiveram uma longa conversa e Robin tentou ao máximo entender o lado de seu pai, assim como Luiz havia pedido para ele fazer. No fim citou o que Luiz havia conversado com ele e Coeur disse algo que o fez se emocionar.
— Olha, filho... Ele é um bom garoto, é sábio e muito maduro, tenho certeza de que ele te ama tanto quanto você o ama e eu vou te dizer algo que eu sempre quis ouvir do meu pai, mas infelizmente não ouvi... Eu dou minha benção a vocês e aprovo essa relação, não quero que aconteça com vocês o mesmo que aconteceu comigo, pode contar sempre comigo. Eu te amo e quero que seja feliz!
Robin deu um abraço em seu pai e agradeceu com lágrimas de felicidade nos olhos.
Continua..
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O vale da lua
DragosteReencontros, provocações e descobertas... Luiz, um menino da cidade grande, com uma vida um tanto quanto difícil, um dia enquanto está voltando da escola recebe uma ligação e é informado que seu pai acabara de falecer e ele terá que morar com seu ti...