CAPÍTULO VINTE E DOIS

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O sol espreitava através da janela e o vento forte balançava as cortinas no quarto da garota, enquanto ela analisava um exemplar de um jornal trouxa. Ela não era alguém que lia jornais, mas o tédio estava consumindo o seu dia ao ponto de deixá-la curiosa sobre as notícias do mundo trouxa.

— A família Waterhouse ganha o prêmio de melhor jardim do bairro — Ellie franziu o cenho e abafou uma risada. — Isso é importante o suficiente para estar em um jornal?

— Para os trouxas é.

Na porta de seu quarto, a menina viu o seu irmão apoiado, um sorriso de orelha a orelha estampando o seu rosto. Remus caminhou até a cama de Ellie e se juntou a ela, apoiando as mãos nos cobertores bagunçados.

— Não sabe mais bater na porta? — Ellie ironizou, dobrando o jornal e colocando o mesmo na mesa no canto da mesa.

— Eu bati na porta — Remus deu uma risada fraca. — Você que não sabe ouvir direito.

A menina revirou os olhos. Ela rapidamente percebeu um semblante de curiosidade preenchendo o rosto do irmão mais velho.

— Quer me perguntar alguma coisa?

— Não vai me contar nada sobre você e o James? — ele perguntou.

— Não precisa fingir que ele não te contou nada — Ellie ergueu uma sobrancelha.

— Contou — Remus riu. — Na verdade, o Sirius me contou que vocês vão sair hoje à noite.

— Se eu não conhecesse vocês, eu diria com toda certeza do mundo que estão por trás das fofocas na escola — a menina revirou os olhos. — O que mais você sabe?

— Eu sei também que vocês gostam um do outro, mas não admitem — Remus cantarolou.

— Você não tem moral alguma para falar isso sobre mim — Ellie empurrou o ombro do irmão. — Muito menos sabe do que eu sinto.

— Você se engana se pensa assim — ele deu de ombros. — Lembra de quando você quebrou a perna e eu senti a dor?

— Você sentiu a dor porque caímos juntos na escada e quebramos a perna.

A Grande Escadaria do castelo foi a principal causadora do acidente na escola. Era o primeiro ano da jovem da Lufa-lufa, ela ainda não havia se acostumado com a mudança de lugares das escadas o tempo todo e um degrau falso a surpreendeu, causando a queda de Ellie em cima do irmão. De bônus, os dois alunos ganharam uma visita até a enfermaria de Madame Pomfrey.

— Foi o pior dia da minha vida — Remus colocou a mão na nuca. — A minha explicação sobre a queda foi um desastre.

— Não seja dramático assim — Ellie deu um riso baixo. — Eu acho que está convivendo demais com o Sirius.

As bochechas de Remus carminaram com a insinuação da irmã, como se fossem beijadas pelo sol caloroso que preenchia o céu anil do lado de fora das janelas. A garota deu um sorriso longo e involuntariamente os seus olhos correram até o relógio pendurado na parede.

Os ponteiros do relógio apontavam o horário. Cinco horas da tarde. Aquilo indicava que a menina teria uma hora e trinta minutos para se arrumar para sair com James. Seria uma calúnia contra a sua própria mente se dissesse que não estava se mordendo de ansiedade.

— Seria uma boa se vocês saíssem também — ela sugeriu, levantando-se da cama e caminhando em direção ao armário. — Posso até usar a tática do Sirius para arrumar um encontro para você.

— O que é isso?

O rosto do garoto exalava confusão enquanto observava a irmã mais nova procurando alguma roupa em seu armário. Ela vasculhou entre os cabides e os tecidos com as mãos e encontrou uma jardineira jeans e uma camiseta alaranjada de manga curta. Tinha o costume de se vestir com roupas simples e casuais, não seria diferente hoje.

FALLING - JAMES POTTEROnde histórias criam vida. Descubra agora