CAPÍTULO VINTE E SETE

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No dia seguinte à Lua Cheia, Remus acordou com uma sensação ardente sobre os seus machucados. Quando abriu os olhos lacrimejantes, viu-se diante da figura de Madame Pomfrey, a única enfermeira da escola que sabia sobre a sua licantropia. A mulher estava cuidado dos ferimentos da noite passada e levava com ela um frasco contendo um líquido amarelado.

Ela parecia agitada, e por mais que não quisesse, Remus entendia o motivo. Ele olhou para os cantos da enfermaria, e encontrava-se mais cheia do que o normal após uma de suas transformações. Enquanto tomava o líquido entregue pela enfermeira e fazia uma careta pelo gosto azedo, os seus olhos correram até o encontro de uma figura feminina desacordada.

— Droga — Remus colocou o frasco sobre a mesa ao lado da cama. — O que eu fiz? — ele levou as mãos até o rosto.

A cabeça de Remus rodopiou como se estivesse em um carrossel.

Ele parecia estar vivendo o seu maior pesadelo.

Não havia machucado apenas uma das pessoas que ele mais amava no mundo, mas duas. De todas as sensações em seu corpo, o pânico se sobressaiu e ele começou a chorar descontroladamente.

— Aluado — ele ouviu uma voz calma ao lado dele. — Você não fez nada demais.

— Nada demais? — Remus exclamou, virando-se para encarar Sirius com os olhos inchados e vermelhos. — Eu quase matei a minha irmã e machuquei um dos meus melhores amigos.

— Foi só um arranhão — James entrou na conversa. O seu braço direito estava enfaixado. — Juro que nem doeu. Eu sou forte demais para você — ele piscou e deu um sorriso fraco.

— Eu sou um monstro.

— Eu vou te dar um soco se falar isso de novo — Sirius ameaçou.

— O seu jeito de demonstrar amor me assusta — James arregalou os olhos para o melhor amigo. — Você não é um monstro, Aluado. Aconteceu isso, mas nós vamos ficar bem.

— Quão grave foi?

Ele levou as mãos até o próprio colo e os seus olhos encontraram a irmã mais nova recebendo os cuidados de uma enfermeira do castelo.

— Por favor — Remus pediu, observando os olhares preocupados de James, Peter e Sirius. — Me fala.

— Zero a dez? — Peter perguntou e Remus assentiu com a cabeça. — Oito.

Um soco invisível atingiu o estômago do garoto ferido. Parecia um pesadelo do qual não conseguia acordar, todas as regiões do seu corpo doíam, os braços, as mãos e as pernas, mas agora a dor que mais destacava invadia o seu coração.

— Você não teve culpa — James murmurou. — A Madame Pomfrey disse que Ellie vai ficar bem e acordar em breve.

— O que ela foi fazer no jardim? — Peter perguntou.

— Eu não sei muito bem — James mordeu o lábio, pensativo. — Quer dizer, Agatha me contou que elas estavam procurando uma amiga.

— Uma amiga? — Sirius estranhou. — Quem?

— Joana — James falou.

FALLING - JAMES POTTEROnde histórias criam vida. Descubra agora