CAPÍTULO TRINTA E OITO

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Naquela fria tarde de inverno, a garota de cabelos claros se aquecia com uma boa dose de chocolate quente, enquanto observava atentamente o calendário grudado na parede de seu quarto. As pequenas férias de fim de ano estavam com os dias contados e a lufana não via a hora de voltar ao castelo.

Uma pequena distração desviou a sua atenção do calendário para a janela de seu quarto. Quando ouviu um barulho do lado de fora do vidro, ela franziu uma sobrancelha, expressando um resquício de curiosidade. A jovem deixou a caneca em cima da mesa ao lado de sua cama e foi se aproximando lentamente em direção à janela.

O queixo de Ellie caiu quando o impacto do que via a atingiu por inteiro. James estava do outro lado do vidro, segurando-se no batente da janela com dificuldade e um sorriso brincalhão cruzava o seu rosto.

— O que você está fazendo aqui? — perguntou ela, assustada.

— Eu vim ver você — disse James, a voz abafada. Ele abraçava o próprio corpo em reação ao frio. — Por Merlim, abra essa janela antes que eu morra congelado.

— Você não conhece uma coisa chamada porta da frente? — ela abriu a fechadura da janela, facilmente. — Eu não sabia que você gostava de imitar o príncipe da Rapunzel.

O garoto deslizou furtivamente para o quarto da namorada e escorregou no chão, resultando em um pequeno acidente e uma explosão de risadas da menina.

— Descobriu o meu segredo — ele deu uma piscadela. — Faço isso nas horas vagas.

— Por que não entrou da maneira mais fácil? — Ellie estendeu a mão para ajudá-lo a se erguer do chão. — Quer dizer, a maneira normal.

— Eu responderia que não sou normal, mas você já sabe disso — James riu, depositando um beijo na testa da menina. — Eu só queria evitar o constrangimento com os seus pais.

— Os meus pais adoram você — ela ressaltou. — O que pode mudar se souberem que você entrou no meu quarto pela janela.

— Eu não pensei nisso — ele abriu um sorriso nervoso. — Se eles perguntarem alguma coisa, eu digo que entrei pela porta da frente com a Capa da Invisibilidade.

— E se eles pedirem para você mostrar a capa?

— O próprio nome responde a pergunta — James deu de ombros. — Ela está invisível e provavelmente perdida em algum lugar da casa.

— Você é um gênio — ela riu, ironicamente. — Uma pena que ninguém acreditaria na sua mentira.

— Eu aposto cinco galeões que as pessoas acreditariam em mim.

— Esteja pronto para perder cinco galeões — a lufana deu um sorriso maroto. — Eu aceito a sua aposta.

— Você acreditaria em mim.

— Sinto muito em acabar com as suas expectativas, mas eu não acreditaria nem um pouco — disse a lufana, sentando-se sobre os lençóis da cama.

— Nem com um pouco de chantagem?

— Você não pode me comprar com comida todas as vezes.

— Eu não estava pensando em comida — James sentou-se ao lado dela na cama. — Cócegas seria uma boa opção.

— Não.

FALLING - JAMES POTTEROnde histórias criam vida. Descubra agora