CAPÍTULO QUINZE

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Sentir-se rejeitado não era fácil para ninguém, e mesmo que fosse um sentimento que James estava acostumado a enfrentar, ele estava com o coração em frangalhos.

Fazia trinta minutos desde que ele havia se sentado na mesa da Grifinória para o almoço, mas não sentia fome. Apenas estava empurrando o garfo no prato dourado e encarando a comida com um olhar profundo de desanimação.

— Liam não vai pegar fogo se você continuar olhando desse jeito — Sirius alfinetou.

— Quer fazer o favor de parar de brincar com a comida e colocar ela na sua boca? — Remus reclamou.

— Não estou com fome.

— Pode me dar então — Sirius se adiantou para apanhar o prato do garoto, mas Remus impediu com um tapa na mão. — Se ele não vai comer, alguém precisa comer e esse alguém sou eu.

— James, você precisa comer ou vai desmaiar de fome.

— Eu disse que não estou com fome — ele resmungou, afastando o prato com uma das mãos.

— E eu estou dizendo que você está com fome, mas só não come nada porque está fazendo um drama enorme — Remus empurrou de volta em direção ao amigo.

— Só vou comer se vocês me responderem duas coisas.

— Diga — Remus e Sirius disseram em uníssono.

— Vocês viram o Peter hoje?

— Não — Sirius respondeu. — Mas ele disse que iria estudar para recuperar uma nota baixa em Poções. Próxima pergunta.

— O que ele tem que eu não tenho? — James gemeu.

O garoto inclinou a cabeça na direção da mesa da Lufa-lufa, enquanto apoiava uma das mãos em seu queixo. Remus e Sirius se entreolharam e ao mesmo tempo que se viraram para ver o que perturbava James, viram Liam envolvendo um braço atrás do ombro de Ellie.

— Quer mesmo saber? — Sirius mordeu o lábio, contendo uma risada.

— Sim.

— Você que pediu — ele soltou a risada. — O cargo de monitor.

— Um pente para arrumar o cabelo.

— Uma autoestima que não chega ao tamanho da Torre de Astronomia.

— E é bem bonito — Sirius terminou. James e Remus olharam para o garoto com desdém. — Não que você não seja bonito também — ele explicou, mas os olhares continuaram os mesmos. — Você entendeu.

— Não entendi — James bufou.

— Se fosse um pouco menos lerdo, Ellie estaria com você e não com ele — Remus deu de ombros. — Estava óbvio que ela gostava de você.

— Não estava óbvio coisa nenhuma.

— Aluado — Sirius chamou, segurando mais uma vez a sua risada de escárnio. — O que é óbvio para a gente é muito diferente do que é óbvio para ele.

— E o que seria óbvio para mim? — James perguntou, curioso.

Sirius pigarreou. Ele colocou a mão sobre o peito para fingir uma cena dramática e começou a imitar a voz da menina da Lufa-lufa.

— Por favor, James, fica comigo, eu te amo como nunca amei ninguém na minha vida. Você é perfeito! — ele riu. — E mesmo assim, ele ainda ficaria confuso. Como eu sempre digo, a sua lerdeza deveria ser exposta em um museu de tão rara que ela é.

— Ellie não fala assim — James cruzou os braços.

— Não fala mesmo, mas é assim que ficaria óbvio para você — Remus admitiu.

FALLING - JAMES POTTEROnde histórias criam vida. Descubra agora