CAPÍTULO TRINTA E CINCO

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As ondas álgidas da brisa daquela manhã de inverno beijavam o rosto e esvoaçavam os claros fios de cabelo da lufana. Quando sentiu o vento permeando sobre as suas bochechas rosadas pelo frio, a menina estremeceu e um suspiro frígido escapuliu de seus lábios.

Naquela manhã, a garota encontrava-se sentada debaixo de uma árvore em frente ao Lago Negro, vestindo os seus trajes unicamente para climas frios e estudando para os próximos testes do sexto ano. A apreensão e a ansiedade viviam consumindo os seus dias, assim como o medo de não alcançar bons resultados no fim do ano.

Em busca de afastar essas sensações, a jovem decidiu estudar para os exames finais todos os dias, sem exceção. Ela adorava ler e fazer as suas anotações ao ar livre, sentia-se mais confortável e menos sufocada como em uma biblioteca cheia de estudantes. O clima nos arredores do castelo contribuía para que ela absorvesse o conteúdo de maneira mais eficiente.

Enquanto virava mais uma página do seu livro de Feitiços, ela escutou o barulho de folhas secas sendo suavemente esmagadas sobre a grama, mas não se importou o suficiente para ser uma distração. Porém, o som se repetiu e os seus sentidos informavam que ele estava ficando cada vez mais próximo da extensa árvore.

— Juro por todas as criaturas mágicas desse mundo que se for você me perturbando, James, eu não penso duas vezes em jogar você nesse lago — sussurrou, fechando os olhos.

— Eu não sou o James, mas não me joga no lago — disse uma voz trêmula atrás da menina. Ela se virou e deparou com Peter Pettigrew carregando livros em seus braços. O garoto parecia desorientado e aflito. — Está muito frio hoje. Por favor.

— Oi, Peter — o humor da menina mudou repentinamente. — O que faz aqui?

— Oi — ele deu um sorriso fraco. — Não vai me jogar no lago? — perguntou, ainda nervoso.

— Não, você não é James me atrapalhando na hora de estudar — ela riu ao ouvir Peter suspirando de alívio.

— Ainda bem — disse o garoto. Em seguida, ele indicou com um aceno da cabeça os livros que carregava com dificuldade. — Posso me sentar aqui com você?

— Claro.

A garota moveu um pouco o próprio corpo em busca de garantir um espaço para ele se sentar ao seu lado embaixo da árvore. Quando o jovem da Grifinória se acomodou sobre a grama, ela visualizou um misto de emoções e sentimentos expressos em seu rosto. Apesar de estar nitidamente aflito e confuso, Peter também parecia um pouco cabisbaixo.

— O que aconteceu com você? — ela perguntou, a preocupação evidente no tom de suas palavras.

— Comigo? — ele gaguejou. — Como assim?

— Você parece estar triste.

— Não é nada — Peter hesitou. Diante da expressão de insistência da lufana, ele não viu uma outra opção a não ser contar sobre o que lhe afetava no momento. — Você promete não rir de mim?

— Por que eu ia rir de você? — ela ironizou.

— Acabou de rir.

— Foi sem querer — ela colocou a mão sobre a boca. — Pode ficar à vontade para me contar o que você quiser.

Ele respirou fundo em busca de coragem.

Via-se perdidamente apaixonado por uma jovem de cabelos ondulados e amarronzados da Corvinal. O amor era uma sensação nova em sua vida, nunca havia amado alguém genuinamente como estava acontecendo nos últimos tempos. O único problema era que o amor havia invadido a sua vida em conjunto com a insegurança de não ser correspondido da mesma forma pela menina.

FALLING - JAMES POTTEROnde histórias criam vida. Descubra agora