Um soluço agudo esvaiu dos lábios da menina de cabelos áureos. Um pesadelo havia assombrado a sua noite de sono. Ela olhou para os dois lados da cama e sentiu um calor envolvendo a sua cintura. Quando se tocou da origem do calor, a voz em sua consciência exclamou como uma forte sirene dentro de seus devaneios.
Ela e James estavam dormindo abraçados.
— James, acorda — Ellie se mexeu no abraço.
Ela cutucou o braço do menino. Em um impulso dado por seu próprio corpo, Ellie se virou no abraço para permanecer diante do rosto de James, cutucando a ponta do nariz dele em uma tentativa de acordá-lo.
Ele resmungou.
— Eu pedi para você acordar.
— Já é hora de acordar? — as pálpebras dele vibraram.
— Não.
— Então, eu não vou acordar — James deixou um suspiro exausto escapar de sua boca.
— Se você não acordar, eu vou chutar você — Ellie respirou fundo.
— Estou acordado.
Ele abriu os olhos inchados e exaustos do dia anterior. Demorou cinco segundos para ter notado a posição em que estavam no momento, e Ellie concluiu tal fato por ter visto o arregalar de olhos de James.
A menina sentiu a respiração do garoto fisgar a pele de seu rosto e conteve um sorriso genuíno nos lábios.
— Por que estamos assim? — as sobrancelhas dele se uniram em uma careta.
— Eu não sei — Ellie contorceu os lábios. — Apenas me solta.
James se mexeu na cama, movendo o seu braço para junto de seu corpo. A menina se sentiu livre do aperto do abraço, mas o calor sumindo da área da cintura a deixou um tanto desolada.
— Foi por isso que você me acordou — ele quebrou o silêncio constrangedor. — Em minha defesa, eu sou sonâmbulo.
— Você ao menos sabe mesmo a definição de sonâmbulo?
— Não — James revirou os olhos. — Mas finjo que sim.
O silêncio preencheu novamente os cantos do dormitório masculino.
— Isso é constrangedor para você tanto quanto é para mim? — Ellie indagou.
— A palavra não é constrangedor — James pensou um pouco. — Eu definiria de outro jeito, mas é melhor deixar quieto.
A timidez ardeu no peito da menina da Lufa-lufa.
Ela sentou-se na cama com o apoio das mãos e passou as mesmas pelo cabelo despenteado. A timidez sumiu em poucos instantes, oferecendo espaço para o pânico que havia consumido os seus pensamentos durante o sono.
— Qual é o problema? — James perguntou, gentilmente. — Foi o meu abraço que te deixou desse jeito?
— Não — Ellie deu uma risada fraca com a dedução. — Eu gosto do seu abraço. Eu estou pensando no pesadelo que me acordou.
— Pode me contar o que aconteceu — ele disse, hesitante. — Se você quiser.
As memórias do pesadelo se refrescaram em seu cérebro. Ellie detestava passar pela experiência de ter pensamentos sombrios durante a noite e mais ainda, odiava o descontrole que possuía sobre a sua mente. Se pudesse escolher um superpoder exótico, definitivamente escolheria o poder de controlar o seu sono.
— Eu não sei bem como explicar o que aconteceu — ela começou. Os dedos fizeram traços em seu cabelo claro. — Era uma casa. E nós estávamos nela, eu, você, os meninos. Alguém entrou e começou a sussurrar em uma língua estranha e todos morreram ao ouvir aquilo.
VOCÊ ESTÁ LENDO
FALLING - JAMES POTTER
ФанфикDe volta para o castelo mágico da Grã-Bretanha para um novo ano letivo, uma jovem estudante da Lufa-lufa é surpreendida por um pedido desesperado de um dos melhores amigos do irmão mais velho. O Baile de Natal, realizado pela Escola de Magia e Brux...