7. Trabalhos

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POV Rafa Kalimann

... meu celular tocou e eu tive o maior susto feliz quando vi o nome que apareceu na tela: Maria Manoela.

- MARIA MANOELA!!! - disse em um tom animado e quase aos berros.

- Oiii Rafa! - me respondeu animada - Como você está? 

- Eu tô muito bem, principalmente agora falando com você!

Manu era uma das minhas melhores amigas, a conheci em um show, na verdade, em um de seus shows, a gente conversou um pouco naquela noite e trocamos o número do celular, depois disso, a amizade foi só questão de intensidade, porque não precisamos de tempo pra nos tornarmos amigas.

- Cê tem noção de quanta saudade eu tô de você Maria Manoela? - falei.

- Eu também estou morrendo de saudades Rafa e liguei justamente pra falar disso.

Minha cara reagiu a dúvida que minha mente criou após ouvir isso, mas antes que eu pudesse perguntar algo, Manu falou:

- Estou voltando pra São Paulo na próxima semana, minha turnê tá chegando ao fim e eu quero muito... não... eu preciso muito tirar férias, nem minhas skin care eu tô fazendo direito nessa correria de turnê - ouvi seu sorriso.

- Ai que maravilha amiga! Tô louca pra te ver e matar um pouquinho dessa saudade que tô de você! - minha animação era perceptível, Fla e Ma sorriam me vendo assim, toda animada e feliz por está falando com minha baixinha.

- Então amiga, quando eu chegar em São Paulo, tenho uns compromissos agendados pra resolver e depois disso quero férias... - fez uma quase imperceptível pausa - E tô ligando porque quero muito essas férias, mas não quero passá-la sozinha sabe... E eu sei que você não tira férias faz um tempão, na verdade, nesses 4 anos de amizade, não lembro se você já tirou uma, alguma vez... - havia uma enorme dúvida em sua fala.

- Amiga, então eu não sei... - fui interrompida.

- Rafa, tudo que quero ouvir agora é um 'vou pensar', estamos a muito tempo sem nos vermos, isso é o mínimo que eu mereço, não acha? Tudo o que mais preciso agora é de ter surtos leves e tênis com você, em algum lugar, sem trabalho - falou séria.

- Tudo bem, eu prometo procê que eu vou pensar com carinho. - falei de imediato - Tá bom procê Maria Manoela?

- Ai amiga, eu te amo! Sabia que essa conversa ia acabar bem! Tchau, tenho que desligar - falou animada, como se todo o seu objetivo com essa ligação houvesse sido conquistado, nem esperou eu me despedir para desligar o celular.

Depois da ligação eu e minhas primas pedimos comida pelo aplicativo e assistimos a dois filmes antes d'eu ir dormir. Na manhã seguinte, Marcella e eu íamos nos encontrar com os designers de interiores que fariam todo o projeto da loja, ela havia conseguido um horário pra manhã daquele sábado, eu estava animada com isso.

E o dia logo amanheceu, como se soubesse da ansiedade que eu estava. Logo eu e Marcella chegamos ao local marcado pra reunião. Passaríamos a manhã quase toda ali, falando sobre nossas expectativas pra loja, mas eu não me importei, estava feliz demais.

POV Gizelly Bicalho

Era manhã de sábado e eu acordei logo cedo pra ir trabalhar - aos sábados também tem trabalho bebês. E de novo mal tive tempo de aproveitar a presença da minha mãe em meu apartamento.

Tomei um café rápido e fui correndo pro trabalho, minha mãe ainda não havia nem acordado, mas eu já estava a caminho do escritório e ao chegar, encontrei Tabata. 

Trabalhamos até às 14h na apelação de Gabriel, quando finalmente acabamos ali, fomos almoçar.

- Tabiti, eu tive um sonho estranho - confessei.

- Estranho bom ou estranho ruim? - a loira me respondeu.

- Estranho maravilhoso! - confessei novamente e minha amiga me olhou curiosa, me lançando um olhar para continuar - Então, eu tava nesse lugar, cheio de pessoas, não faço ideia de onde seja, e tinha essa mulher, que não faço ideia de quem seja - fui interrompida por Tabata.

- GIZELLY SUA SAFADA!!! Amo saber dos sonhos eróticos do povo - falou um tanto alto, o que fez algumas pessoas que estavam sentadas em mesas próximas olharem para a gente.

- Para sua louuuca! - falei envergonhada - Mas como eu ia dizendo... - voltei a contar sobre o sonho - Tinha essa desconhecida, ela era alta e acho que era linda, porque todo mundo a olhava.

- Acha? Como assim Gizelly, acha? - falou curiosa.

- Eu não consegui focar em seu rosto... Eu só sei que eu ia dançar com ela.

- Eeeee...? - Tabata falou curiosa.

- E nada. Foi só isso - respondi.

- E isso é estranho maravilhoso desde quando Gizelly? Tá mais pra lixo bizarro. - disse quase que indignada.

- É, a sensação que eu tive foi boa, acordei com um sorriso no rosto e nem me importei de não ter dormido muito - falei enquanto colocava outra garfada de comida na boca.

- Hm, se você diz... Mas seus sonhos já foram melhores Gizelly - disse e começamos a rir.

Após o almoço fui pra casa, já tinha todo um plano de passar o resto da tarde com minha mãe, afinal, haviam meses que não a via, queria muito aproveitar sua presença em casa.

- Até que enfim estou tendo a honra de me encontrar com minha filha em sua própria casa - disse minha mãe debochada.

- Trabalho que fala, dona Márcia - a respondi enquanto caminhava em sua direção para abraçá-la.

Fiquei ali dentro de seu abraço por um tempo, precisava daquilo, estava exausta de tanto trabalhar, não tinha tempo pra nada, tinha meses que nem uma boca eu beijava e as únicas pessoas que eu via que não era do meu trabalho eram Leti e Taís, porque às vezes marcávamos pra beber no final de semana.

Ao sair de seu abraço, perguntei o que ela queria fazer naquela tarde, mas nem deu tempo dela me responder, meu celular estava tocando e pelo nome na tela, sabia que tinha que atender.

- Oi Dr. Bottini, aconteceu alguma coisa? - perguntei séria, sabia que a resposta seria positiva, meu chefe nunca me ligava sem que algo tivesse acontecido.

- Boa tarde Dra. Bicalho, preciso que você volte para o escritório, surgiu um novo caso e eu quero dedicação total de todos do escritório. E não precisa se preocupar, seremos bem pagos e vocês receberão pelo trabalho extra - respondeu. 

Me desculpei e me despedi de minha mãe e voltei para o escritório. Quando cheguei, Tabata já estava lá me aguardando.

- Você sabe o que tá rolando aqui Titchela? - não poupou tempo para realizar a pergunta.

- Não faço ideia Tabiti, mas tô louca pra descobrir.

Entramos e o Dr. Bottini logo nos apresentou o caso. Era sobre um empresário bastante famoso no Espírito Santo e um dos mais ricos do Brasil. Ele havia escolhido nosso escritório por ser um dos mais renomados da grande Vitória. 

O caso não era simples, precisaríamos de muito trabalho e era exatamente o que íamos fazer pelos próximos dias, provavelmente seriam dias em claro e de exaustão.

- Mais dias sem dormir, vou estocar o café - Tabata sussurrou em meu ouvido, eu apenas ri, mas sabia que ela tava mais que certa, tínhamos que ter todo café do mundo pra encarar o que estava por vir.

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Notas da autora

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Aproveitem a leitura.

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