37. Saudades de você

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POV Gizelly Bicalho

Eu acordei cedo, porque tinha que ir trabalhar, peguei meu celular e comecei a mexer no WhatsApp, quando vi o nome da Rafaella e duas mensagens suas. 

Meu coração acelerou, mas antes que eu pudesse ler meu interfone tocou e no susto eu ia deixando o meu celular cair, quando o peguei estava ligando para Rafaella. Sangue, fogo e labareda senhor! Não são nem 6h30min da manhã e eu já estava pagando mico. Desliguei rapidamente e corri para atender o interfone.

Gustavo. Sim, Gustavo estava lá embaixo querendo subir e falar comigo. EU NÃO TÔ ACREDITANDO! Quem ele acha que é pra chegar aqui assim? A essa hora da manhã. E por que porra eu deixei ele subir? Por Deus GIZELLY!

- Oi Gi - ele falou com um sorriso no rosto assim que eu abri a porta.

- O que você tá fazendo aqui Gustavo? - falei demonstrando toda a minha irritação.

- Tô com saudades de você... - disse entrando no apartamento e colocando suas mãos em minhas bochechas - Dos seus beijos... - nessa hora colou nossos lábios.

- Cê só pode tá ficando maluco mesmo! - falei empurrando ele - Saí daqui! - fui autoritária.

- Se você não me queria aqui, não tivesse me deixado subir - disse indo em direção ao sofá.

- O que você quer? - falei.

- Você - sorriu sarcástico.

- Você é maluco. Não tem a menor possibilidade disso acontecer. Você já se esqueceu de tudo que me fez? - sorri com raiva - Por favor, vai embora! E vê se me esquece, porque eu já te esqueci!

- Esqueceu mesmo Gizelly? - falou se aproximando de mim.

- Se você não sair agora eu vou... - tentei ser firme.

- Vai o quê? Gritar? Me bater? - ele se aproximou ainda mais - Me poupe Gizelly.

Eu segurei meu choro e tirei forças de onde não tinha, tudo de bom que eu havia vivido com ele havia sumido e se tornado irrelevante depois dos nossos últimos meses de namoro. Naquele momento eu só queria chorar.

- Você tá com medo de mim? - me olhou nos olhos.

- Gustavo, vai embora, por favor. E não volta mais - meu tom era quase de súplica.

- Você é uma idiota Gizelly. Eu já disse que mudei, eu não vou mais te trair, eu até já acabei tudo com ela. E sobre aquilo, eu tava bêbado, e foi só um aperto no braço, não é como se eu tivesse te espancado - tentava se justificar.

- Até já acabou? E não acredito que cê tá falando isso... - estava indignada com o que ouvia - Sai, agora - disse apontando para a porta.

Ele me encarou por uns segundos, deu um sorriso sarcástico e caminhou até a porta, de onde soltou:

- Você vai se arrepender de me perder Gizelly - saiu e bateu a porta atrás de si.

Nesse momento eu corri para trancá-la, estava nervosa, desde a discussão que tive com Gustavo e ele apertou meu braço deixando marcas no lugar, tudo o que eu sentia quando ficava a sós com ele era medo. Ele sempre foi abusivo comigo, mas tava tudo nos mínimos detalhes, nos comentários, na possessividade. Minhas amigas me alertavam, mas eu nunca as escutei, até aquele dia que o peguei me traindo e depois ele me segurou com força e gritou comigo com tom agressivo. Pra uma advogada que ajuda mulheres que sofrem de violência doméstica eu fui muito passiva, por isso mesmo me empenhava para ajudar cada uma delas que eu conseguisse.

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