Falling

can't get

Minutos depois alguém bate a porta, pensei que fosse a minha mãe e eu não estava com paciência para explicar o que se passou mas depois senti uma calma quando ouvi a voz da Leya. Ela entra e me dá um abraço, faz sempre isso quando eu fico muito tempo no quarto.

— Está chateado?

— Não, meu amor... só estou cansado!

— A Violeta está melhor?

— Mais ou menos mas ela vai recuperar!

— Quando ela estiver bem podemos sair juntos outra vez?

— ...quem sabe um dia!       

— Posso entrar ou estou a incomodar o momento de irmãos?

— Pode entrar, mãe!

— A Débora não estava muito bem quando saiu... está tudo bem?

— Eu me cansei de ser um boomerang pra ela... na verdade eu me cansei disso tudo, a minha vida está uma confusão e eu tenho tanta coisa para tratar, é a matéria da universidade, é o apartamento, ainda tenho de comprar o bilhete de avião!

— Ainda bem que fala nisso, eu já comprei o seu bilhete e você parte daqui à 3 dias, não pode atrasar a sua vida na espera que ela acorde.

— Mãe eu só precisava de mais alguns dias, ela pode acordar a qualquer momento!

— E quando acordar sabe muito bem onde te encontrar até porque estarão no mesmo país, eu entendo que vocês gostem muito um do outro mas vocês têm ritmos diferentes e nenhum pode esperar pelo o outro, Victor está na hora de fazer a sua vida, ela quando acordar fará o mesmo e se vocês forem feitos um para o outro, apesar dessas dificuldades a vida trata de vos unir de novo, o que não pode fazer é deixar de viver a tua vida com medo do que pode acontecer.

— Okay, vou começar a arrumar as minhas coisas!

— Ótimo, assim fico mais tranquila...
E você mocinha? Vamos tratar desse cabelo?      — Elas me dão um beijo na bochecha e era como se os meus problemas tivessem desaparecido por uns segundos mas depois volto pro mundo real quando elas saíram do quarto.
Olho no celular e vejo várias mensagens, meus amigos me perguntando o que se passava por estar desaparecido por muito tempo, várias mensagens de raparigas me perguntando como estou, se eu realmente terminei com a Débora, se eu precisava de alguma coisa... era impressionante como as notícias correm, provavelmente o Vitão antigo iria fingir que estava mal só para conseguir a atenção de todas elas mas eu só queria a atenção de alguém que nesse momento está lutando para sobreviver...

(...)
No hospital...

— Tem falado com o Ruan e o Eric?

— Sim, eles perguntam sempre se a Vi já recuperou, já sabe quando será a sua viagem?

— Daqui à 3 dias!
Ouviu gelada? Você de acordar, estamos todos a sua espera... tenta acordar antes de eu ir por favor!        — Digo ao lado dela com o meu dedo na palma da sua mão como sempre faço e quando menos espero ela aperta o meu dedo.

— Você viu, Lara?

— Vi o quê?

— Ela apertou o meu dedo, tenho a certeza que daqui a pouco ela vai acordar!

— Esperemos que sim...

— Tem de acordar, ainda temos muita coisa para viver.

— Meninos, a hora da visita terminou!    — Diz uma das enfermeiras entrando no quarto.

— Obrigada pela ajuda Rita, por favor não diga a ninguém que o Victor entrou porque depois quem paga sou eu.

— Não se preocupe, saiam antes que vos apanhem aqui!    — Saímos do quarto e eu vou ter com os meus amigos no nosso bar.

(...)
— O que se passa com você, Vitão?
Está diferente, tantas raparigas por aqui e ainda não conseguiu o número de nenhuma, está tudo bem?

— Eu acho que ele se fartou das garotas, namorou com duas ao mesmo tempo e depois descartou elas, Vitão eu quero ser como você quando crescer!    — Luther diz na ironia.
Estranhamente não conseguia ver graça nas suas palavras...

— Qual delas foi mais fácil?

— A pergunta que não quer calar é: qual delas é mais selvagem na cama?

— Parem com isso! — Digo tentando mudar o tópico da conversa.

— Eu até gostava daquela da festa, é meio tímida e santinha mas o Vitão conseguiu dar um jeito, que desculpa usou dessa vez? "Eu gosto de você de verdade", "Nunca conheci uma garota tão pura como você". — Samuel comenta rindo me deixando mais irritado.

— Okay, já se divertiram, agora podem mudar de assunto?

— Ela não está aqui, não tem de fingir... É como dizem, player não para só finge para conseguir mais uma!

— Vitão vai ter de me desculpar, eu sei que ela foi sua peguete mas ela beija bem, se ela souber usar a boca em outros momentos do mesmo jeito que usa pra beijar, cara você perdeu uma ótima garota de programa!     — Luther comenta, todos começam a rir, sinto uma raiva dominando o meu corpo, vou ter com ele e aperto a sua T-shirt.

— Dá próxima vez que falar dela eu quebro a sua cara!

— Qual é a sua agora, Victor!    — Ele pergunta assustado.

— Cara pega leve só estamos brincando com você!    — Samuel tenta me acalmar, solto ele, saio rapidamente da mesa e vou pro carro, uma raiva dominava todo o meu corpo e esse sentimento não passava, fico uns minutos com a cabeça apoiada no volante tentando voltar ao estado normal quando alguém entra e senta ao meu lado.

— Está tudo bem?    — Era uma das garotas que o Samuel convidou...

— Eu só preciso de estar sozinho!

— Eu não posso ajudar?

— Cintya, agora não é um bom momento para falar!

— E quem disse que eu quero falar?

— Eu estou exausto e só quero relaxar...

— Não tem de me ver como uma estranha aliás eu não sou nenhuma estranha na sua vida... Não tem saudades das nossas aventuras? Já fizemos muitas loucuras nesse carro! — Ela acaricia a minha perna e eu só queria que ela saísse do carro mas talvez a sua companhia fosse me fazer esquecer tudo isso, talvez só precisava de algo para me distrair.

— Claro que não é uma estranha... — Digo me aproximando dela.

— Pode desabafar ou... fazer outras coisas...

— Prefiro a segunda opção, não vamos estragar o clima com problemas! — Me aproximo mais e ela rapidamente me dá um beijo, a minha mão percorria a sua perna quase chegando na sua calcinha e ela já estava a tirar o casaco.

— Eu senti falta desse Vitão!    — Ela diz me beijando e imediatamente sinto uma repulsa.

— Não, não, não!
Desculpa Cintya mas eu não estou me sentindo bem, é melhor eu voltar pra casa!

— Você acha que eu sou uma dessas garotas que faz o que quer quando lhe apetece e depois larga?

— Não é isso eu só preciso pensar!       

— Você é um idiota!     — Ela sai e bate com raiva a porta do carro.      

— Droga! — Grito batendo no volante... ligo o carro e vou pra casa.