— Victor, eu não quero a sua ajuda... nesse momento eu quero distância de rapazes!
— Mas Violeta... — Pare com isso, eu já disse que não quero namorar com você! — Grito o mais alto possível tentando conter as lágrimas.
— ...está bem! — Subimos no carro e passamos a viagem toda em silêncio... me despeço dele e espero ele ir embora, tento ir para casa mas desvio e vou ter com a Lara...
(...)
— Não acha que fez demasiado drama?— Lara você por acaso ouviu o que eu disse?
Eu não posso namorar com ele, estaria procurando o maior desgosto amoroso da minha vida, você acompanhou todo o processo, o quão foi difícil para mim esquecer o Ricardo, sabe o quanto eu gostava dele, eu me dediquei e olha como ficou a minha relação com a minha família por causa dele... eu não posso sofrer outra vez! — Digo me lembrando de tudo o que se passou e as lágrimas começaram a cair.— Calma, eu sei que foi duro mas já passou... — Ela diz me abraçando. — Como é que sabe que irá sofrer sem tentar?
— E nem posso!
E se ele for mais um Henrique, um Ricardo ou pior?— Só saberá se tentar... crescer é enfrentar os nossos medos, é cair e levantar, é tentar ser melhor todos os dias... na vida terão momentos bons e maus mas nós só vamos saber se tentarmos, pare de tentar visualizar o seu passado no presente, Victor e Ricardo são pessoas diferentes que te conheceram em momentos diferentes...
Mesmo se afastar o Victor, outros rapazes vão aparecer e aí? Vai fugir outra vez ou enfrentar os seus medos?
A vida é curta, os tempos não voltam... se ambos gostam um do outro porquê complicar as coisas?— Mas... — Pare se focar só no lado negativo Vi, se continuar presa no passado pode perder o Victor para sempre!
— Nunca pensei que fosse me dizer para ficar com o Victor!
— E eu nunca pensei que você fosse pensar em ficar com o Vitão! — Ela diz e começamos a rir... no fundo ela tinha razão, não podia viver do medo, mesmo se isso tudo terminasse de uma forma negativa pelo menos eu vivi e arrisquei.
— Eu tenho de ir! — Digo a olhando no celular e vendo várias chamadas da minha mãe.
— Não se esqueça, faça o que achar certo mas não se prive de viver e independentemente do que acontecer eu estarei sempre aqui do seu lado! — Lhe dou um abraço e vou pra casa, tentava ligar pro Victor durante o caminho mas ele não atendia...
(...)
— Quando ouvir esta mensagem liga para mim, precisamos falar urgentemente! — Desligo o celular, abro a porta e me deparo com a minha mãe bem na minha frente.— Está tarde, não acha?
— Mãe eu... — Onde estava?
— Em casa... da, do Ruan... estudando! — Digo gaguejando.
— Porque está mentindo?
— Não estou... — Você estava demorando e eu como uma mãe preocupada liguei pra casa do Ruan e para o meu espanto você não estava lá estudando, aliás os exames já aconteceram à uma semana!
— Eu posso explicar... — Não Violeta, mais uma vez você traiu a minha confiança.
— Confiança?
Você alguma vez já confiou em mim? Nunca me deu a oportunidade de provar que eu não sou aquela adolescente irresponsável, o único nessa família que tentou me compreender foi o meu pai enquanto que você só me julgava!— Eu só quero o melhor pra você!
— Você quer que eu seja uma segunda versão da Karen, quer mudar a minha personalidade, o meu jeito de vestir, de ser... eu não sou a Karen!
— E não pode se esforçar nem um pouco para me agradar? Tem de ser insensível e agressiva com todo o mundo? Tem de estar sempre de luto com essas roupas ridículas?
— Porque eu perdi a minha vida no dia em que duvidou da minha palavra e me levou naquele maldito hospital, eu perdi a minha vida quando eu deixei de ter a minha liberdade... — Fazer o que quer implica ser filmada na cama com um rapaz?
— Eu já disse que não aconteceu nada naquele dia!
— Mas as pessoas viram, eu vi e não sei o que pode estar acontecendo contigo agora!
Com quem você estava que lhe fez chegar essa hora e mentir pra sua família?— Ninguém.... — Violeta pare de mentir!
— ... — É assim que quer jogar?
— .... — Okay... Está de castigo!
— Você não pode fazer isso, tenho quase 18 anos, pare de me tratar como uma criança... — Então pare de agir como tal!
— Então me dá a oportunidade de lhe provar que eu cresci!
— ...está proibida de sair de casa até o dia da viagem!
— E porque eu deveria fazer o que sempre quer? Porque tem de ser sempre eu a mudar não consegue se esforçar para me entender? Eu estou tão farta que me cobre coisas me fazendo lembrar daquele maldito dia, eu estou tão farta de você.... — Grito na sua frente e ela me dá um tapão bem na minha cara.
— Vá pro seu quarto.... — Está sendo injusta... — Violeta vai pro seu quarto!
— Não vejo a hora de ir embora e ficar longe de você! — Digo e vou pro meu quarto, horas depois o meu pai aparece:
— Filha? — Abro a porta rapidamente e lhe abraço já com lágrimas nos olhos.
— Tem calma.... — Eu quero ir embora, quero desaparecer daqui... eu não aguento mais isto!
— Você vai entender depois que é para o seu bem...
— Como é que isso é para o meu bem?
— ... as vezes nós, os adultos, fazemos coisas que podem parecer erradas mas temos as melhores intenções, e as vezes chegamos a errar mas nunca deixamos de ser pais...
— O que quer me dizer com isso?
— Não importa... se algum dia eu ou a sua mãe desiludirmos você, saiba que não foi de propósito porque tínhamos as melhores intenções.
— Você nunca me desilude!
— ... descansa, amanhã será um outro dia e isso tudo passa! — Ele diz indo embora, deito na cama e tento perceber o que se passou... o silêncio e o escuro do quarto me faziam sentir mais sozinha, antes era só ir dormir com os meus irmãos e conversar com eles que tudo se resolveria... agora me sinto tão sozinha!
Vou até o quarto da Karen e me deito em sua cama, Yuri e Yuran provavelmente já estariam dormindo, mais uma vez teria de lidar com os meus problemas sozinha, minutos depois o meu celular começa a tocar:— O que é? — Digo atendendo.
— Eu deixei várias mensagens e você não respondeu...
— Estava ocupada, Victor!
— Está tudo bem?
— Sim!
— Tens a certeza?
— ... — Gelada? — Desligo o celular e continuo a nadar nos meus pensamentos.
(...)
Já eram 2 da manhã e eu tentava procurar sentido na minha vida, meu celular volta a tocar pela milésima vez, desligo e ele liga novamente:— O que é, Victor? — Atendo sem conseguir controlar a minha raiva.
— Está ocupada agora?
— O que você acha?
Eu não quero falar com ninguém... me deixe em paz! — Desligo o celular, segundos depois recebo uma mensagem dele:"Sai!"
Apanho um susto e vou até a janela... não pode ser!
Saio do quarto correndo e vou até a porta da garagem para ninguém notar que eu estava saindo, fecho a porta silenciosamente e nada... mais nenhum outro carro na rua, ninguém andando, nenhuma lâmpada acesa, apenas ele sentado no capô do carro mexendo no celular...
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Falling
Teen FictionE se aquele pedaço de gelo que parece ser um iceberg fosse na verdade um cubo bem pequeno? Parece meio impossível mas acontece... Com o tempo aprendi a ser dura e fria, a vida sem sentimentos era menos trabalhosa, mas eu não sou uma sem noção que br...