Sete

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Uma puta sacanagem.

Agora eu teria de conviver todos os dias com a minha perdição. Como se tê-lo apenas em minhas memórias não fosse o suficiente, por mais que quisesse esquecê-lo. O tempo que passei longe dos dois nas férias, me ajudou um pouco. Não ter contato com ele era uma maneira bem mais fácil de não senti-lo, mas na verdade eu apenas fugia do óbvio. Eu sentia algo por ele.

― E aí sumido! ― cumprimentou-me ele com um sorriso largo no rosto.

― Oi! ― respondi contraindo os lábios num meio sorriso.

― Você está bem? ― perguntou ele.

― Estou! ― disse sem olhar nos olhos dele.

― Que bom! ― falou ele balançando a cabeça enquanto me olhava, porém logo voltou o seu olhar para Bri e um sorriso voltou a preencher o seu belo rosto.

A nossa grade de horários já estava posta no quadro de avisos. Andamos juntos em direção à parede onde estava o quadro de avisos. Erick estava com a mão entrelaçada a mão da Bri, sem largar um minuto sequer. Tentava não olhar ao máximo para eles enquanto seguia andando. Me prontifiquei à olhar os nossos horários já que eram um só, de qualquer forma, portanto não custava nada.

― Bri? ― uma voz feminina ecoou bem próximo quase como um grito de surpresa.

Olhei na direção da voz e imediatamente reconheci. Era Luana, uma garota que havia estudado conosco na ensino fundamental por dois anos e depois teve que se mudar com a sua família, mas ao que tudo indicava, ela havia voltado novamente. Ela tinha a pele chocolate e cabelos lisos na altura dos ombros. Suas sobrancelhas eram grossas e arqueadas. Seus lábios eram naturalmente carnudos e ela agora usava um piercing que saía pelos orifícios do nariz, como o piercing de um touro.

― Luana! ― disse Bri, largando a mão de Erick para dar um abraço em uma velha amiga.

Aquele dia tinha sido de muita surpresa e reencontros, porém também algumas decepções para mim. Caminhei na direção delas e assim que ela percebeu que era eu, gritou meu nome dando vez ao meu abraço, que fora bastante apertado. Éramos um trio inseparáveis no sexto e sétimo ano. Ela não havia mudado muita coisa. Seu corpo evoluíra, mas seu rosto ainda era o mesmo.

― Que bom te rever amiga! ― disse um tanto espremido pelo seu abraço apertado.

― Em que sala você ficou? ― perguntou Bri aparentemente empolgada.

― Bem, fiquei no primeiro ano "A"! ― respondeu ela com um sorrisinho no rosto.

― Caramba você ficou na mesma sala que a gente! ― revelei com pulinhos de emoção.

― Que maravilha! ― disse ela radiante. ― A vida deu um jeito de nos unir de novo, não é mesmo?

― Parece que sim! ― disse Bri voltando a entrelaçar os seus dedos nos de Erick. ― Eu tenho que te apresentar o meu namorado, Erick.

― Nossa, parabéns para vocês dois então! ― disse ela. ― Vocês formam um belo casal!

Ela tinha toda a razão. Tanto Erick quanto Bri, eram pessoas bonitas separadamente, mas juntos eram mais bonitos ainda, com belezas semelhantes e basicamente compatível de todas as formas. Era um casal de se dar inveja.

― E você amiga? ― perguntou Bri curiosa. ― Também está namorando?

― Não no momento! ― respondeu ela com uma risada maliciosa. ― Mas é como dizem. Solteira sim sozinha nunca bebê!

O sinal tocou. Já estava na hora de cada aluno se dirigir a sua respectiva sala. Eu havia olhado o quadro de horários e a nossa primeira aula seria de biologia na sala dez. Eu os avisei o que tinha visto e Luana conferiu. Era realmente o que eu havia visto, portanto seguimos juntos em busca da sala dez do outro lado da escola, já que daquele lado a numeração ia apenas até a sala cinco.

Amiga, beijei o seu namoradoOnde histórias criam vida. Descubra agora