Uma boa surpresa no Reino do fogo

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Linary estava na parte de trás da casa, com terra até os cotovelos plantando sua nova coleção de flores. O canteiro ficava cada vez maior e a magia ajudava muito para que as belas rosas crescessem mais rápido. Bastava só plantar as sementes e um pouco da mágica e pronto, esperar uma semana para ter lindas flores. Era um meio de passar um tempo e relaxar, coisa que ela precisava muito.

Dizer que Linary se encontrava no mais absoluto tédio era um eufemismo. Já havia dois dias que a irmã dela não a deixava sair para nada e quando ela saía era sempre acompanhada de Laynei.

Linary queria gritar, espeniar, dizer palavras horríveis para a irmã, mas não conseguia. Não poderia chegar aquele ponto de faltar o respeito com ela, então preferiu o silêncio.

— De novo está aí Linary, nossa irmã está procurando você. — Laylin veio toda saltitante até onde ela encontrava-se.

A barra do vestido de Laylin estava sujo de lama e suas botas também estavam. Seus cabelos soltos se encontravam na mais completa desordem e as bochechas coradas denunciavam que Laylin estava correndo por algum canto. 

— Você está toda suja. Laynei não vai gostar de ver você nesse estado.

— Achei mais uma borboleta para a minha coleção. — Ela disse de maneira sorridente.

Laylin adorava sair para caçar borboletas e ela fazia aquilo com maestria, já que toda vez que saía com aquele intuito ela voltava com uma em mãos.

— Como faz isso Laylin? Até hoje não consigo entender. — Linary questionou levantando-se e espanando a terra de seus joelhos.

— Não sei Linary, parece mágica. Elas me obedecem e com um simples brandir de mãos o ar para de se mover e, por consequência, elas param de voar. — Linary juntou as sobrancelhas, de maneira a mostrar sua confusão.

Era estranho que Laylin pudesse controlar os ventos daquela forma. Bruxas da terra não eram capazes daquilo, ela tinha uma suspeita, mas resolveu se calar e descartar o simples pensamento. 

Palavras tem poder. — Sua mãe sempre dissera. E ela não ia proferir aquilo com medo de se tornar real.

— Como isso Laylin? Desde quando isso vem acontecendo? 

— Não sei explicar Linary, mas é mais forte do que eu e tem acontecido com cada vez mais frequência. — Ela fez uma pausa e fez contato visual com Linary. — O que pode ser isso mana? 

— Não sei Laylin. 

As duas caminhavam lado a lado até a parte de frente da casa. As árvores que elas plantaram já estava cheia de frutos e os legumes cresciam mais rápido que o normal. Só era preciso apenas um toque diário para ver a mágica aparecer, mas como elas precisavam comer, nem sempre na hora de colher tinha legumes prontos para aquilo.

— Logo teremos legumes frescos e frutas doces. —Laylin disse animada.

— Sim. 

As duas entraram em casa e o cheiro de carne assada com legumes já pairava no ar, fazendo o estômago das duas roncarem em um barulho alto e ressonante.

— Até que enfim. O almoço já está pronto. — Laynei disse sem se virar, mexendo em duas toras para atiçar o fogo.

Linary foi até o pequeno compartimento embutido na parede, o abriu e retirou de lá três pratos e colheres.

— Linary você não fez a limonada que lhe pedi? — Era possível ouvir a nota de reprovação na voz de Laynei, como uma sinfonia tocada por instrumentos musicais.

— Esqueci. — Linary disse. 

— Anda muito esquecida, respondona e não sabe seu lugar.

— Sim. 

Reinos da magia ( Em Revisão )Onde histórias criam vida. Descubra agora