O proibido te chama

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O canto dos pássaros foi o responsável por acordar Linary, a garota abriu os olhos devagar, piscando diversas vezes pela claridade que incomodava suas vistas, e quando viu que o sol já despontava fortemente sob o horizonte se levantou de sua cama de madeira com desenhos simétricos e se espreguiçou. Retirou as cobertas e colocou os pés descalços sob as frias ripas de madeira do pequeno quarto que dividia com as irmãs.
Um estremecimento involuntário percorreu por todo seu corpo por conta do contato com o chão gélido. As noites eram muito frias e a casa não ajudava por ser aquecida somente com uma lareira no cômodo principal e morar perto da floresta das fadas também não ajudava, pois as grandes árvores ajudavam a tornar o clima frio quase insuportável.

Linary olhou para os lados e encontrou as duas camas vazias. O lençol da cor verde muito bem dobrado disposto aos pés da cama de Laynei — sua irmã mais velha — e o lençol da cor rosa da cama de Laylin, — sua irmã mais nova — na mais completa desordem.
Por mais que tomasse várias broncas de Laynei a irmã mais nova não tomava jeito continuava com seu jeito desordenado e distraído.
As irmãs Huts eram conhecidas pela sua graça e beleza todas nasceram com longos cabelos brancos e olhos da mesma cor somente Linary fora exceção com suas íris amarelada o que era seu diferencial.

Nem mesmo ela entendia o porquê de ter nascido com orbes diferenciadas, mas sua mãe costumava dizer que era porque a moça era especial e Linary gostava de pensar que aquilo era verdade.

A jovem abriu a porta e se encaminhou para a cozinha já sentindo o aroma forte do café que sua irmã sempre fazia, segundo ela, o dia não começava bem sem uma boa xícara de café. No início ela achava que era besteira, mas com o passar do tempo, Linary soube que ela estava certa seu dia não era o mesmo sem a bebida potente.

Ela sorriu ao contemplar suas irmãs sentadas na pequena mesa redonda de madeira escura com cadeiras estofadas em azul. Linary e Laynei passaram horas fazendo aquelas almofadas e as bordando, seus dedos ficaram machucados por muito tempo, mas houvera recompensa, pois era para o próprio conforto delas que só tinham cadeiras duras e desconfortáveis.
Elas aprenderam a costurar e bordar com sua mãe que era uma bordadeira muito talentosa naquela arte e sempre fazia os melhores bordados já vistos por todo o reino.
Linary sentia falta da mãe e de suas doces palavras, ela já descansava em paz na companhia dos deuses, mas Linary achava que ela havia morrido cedo demais. Tomada por uma doença ruim e contagiosa a mãe não fora poupada e deixou todas sob o cuidado de Laynei.

Todas aprenderam a bordar, mas Linayna a irmã que não morava com elas, era a melhor delas a que fazia os melhores pontos e bordados. Linary sabia que costurava bem, mas não havia comparação com Linayna, ela era  perfeita.
Ao lembrar da irmã, a jovem não podia deixar de sentir o gosto amargo da saudade em sua boca, fazia anos que não a via nem sabia mais como a irmã estava, se era a mesma pessoa que fora embora anos antes ou se havia mudado sua personalidade.
Linayna havia ido embora para o Reino do ar, pois por uma raridade genética ela havia descoberto que era uma bruxa que dominava o elemento ar então, por ordem Elemental, não havia como ficar no Reino da terra.

Cada bruxa tinha domínio sobre um elemento natural e ele aflorava quando as mesmas completavam dezesseis anos, mas algumas delas já davam pequenos sinais acima dos doze anos.
Laynei fora a primeira a dominar os seus poderes e para a sorte da mãe delas eles declinaram para o elemento terra que consistia em dominar tudo relacionado àquele elemento. Desde fazer poções para a cura de enfermidades até os mais variados feitiços ligados ao elemento terra, como por exemplo, cultivar árvores e germinar flores.
Todos diziam que as bruxas do Reino da terra eram donas de feitiços desconhecidos, mas não era verdade elas só não gostavam de demonstrar toda a força que tinham que ia além do conhecido por todos.

Já com Linayna fora diferente, um ano depois dela completar dezesseis anos seus poderes declinaram para o elemento ar, pois ela conseguia dominar as tempestades e os ventos. Linayna sempre sabia quando iria chover e até mesmo conseguia fazer com que a chuva caísse na hora que queria se fosse sua vontade.
Não precisava dizer que Linary viu a decepção nos olhos de sua mãe, ela chorou por dias e incontáveis vezes, afinal, uma de suas filhas iria embora para outro Reino, longe dos seus e devendo lealdade para com outro rei.

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