Uma última reverência

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Linary olhava perplexa para a figura do homem estranho a sua frente.
Após todo o espetáculo dado pela morte daqueles ladrões de estrada, o rapaz limpou a espada na camisa que vestia e a colocou de volta na bainha.

— Ainda não me responderam se estão bem? — Ele disse com um sorriso brincalhão.

— S-sim. — Linary quebrou o silêncio imposto pelo trio.

Laylin tinha se aproximado rapidamente da ruiva e da irmã e se escondia atrás dela.
Samar estava calada demais e olhava para o homem com desconfiança. Pelo seu olhar ela estava decidindo se ele era digno de uma conversa ou não.

— De onde veio e como vamos saber que você não estava com eles? — Ela disse antes mesmo que Linary tivesse a chance de fazer tais perguntas.

— Não faz sentido eu salvar vocês se eu estivesse com eles, não é mesmo?! — Ele passou a mão na nuca em um gesto descontraído e se aproximou da fogueira. Se sentou perto dela e estendeu as mãos na tentativa de aquecer.

— Pode ser que você esteja querendo os ganhos todos para si. — Ele a olhou com uma sobrancelha arqueada em puro deboche que lembrava muito Kyle na opinião de Linary.

— Ainda não faz sentido ruiva. Claramente eu estou em desvantagem contra três bruxas não acha. 

— Pode ser uma armadilha. — Antes que Kemuel abrisse a boca para contestar Linary se adiantou e tomou a frente.

— Ora pelo amor dos deuses. Só agradeça Samar, estávamos em um aperto. Graças a ele estamos salvas e Laylin bem. — Linary disse exasperada pela teimosia da amiga e durante seu discurso seus braços se moviam freneticamente como que para comprovar o ponto. 

— Só coloco nossa segurança em primeiro lugar. — Ela fez uma pausa e continuou. — Vamos deixar os rapazes decidirem também. 

— Há mais pessoas? — Ele perguntou curioso.

— E o que te interessa? — Samar disse irritada e Kemuel levantou as mãos em sinal de rendição.

— Curiosidade. Pelo visto eles não são muito eficientes. Deixar três moças sozinhas correndo perigo não é um sinal claro de inteligência.

— Tivemos que o fazer. Além do mais gostamos de tratar as moças com respeito e igualdade, não como tolas moças indefesas. — Kyle disse irritado chamando atenção para onde ele e o príncipe estavam.

Os dois continham expressões irritadas em seus rostos e em seus braços diversos gravetos de espessuras diferentes.
Linary sorriu ao ver. Rapaz de cabelos escuros e correu para ele o abraçando fortemente.
A ação fez com que Kyle deixasse o que tinha em mãos cair no chão e corresponder ao abraço da jovem bruxa.

— Você está bem pequena? — Ele sussurrou em meio aos cabelos dela.

— Sim. Tivemos um pequeno imprevisto, mas Kemuel nos ajudou — Ele virou a cabeça minimamente para encarar o tal rapaz de nome Kemuel.

Ele sorria cinicamente e aquilo irritava Kyle, não somente aquilo, mas também o olhar que não se desprendia de Linary.
Kyle não era tolo, sabia que o homem havia achado a jovem bruxa no mínimo interessante pela forma que a olhava.

— Pelo visto a pequena tem alguém. Uma pena. — Ele disse de forma descontraída e fez com que Kyle cerrasse os punhos, suas curtas unhas fincando nas palmas de suas mãos a ponto de dor.

Ele teve que fazer um esforço hercúleo para não partir para cima do abusado.
Linary espalmou as mãos no peito de Kyle e acariciou para que o mesmo se acalmasse visto que ele detinha uma expressão raivosa em seu rosto e ela sabia que o motivo era o desconhecido de sorriso debochado.

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