Capítulo 1

156 13 2
                                    

Frank Iero

Gerard Way

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Gerard Way

"Claro que vocês podem ignorar as fotos e imaginar os personagens como quiserem*

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

"Claro que vocês podem ignorar as fotos e imaginar os personagens como quiserem*

Sexta 15:37

Sem ar. Ele estava sem ar. Tudo estava ficando turvo, o ar não chegava aos seus pulmões. Os remédios. Ele precisava dos seus remédios. Sentia os olhares queimando sua pele e sentiu o suor escorrer pelo seu pescoço.

Sem ao menos perceber, ele já estava saindo da sala, ignorando a pergunta do seu professor de história, Guilbert. A voz dele soava muito distante para que sua mente pudesse compreender. Caminhou a passos largos, quase correndo, pelo grande corredor da escola. As portas fechadas, professores citando suas falas decoradas para cada turma, alunos dormindo, nada de anormal.

Ele abre as portas de metal que dão para o pátio interno, já que não deveria ter ninguém ali no horário de aula. Agora, com um pouco de paz, Frank acha seus remédios. Os cabelos pretos caindo sobre seus olhos cor de âmbar, o rosto suado e as mãos tremendo, a sensação incrivelmente incessante de que iria morrer. Maldita síndrome do pânico! Engole em seco dois Clonazepam de 2mg, sente sua garganta queimando em protesto pela falta de líquido que deveria estar junto com os remédios. Logo ele se acalmaria. Frank encosta sua cabeça na parede e olha pra frente. "Puta merda" ele pensa. Sente seu rosto aquecendo, ficando ruborizado. O menino que sempre se metia em encrenca (e que Frank achava incrivelmente atraente, por esse motivo ele não conseguia tirar os olhos do menino, ele o observava há um tempo), estava encostado na parede oposta, a perna esquerda na parede, uma mão no bolso e a outra mexendo no cabelo. Cabelos cor de chamas, cigarro queimando na ponta da boca - tudo nele lembrava um incêndio que nunca poderia ser apagado -, os olhos verdes reluzindo com seu brilho intenso, o chamando. Era Gerard. Frank poderia olhar para aquele rosto angelical para sempre. Seu coração, ignorando os 4mg de Clonazepam, estava quase pulando para fora de seu peito. Gerard desvia o olhar, puxa mais um pouco de nicotina para seus pulmões, soltando lentamente a fumaça. Ele se aproxima de Frank, faz alguma pergunta, mas ele não o escuta, estava muito concentrado no movimento que sua boca fazia ao pronunciar palavras que pareciam grego. Gerard esperava por uma resposta do menor, que já tinha parado de tremer, mas o mesmo ainda não tinha ouvido sua pergunta. Ele a repete, dessa vez mais alto, obrigando Frank a olhar para seus olhos verdes que pareciam ter uma ponta de preocupação. Desta vez Frank o escutou dizendo:

- Você está bem?

- Sim - Frank responde quase sem ar. Não era verdade. Ele sentiu suas pernas fraquejando, sua nuca começou a doer, pontos pretos apareceram em sua visão, uma ânsia tomou conta de sua garganta. Ele iria desmaiar. Talvez ter tomado 3 Clonazepam antes de sair de casa e mais 2 naquele momento não tenha sido uma boa ideia. Tudo fica escuro e ele podia jurar sentir o chão caindo sobre sua cabeça.

Sexta 16:24

- Ah, você está acordando - disse uma voz doce feminina.

Frank sentia uma enxaqueca horrível, sua cabeça girava. Olhou em volta e o garoto dos cabelos de fogo não estava ali. A enfermaria. Toda a pequena sala era tão branca que chegava a doer a vista. Tinham algumas cadeiras nos cantos e uma maca improvisada no meio. Um armário com várias ervas medicinais e xícaras. Ali era como a casa de Dolores, a enfermeira. A enfermaria era um lugar que Frank conhecia muito bem, graças as suas crises de ansiedade e pânico, antes de começar a tomar os remédios

- Sente-se - Dolores disse segurando uma xícara com aquele chá amargo que ela dava para qualquer dor que os alunos sentiam.

- Obrigado...de novo - Frank tinha um tom triste em sua voz.

- Por nada, querido - Dolores era uma senhora de 63 anos, sempre com um coque no topo da cabeça segurando seus cabelos grisalhos. Ela sempre o ajudava e dizia coisas gentis para acalmá-lo. Ele a via como uma mãe, ele esperava que ela não soubesse disso, embora ela já tendo uma clara noção disso há um tempo.

Apesar do gosto amargo, Frank se sentiu aliviado ao sentir o líquido quente em sua garganta. Afastou os fios negros do seu cabelo, que já estava na altura dos ombros, que lhe caíam sobre os olhos castanhos esverdeados, olhos esses que encaravam o chão incrivelmente branco da enfermaria.

Seus olhos se voltaram para Dolores, que agora estava lavando a xícara que ele tinha tomado aquele chá amargo. Ele nem se lembrava de ter dado a xícara a ela. Seus pensamentos voando e então ele soube que a curiosidade não o deixaria em paz se não fizesse a pergunta:

- Quem me trouxe aqui? - Perguntou tentando parecer não se importar.

- Ah, aquele rapaz que sempre se mete em brigas. Não lembro o nome dele... - disse Dolores distraída - Ele sempre vem aqui todo machucado. Coitado.

- Gerard. Ele é da minha aula de história e química, mas geralmente não está nas aulas. - Frank falou mais para si mesmo do que para Dolores - Acho que já vou indo. Obrigado pela ajuda.

Frank vai a pé para sua casa que ficava algumas quadras do colégio. A rua estava com poucos carros e algumas pessoas felizes caminhando no parque, os galhos das árvores estavam balançando, o que indicava que vinha uma chuva para lavar seus pensamentos atormentados. Mas enquanto a chuva não chegava para lavar sua alma, ele foi caminhando pensando que Gerard tinha sido o primeiro a falar com ele desde o começo do ano. Fora Ray, seu melhor amigo. Mas ele já não estava mais no colégio, ele estava no primeiro ano da faculdade de música. Frank sentia muita saudade dele no intervalo entre as aulas e das conversar sobre bandas que tinham em comum.

Sábado 02:52

Frank não conseguia dormir, estático na cama de solteiro, os cobertores quase todos no chão de tanto se debater, o quarto bagunçado tomado pelo breu. Cadê a chuva que lavaria seus pensamentos para longe? Ele estava pensando que deveria agradecer Gerard por levá-lo a enfermaria. Ele faria isso, ele agradeceria Gerard.

***********************************************************************************************

Eai??? gostaram? Vão comentando para gente ver a reação de vocês e se puder votar e continuar acompanhando porque ainda tem muita coisa por vir. <3

RedMind #frerardOnde histórias criam vida. Descubra agora