Três semanas depois
14:15
Raios de luz entram em seu quarto escuro. O sol estava brilhando fortemente lá fora, mas a escuridão tomava conta de Frank. Nenhuma bola de fogo ardente no universo aqueceria Frank como Gerard o fazia se aquecer por dentro.
Tudo estava um completo breu dentro dele, um vazio, um nada. Ele não tinha vontade de fazer nada. Ele só queria poder tirar férias da sua vida, sair de seu corpo e ir para longe, onde nada mais doesse tanto como estava doendo agora.
Ele não comia direito desde o ocorrido, não sentia vontade de comer, por mais que seu estômago vibrasse em discordância.
Não fazia sentido aquela vida sem o homem que o fez sorrir tão intensamente quanto qualquer outra pessoa... Nada mais importava.
O quadro de sua mãe piorara no hospital e ele já não entendia mais porquê visitá-la. Logo ela nem lembraria dele, ela estaria morta.
Todo mundo morre, todos se vão. Ninguém vai lembrar de você, ninguém vai lembrar dele, ninguém vai lembrar de ninguém porque todos estarão mortos e sendo comida para verme.
A barriga de Frank estava roncando muito e estava doendo. Ele olha para a janela, o dia lindo lá fora, o chamando para ir brincar no jardim e dar um oi animado e caloroso para seus vizinhos. Mas não, ele não sairia tão cedo.
Pegou as cobertas que o envolviam e as colocou de lado. Ficou assim, deitado, olhando para o teto incrivelmente branco por uns bons 10 minutos. Seus olhos embaralhavam com o teto e a sua cor branca tão vívida.
Então, depois dessa luta interna entre levantar e permanecer deitado até seus ossos doerem e seus músculos implorarem por movimento. Ele finalmente escolheu levantar.
Se sentou na cama, o que exigiu uma força de vontade tremenda. Olhou para seus pés, estavam cobertos por uma meia cinza e sua canela estava mais fina que antes, talvez fosse só impressão dele, ele não tinha certeza. Ele não tinha certeza de mais nada.
Olhou para suas coxas e ele percebeu que estava com o mesmo bermudão azul marinho há uns 4 dias. Deu de ombros, já não se lembrava da última vez que tomara banho.
Quando ele finalmente se levantou, uma tontura forte tomou conta de sua cabeça e o fez cair sentado novamente na beirada da cama.
Fechou seus olhos e havia pontos brancos correndo para lá e para cá. Balançou a cabeça com força e reabriu os olhos cansados. Outrora estariam vermelhos de tanto chorar, agora ele estava apático demais até para isso. Já não sentia mais emoções propriamente ditas.
Se levanta mais devagar e dessa vez não cai, olha em volta e vê que seu quarto está uma completa bagunça.
"Tal quarto tal vida", ele pensou.
Caminhou até a porta que permanecia fechada, sempre fechada.
A abriu e seus olhos bateram no quarto de sua mãe. A cama arrumada, o chão sem bagunça. Completamente diferente de seu quarto. "Talvez não seja tal quarto tal vida então".
Foi até a escada e começou a descê-la. A passos lentos e preguiçosos, os músculos de sua perna gritavam por ajuda, parecia que ele havia envelhecido 80 anos. Suas costas estavam arqueadas e ele não pretendia corrigí-las. Chegou ao pé da escada e estava pensando no que faria para comer, se ainda havia comida e se ele era realmente obrigado por seu corpo a comer algo.
Ouviu um trovão lá fora. A tempestade talvez lavasse suas dores e clareasse sua mente. Foi isso que ele pensou no dia em que Gerard o ajudou na escola. Frank havia falado isso voltando para casa naquele dia. No primeiro dia em que se falaram. No dia em que tudo começou.
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RedMind #frerard
FanfictionTudo em Gerard era tão intenso quanto a cor vermelha. Causava tantas queimaduras quanto um incêndio. Formava tantas emoções repentinas quanto um beijo roubado. Ele era tudo isso, era uma mistura quente de perigo e amor. Ele era a definição de desej...