Capítulo 8

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- Frank! - Gerard grita correndo lances de escadas atrás de Frank. - Me espera! Eu te levo até sua casa.

Frank para no primeiro andar, nem se deu conta que tinha corrido três andares em dois minutos. Suas pernas queimavam, seus olhos ardiam, ele se sentiu como um palito de fósforo queimando, perto do seu final, prestes a virar cinzas.

- Ei, calma. - Gerard fala pegando no seu braço e o puxando para fora do prédio.

- Ok, ok, ok, ok, ok - Frank repete várias vezes sem parar, seus olhos estalados encarando o caminho até a caminhonete.

Gerard dirige rápido demais, perigosamente demais, mas Frank não liga, eles nem percebeu. Ele estava muito concentrado olhando para um ponto fixo do porta-luvas. Tinha uma mancha ali. Ele entrou em um universo paralelo observando aquela mancha e ele só foi voltar a vida real quando Gerard encostou em seu ombro e disse calmamente

- Frankie, chegamos.

- Ok, ok, ok, ok, ok, ok, ok - Ele repete novamente e desce do carro quase caindo e corre até a porta de entrada.

Ele pega suas no bolso da calça jeans e entra

- Mãe? - Ele grita

Nada

- MÃE? - Ele grita mais alto e sobe as escadas correndo. Vai até o quarto de sua mãe, a porta estava aberta. Ele entra e vê sua mãe deitada com metade do corpo no chão e a outra metade ainda na cama. Ela tinha batido o queixo no chão.

- Mãe! - Frank grita e se joga no chão ao lado de sua mãe. - NÃO!

Ele grita tão alto que sua garganta arde. Frank escuta passos apressados na escada e logo chegam ao quarto de sua mãe, o dono daqueles passos sai do quarto apressado e Frank escuta um bip. Esse alguém estava ligando para algum lugar. Frank não conseguia formular pensamentos coerentes. A única coisa que ele conseguia pensar era "Merda! Um, dois, três, quatro, cinco, seis, sete, oito, nove, dez. Um, dois, três, quatro, cinco, seis, sete, oito, nove, dez. Respira." Logo ele descobriu quem era o dono dos passos, era Gerard, ele estava o levantando do chão

- UM! DOIS! TRÊS! QUATRO! - Frank berra quando está sendo levantado do chão

- Calma, calma. Sou eu, é o Gerard.

- CINCO!

- Tá tudo bem, eles estão chegando.

- SEIS! SETE! OITO!

Vários passos apressados sobem as escadas e logo Frank vê dois homens levantando sua mãe com cuidado e a colocando em uma maca. "Mãe! Não machuquem a minha mãe! Ela está doente, por favor, não a machuque!".

Os paramédicos tiram a Linda do quarto e a levam para a ambulância.

Frank começa a hiperventilar e Gerard corre pelos cômodos procurando o quarto de Frank. O acha e corre até sua mochila, onde tinha uma cartela de Clonazepam 2mg, ele volta correndo para o quarto da mãe de Frank e ele não sabe quantos Clonazepam dar para ele se acalmar, então ele pega três e dá para Frank. Frank o coloca embaixo da língua e Gerard conta junto com ele até dez, três vezes. Até Frank se acalmar um pouco. Ele o abraço e beija sua testa diversas vezes até ele se sentir mais calmo.

Segunda 20:45

Frank e Gerard estão na sala de espera do Hospital de Oncologia Saint German. Frank estava um pouco sonolento, mas se recusava a dormir enquanto não tiver notícias de sua mãe. Gerard tinha ido buscar café para os dois. Quando ele voltou, ele abraçou Frank e o deu o café.

- Vai ficar tudo bem - Gerard diz com um sorriso, mas não era convincente. Mas Frank apreciou o gesto dele.

- Obrigado - Frank responde com um olhar distante.

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