Capítulo 2

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Sábado 14:15

Depois de acordar 12:48 e tomar um banho para sentir a água escorrer pelo seu corpo e deixar toda a dor ir pelo ralo. Pena que ela não foi, ela nunca iria.

Passou pelo quarto de sua mãe, a porta estava entreaberta, espiou para dentro do quarto e viu sua mãe dormindo, a respiração calma. Ela dormia sem a peruca, é claro. Ela parecia tão frágil e inofensiva dormindo, sabendo que ela estava doente e morrendo. Mas ele sabia o quão forte ela era, é e sempre será. Ele a amava muito, muito mesmo.

Fez uma comida rápida e leve, enchendo um copo de água, colocando na bandeja junto com o prato e os talheres, ele já havia dado seus remédios. Levando assim a bandeja para o quarto de sua querida mãe. Abre a porta com o pé e entra silenciosamente. O quarto tinha papel de parede de flores miúdas, a cama era de casal, mas só havia uma doce senhora deitada ali. O cômodo estava arrumado, apesar de que qualquer um que entrasse ali perceberia que havia uma grande dor instaurada naquela senhora. Ele senta do lado dela e a chama baixinho.

- Mãe? A comida está pronta - ele diz com cuidado para não assustá-la. Ela se mexe um pouco e abre os seus olhos e encara seu amado filho. Seu orgulho.

- Bom dia, filho. Dormiu bem? - ela perguntou ainda meio sonolenta se sentando na cama.

- Sim sim - Mentiu - e a senhora? - ele disse colocando a bandeja em seu colo depois que ela se sentou.

- Ah, você sabe como é. As vezes os pensamentos me deixam acordada, mas estava tão cansada que acabei dormindo. - ela parecia meio triste lembrando dos seus pensamentos da noite passada.

- Eu entendo, mamãe. Agora coma um pouco, sua anemia está melhorando. - Ele disse fingindo um ar de esperança, mas ele sabia o que causara aquela anemia, dentre tantas outras doenças.

Ele saiu do quarto de sua mãe e foi para o seu, sentou na cama e pegou seu celular. Nenhuma mensagem. Normal. Ray deveria estar dormindo ainda.

De repente ele lembra de Gerard e instintivamente pensa em como poderia agradecê-lo. É claro que o que Gerard fez não foi grande coisa, ele fez o que uma pessoa sensata faria. Mas Frank estava tão obcecado por ele que parecia que ele tinha se jogado na frente de um trem para salvá-lo. Provavelmente Gerard nem se lembrava disso, porque deveria ter bebido algumas antes de ir para o pátio interno naquele dia.

Mas Frank não pensava assim, para ele, Gerard o amava. Sempre o tivera amado.

Sábado 17:31

Agora sim ele tinha certeza que iria chover, finalmente a calmaria chegaria. Ela começou devagar, quase sem ser percebida, mas pouco depois parecia que a tempestade dentro dele não era nada perto daquele temporal.

Ele entrou em uma cafeteria, a que ele adorava ir quando chovia. Parecia que o café que serviam ali e a chuva que caía lá fora foram feitos um para o outro. Lá dentro estava quentinho, era um lugar realmente aconchegante. As paredes pintadas de vermelho, com várias pinturas penduradas aqui e ali. Vasos com plantinhas que pareciam ser de plástico, mas que deixavam o local mais gostoso de ficar.

Frank já era um cliente costumeiro. O moço, que Frank nunca se deu o trabalho de ver o nome, que preparava seu café já sabia seu pedido decor. Um cappuccino simples com chantilly extra. Era bom e barato. Era perfeito.

Ele caminhou em direção ao balcão, suas roupas estavam encharcadas, seu cabelo caía sobre seu rosto, grudando no mesmo.

Pediu seu costumeiro cappuccino e foi procurar um lugar para se sentar e esperar. Ele batuca no balcão com a ponta dos dedos antes de se virar para encarar o local.

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