Passeio.

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- Veste isso. - Pego uma jaqueta no guarda roupa dele e jogo para ele

- Por que? - Morris me olhou confuso.

Eu odeio quando ele fica perguntando o motivo das coisas, se ele quer a minha ajuda não deveria ficar me questionando.

- Só veste. - Digo entre os dentes.

Apesar de ter muitas roupas ele não tinha nenhuma legal o suficiente, aquela jaqueta não era horrorosa mas também não era a mais cool do mundo.

Morris  veste a jaqueta, mas como eu esperava não combinou com ele.

Mas vai ter que servir.

- E agora ? - Ele me pergunta.

- Vamos sair. - Digo.

As vezes e me arrependo de ter aceitado ajuda dele para concertar a minha moto.

Ele é do tipo apaixonado de mais, romântico de mais e ele tem uma versão distorcida da Sina.

Sina pode ser a minha melhor amiga, mas ela não é tão boa quanto o inocente Morris pensa.

- Onde vamos? - Ele me pergunta.

- Dá um passeio.

Saiu do quarto dele antes que ele me pergunte mais alguma coisa.

Quando cheguei na parte de fora da casa esperei alguns segundos até ele sair.

Ele é péssimo em tudo, principalmente em andar. Ele andando parece um retardado.

Subo na minha moto e ele me para perto de mim.

- Vamos de moto?

- Você tem medo? - Pergunto.

Ele não responde.

Meu pai, quantos anos esse garoto tem?

- Se você não quiser, pra mim tanto faz. - Dou os ombros colocando o capacete. - Mas a Sina só gosta de andar de moto.

Ao contrário de mim, Lamar foi criado com luxos e frescuras.

Meu pai também é rico, mas eu e ele não nos damos bem, então eu sempre fiz tudo ao contrário do que ele gosta. Se ele diz que eu não posso fazer, aí que eu vou e faço, de propósito, só para irrita-lo.

Eu não sei qual a relação dele com os pais, mas eu nunca os vejo na casa dele.

- Você vem ou não? - Pergunto já sem paciência. 

Ele fecha os olhos com força e sobe na garupa da moto.

É, ele não é tão covarde.

Entrego o outro capacete a ele e dou a partida na moto.

Em um ato desesperado ele abraça a minha cintura com força.

- Não precisa me apertar. - Digo e ele afrouxa o braço. - Não vamos cair, eu tenho prática com motos.

Acelero um pouco a moto saíndo da nossa rua.

Como é final de tarde o sol já estava se pondo e o céu já estava em um tom alaranjado.

Quando cheguei a avenida principal, acelerei a moto indo a 140 por hora. Eu não estava correndo, mas eu senti que Morris estava morrendo de medo, eu posso jurar que ele está com os olhos fechados agora.

- Por que está tão rápido? - Ele me pergunta.

- Essa é a velocidade normal. - Digo.

E ele não fala mais nada.

Crazy Plan. - Heymar CompletoOnde histórias criam vida. Descubra agora