Capítulo 19

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Os dias foram se passando como a chuva de verão, intensos e bem rápidos. A rotina era quase sempre a mesma, pela manhã Daniel tinha o tempo livre então ficava em casa, ia a academia e passava um tempo no seu escritório. Enquanto isso, eu ficava estudando língua estrangeira e outros cursos a distância.

Na maior parte da tarde, ia a compromissos sobre a divulgação do seu novo filme, entrevistas, fotos programas de tv, respondia alguns blogueiros, e como meu trabalho exige, estive em várias situações engraçadas. 

Em uma das entrevistas a mulher perguntou se eu era sua namorada já que estava com ele em vários momentos e não o deixava sozinho. Antes mesmo de Daniel responder eu disse que era apenas a segurança. Foi como se desse autorização para ela dar em cima dele e eu não puder dizer nada. 

A mulher passava a mão nos braços de Daniel, apertava seu bíceps, fazia jogadas de cabelo e sorrisos maliciosos. Por baixo dos óculos escuros, meus olhos brilhavam como chama incandescente mas como gratificação, conseguia ver uma das veias pulsando no pescoço de Daniel, ou seja, ele estava desconfortável com a situação, mas sendo simpático. 

Aceitei a situação, apesar de não ser das melhores, só não pensei que ficaria pior a noite. Do meu quarto, enquanto me vestia, ouvi Marcella atender ao interfone mas não consegui ouvir o que dizia pois por algum motivo aquela mulher que outrora era escandalosa, estava falando baixo, já fiquei desconfiada. 

Coloquei um short de estampa azul combinando com o cropped, calcei sapatilhas, prendi o cabelo com uma presilha apenas na parte de trás deixando-o meio solto e desci para ver o que era. 

Desci chamando Marcella e me deparei com uma modelo da Victoria Secrets a minha frente. Ela estava com um vestido midi tão justo que eu conseguia ver até a calibragem das veias dela, um scarpin preto e um penteado estilo coque solto nos cabelos cor de caramelo brilhosos. Ela estava com a pele bronzeada mas sem marca de biquíni, seu nariz era arrebitado e seus lábios com preenchimento confirmando a áurea de arrogância que ela emanava. 

Quem é você? - me disse com tom de deboche apontando um de seus dedos com unha falsa para mim. 

Sou Bianca e a senhorita? - respondi educadamente, mas eu queria matar ela. 

Alanna Domênico, queria falar com o Dan, sabe se aquela nojenta foi chamar? 

Se está se referindo a senhora Marcella peço por gentileza para não se referir a ela dessa forma, ela é uma excelente pessoa. 

Desculpa queridinha mas não vim aqui para falar com você, vim falar com o Dan, com licença por favor.  -  mulherzinha fuleira não consigo acreditar que Daniel se metia com pessoas assim. 

Claro, um minuto. - no momento que saí da sala esbarrei com Daniel e se meu olhar fosse laser ele estava tostado. - Resolve isso. 

Fui para a cozinha com a dona Marcella que educadamente preparou um chá, insisti para levar mas ela não permitiu porque sabia que eu queria na verdade bisbilhotar e alfinetar a megera. Marcella me disse que pessoas assim acabam se atrapalhando nas próprias decisões pagando consequências muito altas e por isso não deveria me importar com uma pessoa como a tal Alanna. 

Marcella me contou um pouco sobre sua vida sofrida até conseguir trabalho com a família Mateo, ela era uma senhora simples que também morava no interior e vivia numa casinha simples com apenas dois cômodos não tinha muitos móveis e os que tinha foram doados por amigos. 

Quando começou a trabalhar na casa dos Mateo, a mãe de Daniel estava grávida e se sentiu comovida com a história dela a ajudando de toda forma possível. Iniciou os trabalhos somente como faxineira e acabou virando também babá do pequeno Daniel. Ela me contou que ele era um menino tímido quando criança mas era muito leal aos amigos que possuía, recordei das fotos que vi, ele sempre sorrindo e brincando. 

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