Capítulo 18

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Tomei coragem e liguei para a senhora Arieta Marino informando que aceitava a proposta do senhor Mateo, deixei oculto o que acaba de acontecer, ela não precisa saber o que me fez mudar de ideia mesmo já imaginando o que foi pelo tom que ela estava respondendo ao telefone. 

Peguei um tipo de licença para trabalho externo no período de quinze dias que foram solicitados através do documento formal que Daniel levou para a agência que antes de ir ao encontro dele, eu deveria assinar. 

Liguei para os meus pais e informei a eles que ia fazer parte da equipe dele e que ficaria fora alguns dias mas que ligaria em todos eles para avisar sobre como estava indo todo processo. Preparei uma mala com roupas padrão de trabalho e umas extras. Separei as minhas melhores roupas e aquele mesmo kit de produtos pessoais, praticamente usei a mesma mala, só lavei as roupas e dobrei novamente. 

Na manhã bem cedo, fui a agência despedir dos meninos e assinar os documentos de contrato que estavam separados para mim. Arieta me deu um abraço e pediu para tomar cuidado, não somente com o que o trabalho exigia mas com tudo que poderia acontecer com minha vida nessa mudança de vida. 

Cheguei no local de embarque uns trinta minutos antes da decolagem e como já imaginava, Martin, Roman e Daniel estava me aguardando. Não avisei que viria mas Arieta ligou para Martin avisando que os documentos estavam todos assinados e que eu levaria uma cópia. 

Que bom que você pensou na proposta e aceitou ir comigo. - disse Daniel me abraçando. 

Daniel… como assim? - disse apontando para os seus homens.

Quem você acha que arrumou toda a documentação a meu pedido? Martin, ele sabe de tudo princesa e Roman é meu melhor amigo.

Fico muito feliz pela senhorita vir conosco, ele anda um porre por causa de tudo que está acontecendo, espero que você coloque uma luz nesse cara se não eu ainda acabo com ele, ou ele comigo. - disse sorrindo. 

Está bem! - confusa com tudo isso, respondi com uma cara engraçada. 

Vamos agora, vou te levar pra minha casa agora. 

Pensei que ficaria num hotel.

Claro que não, você agora vai ficar comigo. 


Voamos por umas cinco horas, meu corpo já estava dolorido de ficar na mesma posição por tanto tempo, mesmo com as poltronas super confortáveis do jato. Quando finalmente chegamos, um SUV preto estava aguardando nossa chegada ao pista de pouso. 

Continuamos a viagem agora de carro por mais alguns minutos, em direção ao que se parecia um condomínio de casas de luxo. Meus olhos se encantaram quando ultrapassamos os portões e as várias árvores com folhas secas do outono caíam no chão quando o vento soprava. As mansões eram distantes umas das outras, cada uma maior e mais encantadora que a outra. Eu parecia uma criança indo para o parque de diversões e Dan me mostrava algumas árvores e os animais que ali estavam. 

Algumas várias quadras e chegamos a uma rua sem saída que dava direto a um portão de ferro com arabescos e muro com cerca viva de folhas que agora estão ficando amarronzadas por causa da estação do ano. 

Paramos à porta de uma mansão de dois andares com paredes no estilo industrial com cimento queimado e armações de ferro. Uma porta preta de material laminado e enormes paredes de vidro cercavam o piso térreo. Via-se a cozinha e parte da sala indo em direção ao deck onde ficava uma piscina aos fundos da casa, na parte onde se tinha uma outra sala e as escadas que se subiam para o piso superior, havia paredes cobertas com um revestimento como imitação de cimento. 

Assim que entramos à casa, Dan foi recebido por uma senhora forte usando um conjunto de roupas azuis escuro com bolsos e detalhes brancos, certamente seu uniforme. O cumprimentou com um abraço apertado e nem precisou dele nos apresentar, ela abriu um sorriso enorme e também me deu um abraço apertado como a muito tempo não recebia.

Daniel me levou ao piso superior e o que mais me chamou a atenção foi que a casa possuía mobília de primeira linha, cara sim, mas tudo muito simples, imaginei que a casa de alguém rico e famoso haveria decorações caras como estátuas, quadros chiques, mas não. Havia fotos da sua família espalhada pela casa, uma parede com várias fotos de infância e situações engraçadas que ele havia passado com seus amigos. 

Me explicou cada detalhe, que sua mãe lhe entregou todas essas fotos quando ele se mudou da casa dela e pediu para que colocasse em lugares especiais para que jamais esquecesse suas origens, e foi isso que ele fez. 

Chegamos na parte onde havia os quartos, a escada termina de frente a um tipo de sacada onde você consegue ver a sala, com um parapeito a meia altura e a entrada para os quartos. Passamos em frente a dois deles, um de cada lado e o quarto dele que ficava no final do corredor. O quarto era todo em tons de cinza e preto, com uma parede enorme de vidro coberta por cortinas espessas pretas, a cama ficava na parte central com lençol branco, travesseiros cinza e preto, peseira cinza. No chão, um enorme tapete em tom nude, combinando com o criado mudo e o abajur. No canto, havia uma cadeira de metal com encosto em couro e uma almofada felpuda completava o designer, tudo combinando com as paredes cinza cimento. 

Pode deixar suas coisas aqui, este será nosso quarto! - disse puxando meu braço para adentrar ao cômodo. 

Não, vou ficar no quarto de hóspedes. Não aceitei morar com você. Aceitei trabalhar com você Daniel. Por favor, não vamos misturar as coisas. 

Por favor. - disse com olhos suplicantes. 

Não posso, ficarei aqui do lado. Muito obrigada de toda forma. - respondi firme. Ele cedeu, mesmo com a cara emburrada. 

Queria você comigo. Você me faz bem. 

Eu vou ficar com você, mas não quero misturar as coisas. Você não me pediu para ser sua namorada, pediu para trabalhar para você.

Não seja por isso, quer ser minha namorada? - disse sorrindo e me abraçando.

Não é assim que funciona Daniel. Não força, por favor. - respondi firme novamente. 


Apesar desse impasse, fiquei com o quarto do lado ao dele. Era um quarto lindo, todo em tons claros, uma cama solteiro-king confortável, vários travesseiros, lençóis brancos e cobre-leito marrom claro. Um criado mudo também em material claro e um abajur simples, na lateral uma porta que se abria para uma sacada simples coberta por cortinas em bege. Na parede que se seguia pela porta, havia a entrada do closet e com sequência, do banheiro também. Era maior que o meu, mas ainda simples, um box de vidro, ladrilhos brancos e rejuntes pretos, louças brancas e um armário preto. 

Guardei minha mala no closet, colocando apenas meus ternos e meus vestidos nos cabides para poder ventilar, coloquei meus sapatos nas prateleiras e calcei sandálias para descansar os pés. 

Daniel me deixou bem confortável e nesse dia não fui a sua segurança, mas uma convidada em sua casa. A senhora, sua funcionária, se chamava Marcella, nos preparou uma macarronada maravilhosa, um prato dos deuses, com muito molho e tempero. Após o jantar, ela foi descansar em seus aposentos e nós fomos assistir um filme qualquer na televisão, não passou muito tempo e acabei pegando no sono. Acordei sendo carregada nos braços por aquele homem lindo e perfumado para o quarto onde iria dormir. 

Ouvi alguns passos e ao abrir os olhos lentamente, ainda despertando devagar notei que era de manhã e estava atrasada para me levantar, isso jamais deveria ter acontecido, apesar de tudo, ainda sou funcionária de Daniel. Me levantei depressa, tomei uma ducha rápida e vesti uma roupa casual, acabei encontrando ele na cozinha tomando café. 

Pedi várias desculpas e disse que não aconteceria novamente, ele nem se importou com isso, simplesmente se levantou e me beijou com aqueles lábios macios e com gosto de café. 

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