Capítulo 22

24 2 0
                                    

Estávamos a poucos dias do evento de lançamento do filme e eu nem me lembrava que iria pela primeira vez como acompanhante do meu namorado, não como segurança e tive que ir comprar uma roupa para o evento. 

Não tive tempo de pedir um vestido chique e os que encontrei não estavam no meu agrado, preços altos e detalhes que não me agradam. Sou uma pessoa que gosta de pouco brilho e cores menos chamativas, prefiro decotes e tecidos mais neutros. 

Minha sorte era que fui fazer compras sozinha e hoje optei por sapatos confortáveis, há vantagens em procurar coisas em grandes centros é que você tem muitas opções, a desvantagem é que você precisa ter tempo e disposição de olhar em todos os lugares. 

Como Daniel não estava tendo tempo de me acompanhar pois estava organizando verificando outros contratos junto ao seu assessor, ele me entregou o cartão de crédito e pediu para que comprasse o que eu quisesse como um presente. Relutei em pegar, mas depois de uma cara de cachorro de caiu da mudança tão fofa, não consegui resistir e peguei o cartão. O maldito tinha talento mesmo para atuação.

Cansada de procurar vestidos, minha busca agora era para que qualquer coisa que cobrisse meu corpo de uma forma elegante e bonita. Acabei encontrando uma calça de couro preta que me vestiu lindamente com um botão metálico no cós, agora precisava de uma blusa que combinasse com o look. 

O evento não era de gala, mas exigia que eu vestisse algo mais chique, em vez de optar por uma camiseta branca com uma estampa qualquer e colares combinando, fui em busca de uma blusa mais social. Acabei encontrando uma em tom verde musgo de tecido como seda, levemente transparente com um detalhe na gola, decote profundo, amarração na barra e mangas longas com punhos ajustados. Agora só completar com uma bota de salto grosso que encontrei numa loja na entrada do shopping. 

Passei o dia dando voltas como a muito tempo não fazia e foi divertido até. O evento estava próximo e agora eu precisava encontrar um lugar para arrumar meu cabelo que estava merecendo uma hidratação. 

Daniel nem perguntou o quanto eu gastei e nem deveria já que pode ter recebido mensagem no celular sobre minhas compras, apenas disse que poderia usar também no salão no outro dia. 

Como faria minha própria maquiagem, marquei apenas a hidratação, um corte de cabelo novo e uma escova para completar o look. Meus cabelos cor de cobre precisavam de um cuidado especial. Escolhi um corte reto como um chanel na altura dos ombros, pedi para manicure passar esmalte preto nas unhas da mão e nos pés apenas uma limpeza profunda. Aproveitei para fazer uma massagem relaxante já que a massagista estava com horário vago, acho que nunca passei um dia de princesa assim antes, talvez um dia ou outro quando ia arrumar meu cabelo em salão mas nada tão sofisticado assim. 

Não sei o que aconteceu, eu deveria estar tranquila depois do dia de princesa no salão mas estava ansiosa, angustiada e nervosa, meu corpo me alertava de que algo ruim iria acontecer. 

Agora em casa, estava me preparando para o evento e a cada minuto meu coração se apertava, minha barriga doía, meu pulso acelerava, algo ruim ia acontecer, eu sabia. 

Fiz minha maquiagem básica com sombras em diferentes tons de marrom para dar mais profundidade aos olhos, coloquei cílios postiços com modelo mais natural, passei um batom nude e gloss translúcido. Descendo as escadas, encontrei Daniel me aguardando, sentado no sofá. Ele estava elegante com uma calça e blazer preto, com uma camisa azul com os dois primeiros botões abertos. 

Vamos meu amor, você está muito linda! Se eu pudesse nem saia de casa hoje para aproveitar você. - disse beijando meu pescoço sem parar. 

Por favor Dan. Vamos chegar atrasados assim. - respondi sorrindo, mas com um aperto no peito. 

Eles podem esperar. 

Larga de ser teimoso, vamos. - disse batendo com a bolsa em seu braço se leve e apontei para a porta. 

Fomos em direção ao carro que hoje será guiado por um motorista e fomos para o local onde seria o evento de estreia do filme. 

Quanto mais chegavamos perto, meu coração se apertava mais, poderia ser nervosismo pois pela primeira vez eu iria me expor a todos como namorada do Daniel e não mais como segurança. 

Foi medonho descer no meio daquele tanto de fotógrafos e repórteres, tinha pelo menos umas 30 pessoas esperando a nossa chegada. Martin estava a frente, Roman ao lado e uma outra assessora acompanhava nossa caminhada pelo tapete de entrada. 

Meus olhos estavam sempre atentos ao nosso redor, por algum motivo, não conseguia desligar o alerta que estava dentro da minha cabeça. Após algumas várias fotos e poses, nós direcionamos para a entrada principal do centro de eventos e um jornalista chamou Daniel para olhar em sua direção. 

Como não podia se negar, Daniel se virou e meu instinto foi de virar junto com ele. Nem precisei olhar duas vezes, o jornalista tinha uma arma escondida na linha da cintura apontada na direção de Daniel e a parte de segurança que tinha dentro de mim só me direcionou a fazer uma coisa, me enfiar na frente dele. 

Empurrei Daniel para baixo e gritei seu nome quando os tiros me atingiram. Dois deles me acertaram e a dor aguda me fez cair no chão levando Daniel junto comigo e nós dois sendo protegidos por Roman e os seguranças prendendo o atirador. 

Só conseguir ver onde os tiros me atingiram, um deles no ombro esquerdo e o outro na coxa direita, minha sorte foi não ter sido atingida em nenhuma área de órgão vital mas por algum motivo. 

Vi os olhos alarmados e preocupados de Daniel enquanto me levava direto para seu carro em seus braços sujando todo o seu maravilhoso terno e me pedindo para apertar na ferida da minha perna que estava saindo muito sangue. 

Ele se sentou no banco comigo nos braços segurando firme para não cair e fomos correndo para o pronto socorro médico a procura de atendimento de emergência e Roman já ligou para a polícia capturar o responsável pelo atentado. 

Você me disse que estava tudo bem, que aquela cláusula não era nada. - disse em meio resmungos e choro.

E era, Martin me garantiu que aquele documento era ilegal e que tinha sido esquecido. - respondeu com a voz embargada e os olhos marejados. 

Pelo jeito alguém não está te contando a verdade. Argh! Isso dói pra caramba! Puta que pariu! - gritei. 

Calma! Estamos indo pro hospital. - me deu um beijo na testa. 

Não me sinto bem, estou perdendo muito sangue? Ainda não deu tempo de.. 

Um pouco. 

Eu vou desmaiar… - apaguei. 

Segurança ParticularOnde histórias criam vida. Descubra agora