Capítulo 11

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O senhor Mateo decidiu não fazer nada durante o dia então fomos apenas de jato para outro país. Dessa vez ele não foi se sentar à minha frente, ficou conversando com Martin sobre um jantar que ele fora convidado e que teríamos que ir também. 

Acabei baixando uma das músicas que do cantor que ele me disse, acabei de apaixonando por Work Song, tem uma melodia gostosa de ouvir. Muito boa. 

Já no meu quarto de hotel enquanto me arrumava, Ariana Grande tocava alto nos alto falantes do meu celular sua canção Dangerous Woman e eu cantarolava algumas partes. Coloquei o vestido preto que trouxera, com lingerie combinando, consegui esconder a base do rádio comunicador no cós do shorts que vesti por baixo do vestido. 

A saia esvoaçante do vestido ocultou qualquer vestígio de que há algo por baixo e passei todo o fio fone por dentro da roupa prendendo com alfinete na alça do vestido por final encaixando-o na orelha. Para completar, deixei os cabelos soltos cobrindo o aparelho auricular prendendo apenas o outro lado com uma presilha prateada com pequenas pedras como pontos de luz. A vantagem de ter um cabelo liso que somente uma passada com secador e escova já deixa ele comportado, completei com uma maquiagem simples marcando apenas os lábios. 

Encontrei os rapazes no saguão de terno preto com lapelas de tecido acetinado, camisas e gravatas também pretas, Frank com seu penteado de sempre e Andy com o cabelo todo penteado para trás. 

Meu Jesus amado, com todo respeito, mas está uma gata mesmo, se eu fosse uns 10 anos mais jovem. Ai ai! - brincou Frank. 

Que isso! Você me deixa sem graça! - ri do comentário dele. 

Está muito linda viu! Se eu tivesse pelo menos 5% de chance com você, eu tentaria te chamar pra sair, mas sei que não tenho. 

Não mesmo! - ri muito com Andy. 

Silêncio vocês dois, Martin me avisou que estão descendo, postura. - ralhou Frank. 


Fiquei seria o mais rápido que consegui, mas quando o elevador se abriu meu coração disparou de uma forma que ele jamais tinha feito. Daniel Mateo estava um deus grego, com um smoking verde petróleo de lapelas acetinadas, camisa branca com abotoaduras combinando com o smoking, cabelo penteado para trás com um topete que certamente mais tarde faria aquela mecha charmosa cair, sapatos extremamente engraxados e um perfume de matar. 

Seus olhos buscaram os meus que foram descendo percorrendo todo o meu corpo e onde ele passava me arrepiava, sem ao menos me tocar. Em seu rosto se fez uma expressão de surpresa ao me ver da forma que estava vestida, não sou feia, eu sei, mas nunca esperei que um homem como ele ficasse surpreso com uma pessoa como eu vestida com uma roupa de lojinha simples. 

Nós da equipe saímos em um carro SUV a frente do veículo sedã preto de luxo que saiu o Martin, Roman e Daniel. Seríamos os primeiros a descer para aguardar a chegada deles e irmos para a cerimônia. 

Passamos pelos paparazzis da entrada sem problemas, já no salão nós posicionamos em nossos lugares enquanto os três estavam em sua mesa. Várias modelos chamavam a atenção de Mateo com toques e gestos exagerados quando iam cumprimentá-lo. 

Isso é desespero?! Credo! 

Queria que elas estivessem desesperadas por mim. 

Que isso Andy. 

Nem vem, elas são pegáveis sim. 

Respeito é bom viu. E conserva os dentes. Como dizia minha avó. 

Diz a que quase engasga com a baba quando vê o senhor Mateo. 

Nunca foi. - respondi rápido demais. 

Se vocês continuarem com a discussão idiota eu vou aí bater em vocês. - respondeu Frank. 

Ok. - respondi. 

Ok pai. - Andy completou. 


Após ser servido o jantar, houve um pequeno discurso feito pelo anfitrião da festa enquanto isso os meninos saíram para uma área mais afastada do salão onde seria o baile. Cada um ficou num canto, e eu fiquei próximo às saídas que davam na varanda do tamanho do meu apartamento. 

A festa se iniciou e algumas mulheres descaradamente, pediam para serem convidadas para dançar. Ele já não era tão jovem para esse ramo, um solteirão como ele era muito cobiçado. Educadamente ele dançou com algumas delas e senti um pouco de inveja, tenho que admitir. Pedindo licença para alguns convidados, vi Daniel vindo em minha direção, acho que fiquei petrificada quando ele simplesmente me olhou e com um sorrisinho e um gesto com o rosto pediu que o acompanhasse para o pátio da varanda. 

Algum problema senhor? - disse quando paramos a beirada da varanda antes do parapeito. 

Queria apenas conversar. Poderia? - apontou para a orelha pedindo para desligar. 

Fica desligado, preciso pressionar para que funcione. 

Obrigada! - disse com um sorriso. 

Em que posso ajudar? - me aproximei a uma distância segura. 

Gostaria de saber se aceita dançar comigo. Somente uma dança, podemos? - com a mão esticada em minha direção aguardando minha resposta. 

Não sei se deveria. - respondi timidamente. 

Por favor, vai começar uma música agora. - apontou o indicador para cima quando os acordes de Beating Heart da cantora Ellie Goulding começaram. 


Coloquei minha mão na sua e ele me puxou para o encaixe em posição de valsa. Como se eu tivesse perdido todo controle sobre meu corpo e as mãos de Daniel me controlasse. O toque de suas mãos em minha cintura deixava o lugar formigando, eu estava formigando, como em chamas. 

Por que eu? Não sou ninguém, você pode ter a modelo linda que quiser, famosa, milionária. Não entendo. - perguntei. 

Por todos os motivos que você disse e outros que ficaram em oculto. Você não é nenhuma delas, não está a procura de mais fama, mais dinheiro, coisas que te dê mais rendimento. Você não me vê como uma fonte de lucros, mas como humano. 

Como você pode pensar isso de mim se nem me conhece? Posso ser uma golpista. 

Seus olhos dizem a verdade sobre você. Sabe Bianca, já passei por muita coisa, você sabe muito bem que não sou nenhuma criança e pela primeira vez consigo imaginar um futuro melhor. - soltei dos seus braços. 

Não posso. - abaixei o rosto. 

Por favor. - disse se aproximando até ficarmos a menos de um palmo de distância 

Daniel… eu… - não consegui terminar a frase pois ele uniu seus lábios aos meus num beijo doce. Nesse momento fiquei sem chão. 

...  hear your beating heart tonight… por favor. - repetiu a última parte do refrão. 


Nosso momento foi interrompido pois Frank disse ao rádio que um dos empresários do ramo do cinema estava indo em nossa direção. Sai daquele transe louco e lembrei o que realmente estava fazendo. Aquilo nunca deveria ter acontecido, eu estava trabalhando, era inadmissível. 

Frank, ok. Desculpe. Mas não posso. - disse a Daniel. - Frank você pode tomar o meu lugar, preciso dar uma saída. 

Positivo, estou indo. Está tudo bem? - seu tom era de preocupação.

Claro, só preciso de cinco minutos. - menti e corri para o banheiro. 


Joguei água no meu rosto, a vantagem da base a prova dágua era que não ia desmanchar, olhando pro meu reflexo disse para aquela que não reconhecia mais, com os olhos tristes e ao mesmo tempo esperançosos por algo que jamais deveria ter acontecido. 

Você estragou tudo. 

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