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Pov's Betty

Eu corro mas, não consigo fugir. Algo me persegue. Tudo ao meu redor é um vasto preto, sem esperança ou vida, apenas o nada. Continuo a correr mas, parece que o que me persegue está cada vez mais perto. Tento olhar para trás. E caio. Caio no vazio. Ele se aproxima. Não tem pra onde fugir. Apenas, aceitar a derrota...

Meus olhos começam a abrir, minha cabeça dói, demoro alguns segundos para lembrar o que aconteceu. Archie! Óbvio...

Quando consigo abrir meus olhos completamente, tento raciocinar onde eu estava, bem, é meu quarto. Pelo menos ainda estou em casa mas, eu tô sozinha? Verônica e Cheryl! Elisa! JUGHEAD!!

Levanto da cama em que eu estava perfeitamente colocada, estava coberta com meu lençol rosa de quando eu era pequena, ele fica dentro da minha cômoda, só o Jug e minha mãe sabem que eu uso esse lençol. Estranho mas tenho coisas maiores para me preocupar.

Fui direto na porta que estranhamente não está trancada. Decido pegar algo para me proteger caso precise, merda, é por esse tipo de coisa que eu pedi uma arma pra minha mãe mas, aparentemente eu nunca ia precisar.

Olho em volta do meu quarto tentando achar algo como um taco de beisebol, ou um pé de cabra, mesmo eu nunca tendo jogado beisebol, e nem tenha arrombado uma casa para ter um pé de cabra.

A coisa mais ameaçadora que eu acho é um spray fixador de cabelo, bem, vai ter que servir.

Saio lentamente do quarto, com o spray em mãos, desço as escadas e calmamente vou até a sala. Tem sangue no chão, muito sangue.

—Amor, que bom que você acordou!– Archie fala, se aproximando.

Ergo meu spray que claramente não é assustador mas, faz ele recuar um pouco.

—Tudo bem, vai no seu tempo, temos todo o tempo do mundo...

Quando olho para trás dele, Cheryl e Verônica desacordadas no sofá, e no chão... Juggie...

Tento me aproximar dele mas, Archie faz uma barreira.

—Você é louco!

—Louco por você! Mi amor, só você não quer entender que fomos feitos um pro outro, quando eu te vi, nos corredores do colégio, ali eu soube que iríamos ficar juntos para sempre! Mesmo que alguns sacrifícios tenham que ser feitos. Íamos superar qualquer obstáculo. Porque somos perfeitos, somos perfeitos um para o outro Betty.

—Meu Deus, você não se escuta, Archie, VOCÊ PRECISA SE TRATAR!

—O meu único vício é seu cheiro!

Ele tenta se aproximar e eu vou recuando até bater na parede. Ele continua a se aproximar, caralho, o que eu faço?!

Quando ele estava há centímetros de mim, minha única idéia foi abrir a tampa do spray e borrifar nele, não sei como mas, deu certo. O spray foi no olho dele e o mesmo recuou com as mãos no rosto.

Olho o mais rápido possível pela sala, pego um pote de vidro em cima da mesinha de centro e arremesso em sua cabeça, ok, minha mãe vai me matar, esse pote era da minha avó, ahh, ela vai entender né?!

Um pequeno corte foi feito na cabeça dele mas, não era o suficiente para para-lo.

Pego um vaso cheio de rosas que Fp deu para minha mãe e também arremesso, ele consegue se esquivar e o vaso bate na parede, se despedaçando.

Olho para o chão, cadê o Jughead? Puta merda... Olho loucamente ao redor da sala mas, quando o encontro, ele já estava em cima de Archie, os dois começam uma briga de socos e chutes e eu começo a gritar e chorar mais e mais.

Não sei como mas, o Jug conseguiu inverter as posições e ficar em cima do Archie, assim conseguindo depositar mais socos do que receber.

Agora entendo quando falam que as vezes segundos podem se tornar eternidades. Os segundos se tornam minutos, os minutos horas, as horas se tornam semanas, as semanas viram anos, e vários anos formam a eternidade. Esse ciclo era pra ser lento mas, nesse exato momento, ocorreu tudo rápido demais para digerir.

Me aproximo para tentar separar eles mas, reparo que isso não parece a melhor idéia. Então, volto a procurar algo para afastar Archie do Jug e eles não se matarem.

Encontro jogado no chão um pedaço de madeira ensaguentada, provavelmente é o objeto que ele usou para nos apagar.

Pego a madeira e me aproximo dos dois. Tento puxar Jughead, para não acerta-lo sem querer. Assim que ele se afasta um pouco de Archie, eu bato com a madeira na cabeça dele. O mesmo acaba apagando no chão.

Solto a madeira, sem acreditar no que eu fiz. Assim que volto a pensar vou até o Jug, que estava tentando respirar. Seu rosto está extremamente machucado, os nós de seus dedos estavam inchados e com vários cortes, levanto sua blusa e vejo uma infinidade de hematomas.

—Betty...– ele fala com uma grande dificuldade.

—Fica comigo, por favor, não se vá. Olha para mim, Jug, amor, não fecha os olhos...

Eu não conseguia parar de chorar, seguro o rosto dele com cuidado, tentando ao máximo não machuca-lo mais ainda.

—Eu... não consigo...Betty...

—Jug! Jug! Por favor! Não fecha os olhos, por favor...

A campainha toca e eu só consigo implorar socorro, a porta é arrombada e entram dois caras junto de Kevin que vem até mim me ajudando a levantar, enquanto os homens que imagino serem os policiais fazem os primeiros socorros e pedem ambulâncias.

★★★

Gente, demorei muito para escrever esse capítulo, então se gostarem, dêem um feedback, votando e comentando...

Espero mesmo que estejam gostando!

Beijinhos *3*

UMA NOVA CHANCE DE VIVEROnde histórias criam vida. Descubra agora