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Pov's Betty

Aconteceu tanta coisa em menos de 24 horas, que agora estou tentando colocar os acontecimentos na cabeça, parece tudo tão...estranho. Archie nunca me pareceu uma pessoa possessiva, só quando conheci Jug que eu reparei o que é um relacionamento saudável. Meu relacionamento com Archie nunca foi saudável, era sim, um relacionamento abusivo, e só eu que não via isso.

Depois do que aconteceu na minha casa, duas ambulâncias levaram Jug, Archie, Cheryl e Verônica que ainda estavam desmaiadas, para o hospital central de Riverdale.

Kevin me levou de carro até o hospital, ele tentava a todo custo me acalmar, mas era completamente em vão. Só iria me acalmar quando todos estivessem bem, na verdade, com todos, me refiro ao meu namorado, minhas melhores amigas e Elisa. Mas não posso mentir, não desejo que Archie morra ou sei lá, no fundo, bem no fundo, quero sentir apreço por ele ou o mínimo de empatia, mas não consigo, e isso me assusta.

Kevin me falou o que tinha acontecido. Ele e os policiais estavam disfarçados na tal boate na divisa de Riverdale, quando ele reparou que tínhamos nos atrasado, e não havíamos mandado nenhuma mensagem, ele pensou que algo podia estar errado e pediu pros policiais para irem até minha casa e tudo aconteceu.

Quando chegamos no hospital, falaram que algumas costelas de Jughead haviam sofrido fraturas, além de um corte na cabeça e vários hematomas, e que ele estava fazendo exames mais expecíficos. Cheryl e Verônica estavam bem, apenas um machucado na cabeça de cada uma, mas era mais simples e Elisa também estava bem, só teriam que fazer alguns exames. Archie, bem, eu não sei o que aconteceu com ele, mas parece que o próprio hospital se resolveu com seus problemas, ligando para a mãe dele. Eles pediram que eu ligasse para o resto dos pais.

Liguei pra tia Penélope, Fp, minha mãe, o pai de Kevin, que estava em uma viajem, como sempre, e ele iria mandar dinheiro para pagar quartos para todos, Sr. Keller não era nem um pouco presente na vida do meu amigo, ele acha que tudo pode se resolver com um pouco mais de dinheiro e uma alto mesada. E bem, Verônica é emancipada e graças a Deus, sempre anda com a identidade na bolsa.

No final, eu tive que tomar soro, pois estava extremamente nervosa e quando todos os adultos chegaram, eu já estava melhor.

—Betty, minha filha... Ainda bem que você está bem...– minha mãe chega me abraçando bem apertado e eu solto um grunido de dor pelo pequeno corte em minha cabeça que já estava de curativo. Ela murmura um "desculpa" e beija minha bochecha.

Consigo ver no fundo, Fp e tia Penélope conversando com a recepcionista, e de relance uma pequena criatura correndo em minha direção.

—Mãe! Por que você trouxe a Jelly?

—Não podíamos deixar ela sozinha...

—Betty!– ela grita enquanto vem até mim.

—Oi maninha!

—Tava tão preocupada, ninguém me falou o que tava acontecendo!– ela fala pulando em meu colo e meu abraçando.

—Nada demais meu anjo, estamos todos bem...

—Eu sei que tá acontecendo alguma coisa "de adulto" mas eu tô quase fazendo 14 anos, algum dia vocês vão ter que me contar.

—Ta bom "mini adulta"– falo, fazendo aspas com as mãos e ela revira os olhos.

Um médico se aproxima de nós e fala.

—Gostaria de falar com Betty Cooper.– me levanto– O seu ham, namorado, não para de pedir para te ver, ele não sofreu nada extremamente grave, eu normalmente não posso fazer isso, mas se quiser, pode vê-lo.

Não me aguento e abraço o médico, que retribui tímido e me lança um sorriso alegre.

—Obrigada!

—Sala 69.–Não me aguento e acabo rindo – É eu já sei... Vai lá, só 10 minutos ein...

Saio correndo pelos corredores até encontrar a sala 69. Meio trêmula, abro a porta com cuidado.

—Betty?!

—Oi amor...

Me aproximo e sento na beirada de sua maca.

—Ai meu Deus, você tá bem?– ele pergunta se esforçando para tocar minha mão, eu seguro sua mão e as entrelaço me sentindo mil vezes melhor com esse toque tão simples.

—Vou sobreviver.– fala dando um riso alegre e ele retribui.

—Você é um enigma Cooper...

Me aproximo e selo delicadamente nossos lábios. Ele tenta me trazer mais pra perto, tentando esquentar mais ainda o clima.

—Não podemos fazer isso aqui. E nem com você assim...

Ele faz bico e carinha de cachorro abandonado.

—Espera eu melhorar... Você não vai conseguir andar...

—Não me provoque Jones.

—Eu te amo.

—Eu te amo. Amo tanto que posso dizer por todo o mundo. I love you, je t'aime, yo te amo, ti amo, te amo...

—Poliglota ela.

—E você estragou o clima de romance que eu tava.

Rimos e ele sussurra algo que eu não consigo entender, olho confusa para ele.

—Eu sou o romântico dessa relação...

—Eu sei, mas eu vou tomar seu posto.– falo decidida.

—Pode tentar!

Nossas risadas são interrompidas por batidas na porta.

"É... Já deu o tempo... Eu deixaria mais, mas não quero perder meu emprego..."

—Te vejo depois?

—Como eu sairia daqui?

—Bobo.

—Chata.

—Imaturo.

—Linda.

—Gostoso.

—Safada.

Mais uma batida.

" Eu amo um casal apaixonado, mas realmente você tem que sair daí..."

—Tchau amor.

—Tchau amor.

Dou um selinho rápido nele e saio do quarto antes que o gentil médico acabe se ferrando.

★★★
Se você está ou conhece alguém que está em um relacionamento abusivo, DENUNCIE. Nenhuma pessoa merece sofrer. Relacionamento abusivo não é só bater, é quando, a pessoa te diminui, interfere nas suas roupas, no seu corpo, no seu modo de agir, te coloca pra baixo, te faz sofrer, te ameaça, não deixa você ter amigos(as) etc. Isso é SIM um relacionamento abusivo. Denuncie, 180.

Gente, me desculpem pela demora, estava estudando pois essa semana terei muitas provas, então provavelmente não ficarei ativa essa semana também. Mas depois das provas terei DUAS semanas de recesso. Então vou poder ficar mais ativa. Huruuu!

Espero que estejam gostando, votem muito!

Beijinhos *3*

UMA NOVA CHANCE DE VIVEROnde histórias criam vida. Descubra agora