Quando duas almas quebradas se encontram, não se sabe quem pode salvar quem ou se são capazes de se salvarem.
"Aqui estou eu, Elizabeth Cooper, uma menina em um telhado prestes a pular."
"Estava em casa sozinho. Meu pai está em algum lugar, minha ir...
Já tem exatamente 5 horas que estamos no hospital, 5 HORAS! Já escutamos tantos gritos, palavrões e mais gritos de Cheryl que chega a ser assustador.
Tia Penélope já se rendeu ao cansaço e acabou dormindo; Jug está em uma conversa super legal sobre pizza e hamburguer com Kevin; eu e Verônica engatamos em uma longa conversa completamente aleatória, que já foi de o motivo dos filmes da Barbie antigos serem melhores que os atuais, até teorias da conspiração sobre as músicas da Xuxa... Não queiram entender como nossa mente funciona.
Se passam mais 10 minutos, quando James chega até nós, com a mão enfaixada, e um hematoma do braço.
—Nasceu!- ele solta e todos nos levantamos e acordamos titia, que ficou sem entender o motivo de tanta felicidade, e demorou alguns segundas para raciocinar.
—O que aconteceu com a sua mão?- Kevin pergunta e todos se viram para ele.
—O hematoma foi Cheryl segurando no meu braço, e a faixa, bem, ela mordeu minha mão um pouco forte demais e começou a sangrar, aí a enfermeira colocou a faixa...
Ninguém conseguiu conter o riso e ele ficou levemente envergonhado, mas logo também riu. James não faz parte completamente do nosso grupo, quase nunca saímos com ele, mas ele faz bem pra Cheryl, e nós sempre estaremos ao lado dela.
—Vamos poder ver Elisa?- eu e Verônica perguntamos com os olhos brilhando, é, nós amamos bebês...
—Infelizmente não, já que ela é prematura, terá que ficar encubada, em observação... Mas, temos altas esperanças que ela fique bem em algum tempo.
Suspiramos e concordamos, era uma gravidez arriscada por causa da idade, além de uma gravidez que trouxe traumas para nossa amiga, mas sabíamos que tudo ia ficar bem.
(Duas semanas depois:)
Estamos no quarto de Cheryl, dobrando as roupinhas novas que compramos para Elisa. Cher saiu do hospital há três dias, e Elisa ainda está internada, mas vamos todos os dias depois da escola visita-la.
—Ain meu Deus! Eu preciso colocar esse pijama de ursinho nela!- Verônica exclama levantando o pequeno pijaminha felpudo.
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—Meu Deus, a gente comprou a loja inteira!- Cheryl fala e todas rimos.
—Pensa assim, minha mãe deu dinheiro pra mim e eu juntei com o dinheiro que ganhei trabalhando no Pop's durante o verão, Verônica, bem, a Vee é rica e emancipada, ou seja, tem dinheiro! Somos tias babonas!!- exclamo e voltamos a rir.
—Ai meu Deus! Verônica! Você comprou o macacão de unicórnio, que eu falei pra você não comprar, porque era um absurdo!- Cheryl fala levantando o pequeno macacão.
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Verônica faz carinha de cachorro abandonado e fala.
—Amiga, é tão fofinhuuuu!
—Eu falei que não era pra vocês gastarem tanto dinheiro assim pra Elisa!
—Na verdade, a gente não comprou coisa só pra Elisa...- falo me virando com Verônica pra pegar a pequena caixinha preta, e entregando para Cheryl, que nos olha confusa.
—A gente achou que você merecia um presentinho também... Abre!
Quando ela abre, seus olhos se iluminam e um sorriso se abre em seus lábios vermelhos.
—Vocês não fizeram isso...
—Fizemos!- eu e vee falamos em unissom.
Ela levanta o pequeno colar com o nome de Elisa...
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Ela vem até nós, nos abraçando. Assim que nos separamos, ela fala.
—Eu preciso conversar com vocês! Preciso de um conselho...
—Eu esperava um "obrigada" ou um "amo vocês, as melhores amigas do mundo todo" mas tá bom né.- vee fala com seu sarcasmo e eu dou um peteleco em seu braço, e ouço ela reclamar de dor, com seu drama de sempre.
—O que foi amiga?- pergunto.
—Eu... Hãm... Eu conheci outra pessoa...
Um perfeito "O" se forma na minha boca e na de Verônica.
—E?
—Eu não tenho mais certeza dos meu sentimentos pelo James... Ele é um cara muito legal, trata Elisa como se fosse filha dele, eu sei que ele me ama, mas... Não sei...- ela fala e começa a chorar. Vamos até ela e a abraçamos.
—Cher... Se você não tem mais certeza, deveria terminar com ele, pra ele seguir a vida...- falo tentando soar calma e serena.
—Ele já se apegou a Elisa, queria até fazer um quartinho na casa dele pra ela...
—Ele é um cara muito legal, e vocês ainda podem ser amigos...
—É, a Betty tá certa, vocês ainda podem continuar uma relação forte de amizade...
—Isso ia ser ótimo, mas ele é o cara certo, a pessoa que eu deveria ficar, e a outra opção não é a certa...
—Se você sentir que é a certa, vai fundo. Se der errado, estaremos aqui pra te acudir e catar os caquinhos.
—Todos eles?- ela pergunta levantando o rosto.
—Todos!
Nos abraçamos mais forte e assim que nos separamos, Verônica fala.
—Só por pura curiosidade, conhecemos a possível opção?
Ela me encara, abaixa a cabeça e fala.
—A Toni...
★★★
O que vocês não pedem chorando que eu não escrevo sorrindo! Tá aí, Chonii!
